Antonio Machado Ruiz, poeta espanhol
A autoria da imagem é desconhecida. (No Museu
Nacional do Teatro está catalogada sob o código FT03071, como “autor
anônimo”). Domínio público, via Wikimedia Commons
Caminante
Todo pasa y todo queda.
Pero lo nuestro es pasar.
Pasar haciendo caminos,
caminos sobre la mar.
Nunca yo quise la gloria,
ni dejar en la memoria
de los hombres mi canción.
Yo amo los mundos sutiles,
ingrávidos y gentiles
como pompas de jabón.
Me gusta verlos de sol y grama,
volar bajo el cielo azul,
temblar súbitáneamente y quebrarse.
Nunca yo quise la gloria.
- Caminante, son tus huellas, el camino y nada más.
- Caminante, no hay camino, se hace camino al
andar.
Al andar se hace caminho
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.
- Caminante, no hay camino, sino surcos en la
mar.
Hace algún tiempo, en ese lugar
donde hoy los bosques se visten de espinhos,
se ovó la voz de un poeta gritar:
- Caminante, no hay camino, se hace camino al
andar.
Golpe a golpe, verso a verso,
murió el poeta, lejos del logar.
Le cubre el polvo de um país vecino.
Al alejarse le vieran llorar.
- Caminante, no hay camino, se hace camino al
andar.
Golpe a golpe, verso a verso.
Cuando el jilguero no puede cantar,
cuando el poeta es un peregrino,
cuando de nada nos sirve rezar,
- Caminante, no hay camino, se hace camino al
andar.
Golpe a golpe, verso a verso.
Antonio Machado, “Cantares” (Campos de Castilla,
1912)
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Leia a seguir a tradução do inesquecível poema de
Antonio Machado em português do Brasil
CAMINHANTE
Tudo passa e tudo fica.
Nos resta, porém, passar.
passar fazendo caminhos,
caminhos por sobre o mar.
Jamais almejei a glória
e nem deixar na memória
dos homens minha canção.
Eu amo os mundos etéreos,
ingrávidos, aprazíveis,
como bolhas de sabão.
Gosto de vê-los gramados ao sol
voar sob o céu azul
e instantaneamente,
tremendo, se desfazerem.
Jamais almejei a glória.
- Caminhante, são teus passos,
o caminho e nada mais.
- Caminhante, não há caminho,
se faz caminho ao andar.
Ao andar se faz caminho
e ao volver-se a vista atrás
vê-se a senda percorrida
que jamais se vai pisar.
- Caminhante, não há caminho,
senão sulcos sobre o mar.
Há algum tempo, desse mesmo lugar
onde hoje os bosques se cobrem de espinhos,
ouviu-se a voz de um poeta a gritar:
- Caminhante, não há caminho,
Golpe a golpe, verso a verso,
morreu o poeta
longe do lugar.
Cobre -lhe a poeira de um país vizinho.
Na sua partida por ele vieram chorar.
- Caminhante, não há caminho,
Golpe a golpe, verso a verso.
Quando o pintassilgo
já não pode cantar,
quando o poeta é um peregrino,
quando de nada nos serve rezar,
- Caminhante, não há caminho,
Golpe a golpe, verso a verso.
Antonio Machado, “Cantares” (Campos de Castilla, 1912)
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Biografia de Antonio Machado
https://www.ebiografia.com/antonio_machado/
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