EM DEFESA DE URIHI (1)
(Pelo transcurso do Dia Internacional
dos Povos Indígenas)
vem este múrmur de rios outrora límpidos,
entrecortado aos uivos e rugidos da selva assustada.
O branco invasor
entrou com suas armas e bandeiras,
falsos presentes,
coisas estranhas
como a aguardente,
guloseimas, explosivos.
O branco invasor
chegou com seus padres,
escapulários, rosários
e a douda cultura bíblica.
os confundiram.
Muitos deles, iludidos,
perderam-se em florestas
para além do grande mar.
tardes de jogos, de caça e banho,
celebrações de amor à liberdade e à vida
sob o luar nas aldeias.
Ianomâmis
Charruas
Tremembés
Tupinambás
Tupiniquins
Timbiras
Caraíbas
Kaiowás
Ashanincas
Goitacazes
Ticunas
Picarrãs
Xetás
Carajós
Jaexaa porá
Terenas
Bororós
Xavantes
Macuxis
Tupis
Caiapós
Guajajaras
Potiguaras
Guaranis
e muitos mais.
Desconheço a autoria da
imagem
(1) URIHI - Nossa Terra-Floresta (Kami Yamaki Urihipë)
Para os Yanomami, ''Urihi'', a
terra-floresta, não é um mero espaço inerte de exploração
econômica (o que chamamos de “Natureza”) Trata-se de uma entidade viva,
inserida numa complexa dinâmica cosmológica de intercâmbios entre humanos e
não-humanos. Como tal, se encontra hoje ameaçada pela predação cega dos
brancos. Na visão do líder Davi Kopenawa
Yanomami:
A terra-floresta
só pode morrer se for destruída pelos brancos. Então, os riachos sumirão, a
terra ficará friável, as árvores secarão e as pedras das montanhas racharão com
o calor. Os espíritos xapiripë, que moram nas serras e ficam brincando na
floresta, acabarão fugindo. Seus pais, os xamãs, não poderão mais chamá-los
para nos proteger. A terra-floresta se tornará seca e vazia. Os xamãs não
poderão mais deter as fumaças-epidemias e os seres maléficos que nos adoecem.
Assim, todos morrerão."
Fontes:
https://pib.socioambiental.org/pt/Povo:Yanomami
http://domtotal.com/periscopio/2022/2017/04/grito-da-guerra-essa-terra-e-minha/
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(2) O marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, conhecido como Marechal Rondon (Santo Antônio
de Leverger, 5 de maio de 1865 – Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 1958), foi um engenheiro
militar e sertanista brasileiro, famoso por sua exploração de Mato Grosso e da Bacia
Amazônica Ocidental e por seu apoio vitalício às populações
indígenas brasileiras. Foi o primeiro diretor do Serviço de
Proteção ao Índio (SPI) e estimulou a criação do Parque
Nacional do Xingu. O estado brasileiro de Rondônia recebeu esse nome em sua homenagem. É o
patrono da arma de Comunicações do
Exército Brasileiro.
Fonte:
https://www.wikiwand.com/pt/C%C3%A2ndido_Rondon
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(3) “(...)
os Villas-Boas dedicaram suas vidas
a conduzir os índios xinguanos do isolamento original em que os encontraram até
o choque com as fronteiras da civilização. Aprenderam a respeitá-los e
perceberam a necessidade imperiosa de lhes assegurar algum isolamento para que
sobrevivessem. Tinham uma consciência aguda de que, se os fazendeiros
penetrassem naquele imenso território, isolando os grupos indígenas uns dos
outros, acabariam com eles em pouco tempo. Não só matando, mas liquidando as
suas condições ecológicas de sobrevivência.” (RIBEIRO,
Darcy. Confissões. São Paulo: Companhia das Letras, 1997, p. 194)
Artigo de jornal da década de 1970
No aspecto dos índios,
os irmãos Villas-Bôas implantaram
uma nova política indigenista, que, basicamente, consiste na defesa dos valores
culturais dos índios, como único meio de evitar a marginalização e o
desaparecimento dos grupos tribais. A partir da máxima segundo a qual “O
índio só sobrevive na sua própria cultura”, os irmãos Villas-Bôas conseguiram implantar uma nova forma de relacionamento
entre nossa sociedade e as comunidades indígenas brasileiras. Essa política vem
sendo esposada por etnólogos e entidades científicas não só nacionais, como
estrangeiras.
Os Villas-Boas mostraram que a antiga visão que a sociedade nacional
tinha acerca do índio era absolutamente equivocada. Não se tratava, portanto,
de sociedades selvagens, sem regras e sem estrutura social como se narrava na
época do Descobrimento do Brasil. A nova imagem do índio, trazida pelos Villas-Bôas à nossa sociedade, era a de
uma sociedade equilibrada, estável, erguida sobre sólidos princípios morais e
donos de um comportamento ético que sustentava uma organização tribal
harmônica. A esse respeito Cláudio Villas-Bôas teria dito certa feita:
(...) “Se achamos que
nosso objetivo aqui, na nossa rápida passagem pela Terra, é acumular riquezas,
então não temos nada a aprender com os indígenas. Mas se acreditamos que o
ideal é o equilíbrio do homem dentro de sua família e dentro de sua comunidade,
então os indígenas têm lições extraordinárias para nos dar.” Cláudio Villas-Bôas
https://www.youtube.com/watch?v=IVcz34egKYQ
https://www.youtube.com/watch?v=rr_tyGdscio
(4) Poema de Gonçalves Dias, poeta indigenista brasileiro.
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Fila de índios se
apresentando para a cerimônia do Kuarup
Fonte: https://www.wikiwand.com/pt/Irm%C3%A3os_Villas-B%C3%B4as
Outros povos indígenas:
Arara da Volta Grande do Xingu
DowEnawenê-nawêFulni-ôGalibi
do Oiapoque
https://www.youtube.com/watch?v=5R3u4Oo1jyc
https://www.youtube.com/watch?v=5R3u4Oo1jyc
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