terça-feira, 8 de agosto de 2023

Luis Rogelio Nogueras, poeta cubano

 



Luis Rogelio Nogueras (poeta cubano) – poeticous.com

 

Oración por el hijo que nunca va a nacer

Luis Rogelio Nogueras


Éramos tan pobres, oh hijo mío,
    tan pobres
que hasta las ratas nos tenían compasión.
Cada mañana tu padre iba a la ciudad
para ver si algún poderoso lo empleaba
- aunque tan sólo fuera para limpiar los establos
a cambio de un poco de arroz-.
Pero los poderosos
pasaban de largo sin oír quejas
    ni ruegos.
Y tu padre volvía en la noche,
pálido, y tan delgado bajo sus ropas raídas
que yo me ponía a llorar
y le pedía a Jizo,
(*)
dios de las mujeres encintas
    y de la fecundidad,
que no te trajera al mundo, hijo mío,
que te librara del hambre
    y la humillación.
Y el buen dios me complacía.

Así fueron pasando los años sin alma.
Mis pechos se secaron,
y al cabo 
tu padre murió
y yo envejecí.


Ahora sólo espero el fin,
como espera el ocaso a la noche
que habrá de echarle en los ojos
    su negro manto.
Pero al menos
gracias al buen Jizo
tú escapaste del látigo de los señores
y de esta cruel existencia de perros.


Nada ni nadie te hará sufrir.
Las penas del mundo no te alcanzarán
    jamás,
como no alcanza la artera flecha
al lejano halcón.

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Oração pelo filho que nunca vai nascer

Luis Rogelio Nogueras

 

Éramos tão pobres, oh meu filho,

tão pobres

que até os ratos de nós se compadeciam.

A cada manhã teu pai ia à cidade

p’ra ver se algum “poderoso” o empregava

- ainda que fosse tão somente para limpar os estábulos

em troca de um pouco de arroz.

Mas os poderosos passavam adiante

sem ouvir queixas

e rogos.

 

Teu pai voltava pela noite,

pálido e tão magro, sob suas roupas gastas,

que eu me punha a chorar.

Então pedia a Jizó, (*)

deus das mulheres grávidas

 e da fertilidade,

que não te trouxesse ao mundo, filho meu,

que te livrasse da fome

e da humilhação.

E o bom deus me compreendia.

 

 Assim foram passando os anos, sem alma.

Meus seios secaram.

Por fim, teu pai morreu

e eu envelheci.

 

Agora espero apenas o fim

como o crepúsculo espera a noite

que virá cobrir-lhe os olhos

com seu negro manto.

Pelo menos,

graças ao bom Jizó,

tu escapaste ao chicote dos senhores

e desta cruel existência dos cães.

 

 Nada, nem ninguém te fará sofrer.

As aflições do mundo não te alcançarão,

jamais.

Assim como a astuta flecha não alcança

o distante falcão.

 

(Tradução de Sergio de Sersank)

Londrina-PR, Brasil, 08/07/2023

 

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(*) Jizō (地蔵),  el dios de los niños

En el panteón budista se encuentra Jizō, una de las deidades más queridas. Este tipo de deidades que fungen como padres y madres universales, seguramente fueron producto del deseo de las madres tanto occidentales como orientales de proteger a sus hijos aún desde el Más Allá. 

Jizō es tan sabio como Buda, pero este no alcanzó el estado de nirvana; se sacrificó para permanecer cerca de los niños. Él es el protector de las almas más pequeñas, tanto las que habitan cuerpos humanos como las que abandonaron la tierra prematuramente o nunca pudieron nacer (mizuko 水子). También Jizō reconforta a las madres embarazadas y a las que han perdido a sus hijos, sólo él puede hacerlo. Por eso, las mujeres japonesas escriben oraciones en tiras de papel que dejan en ríos para que su corriente las lleve hasta el mar, donde habita Jizō y aguarda por ellas.

 

Fuente:

https://www.tumblr.com/mitosjpenespanol/175679018946/jiz%C5%8D-%E5%9C%B0%E8%94%B5-el-dios-de-los-ni%C3%B1os-en-el-pante%C3%B3n

 

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Biografía



poeticous.com

Luis Rogelio Rodríguez Noguera, também conhecido como “Wichy”, el rojo, foi um poeta, escritor e dramaturgo cubano. Nasceu em Havana em 17 de novembro do ano 1944. Descobriu seu amor pela literatura desde pequeno, em parte devido à influência de sua família: seu tio, Alfonso Hernández Catá, era um reconhecido escritor. Seu pai foi jornalista e sua mãe escrevia também, por inclinação à arte literária. Por outro lado recebeu lições particulares de Letras durante os anos de formação básica. Do gosto pela leitura passou a criar rapidamente seus próprios relatos e poemas, alguns dos quais não tinha dúvidas em publicar ainda na infância.  

Cabe, ressaltar que o Cinema foi outra de suas paixões. Ele trabalhou durante algum tempo em um grupo amador de atores e chegou a ocupar diversos postos numa companhia cinematográfica tanto atuando quanto por detrás das câmeras. Mais tarde incursionou pela produção de roteiros e aprendeu a técnica de capturar imagens com as câmeras, além de aprimorar suas habilidades de desenhista para aproveitá-las na produção de curtas animadas à mão.

Lamentavelmente, sua saúde não o deixou ir muito longe. Veio a falecer em 06 de julho de 1985. Artista versátil, escreveu diversos livros, dentre os quais se destacam: “El último caso del inspector”, “Exposicuba”, “Cabeza de Zanahoria” e “Historia de una batalla”.

Fuente:

 

https://www.poemas-del-alma.com/luis-rogelio-nogueras.htm

 

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