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domingo, 10 de agosto de 2025

PENSANDO E REPENSANDO

 


Casa com gramado e montanha ao fundo

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Desconheço o autor

 

PENSANDO BEM

 

Não somos absolutamente

donos de nossos pensamentos.

Não sabemos pensar.

Somos donos de nada.

Temos coisa nenhuma.

 

A terra

infelizmente

ainda

não é o nosso lar.

 

Não me tenho

Não te tens.

Somos nada.

 

Apenas vivemos.

Seguimos em frente

em suposta

iluminada

estrada.

 

Á volta sabemos que há gente

iguais a nós.

E campos

montanhas

animais

flores e pedras.

 

Tem um céu a atrair-nos

rios e mares sem fim.

 

Mas não temos ainda

o caminho.

Só temos o dever de caminhar.


(Do livro "Acendalhas", de Sersank)


segunda-feira, 28 de julho de 2025

PRESCIÊNCIA

 


 

Foto:  Eduardo_de_Martino_-_Veleiro_em_alto_mar.jpg


FLORES DE GAIA

Sersank

Provindas

de escuríssimos oceanos estelares

erram

sob nebulosas ondas

 nossas almas 

infindas

revéis

desiguais.

 

Seguem sob o influxo

de pequeno sol

a apagar-se no Universo.

 

Que vençam os vórtices.

Vençam - 

flores de Gaia -

o duro reverso do tempo:

 o sempre do nunca mais.


domingo, 1 de junho de 2025

Repensando a questão do Aborto ( em sua complexidade)

 

 

Imagem do Google - Father-and-son-3295190_1280.jpg

 

O FILHO QUE NÃO TIVEMOS

Sergio de Sersank

 

Avançam pela fria madrugada as horas intermináveis.

Eu o escuto de novo

bater levemente, à porta...

Inútil, porém, abri-la.

Não tem ninguém lá.

 

Ele, invisivelmente, bate.

Passa-me a impressão de estar infeliz

na escuridão

no frio lá fora...

 

Foi uma decisão infeliz aquela

nos primeiros anos de casamento.

Éramos muito pobres.

Entendíamos que uma criança

nascida naquele contexto de dificuldades financeiras

não seria plenamente saudável e feliz...

 

A noite avança.

Sigo bebendo.

Sibila o vento pelas frestas das janelas.

 

E o filho que não tivemos, insistentemente bate.

Pergunta pela mãe que nunca lhe cantou uma cantiga de ninar

e mesmo assim a amou desde o princípio.

 

Minha mulher repousa em sono profundo.

Não a acordaria agora.

Arrasto-me aos confins de um precipício interno.

 

Talvez a demover-me dessa angústia

ele me vem pedir:

- Abre a porta, Pai!

 

Envelhecemos.

Já nem teria forças para abrir a porta.

É bom que a companheira nessas horas durma.

É frágil, anda adoecida.

 

Tornaram-se cada dia mais difíceis as coisas.

Falta-nos, agora, o necessário.

Nem sempre nos brindamos com frugal almoço

ou simples jantar.

 

Ele bate-me à porta.

Ouço-o no rumor do vento.

Sinto profundamente sua falta.

Ah, se tivéssemos conosco,

a nos enternecer com suas narrativas

e a nos confortar com seus afagos,

o filho que não tivemos!

 

Por algum tempo

eu o imaginei nos seus primeiros meses:

menino feliz, vivaz e sorridente

depois - crescendo mais

já nos dizendo

palavras afetivas, corriqueiras.

 

Reinvento detalhes de nosso possível convívio

e do seu extremado amor.

Sinto sua falta

a suavidade dos seus beijos.

 

Certamente amaria demais sua mãe.

Ter-me-ia por ídolo seu.

E eu ficaria encantado

toda vez que o ouvisse a me chamar: - Papai!

 

Talvez ele tenha vindo se despedir e nunca mais volte.

 

Escuto, agora, apenas o vento e me pergunto

decorridos tantos anos:

- Por que você veio, de novo,

filho bom que não tivemos?

 

Londrina, 13out2013


quinta-feira, 9 de julho de 2020

SONHO DE ARTE



Imagem do Google – (Desconheço a autoria)


“O meu sonho de arte, modesto e calado, é que o artista desapareça, desapareçam as pretensões à durabilidade, desapareça todo sectarismo e todo exclusivismo, desapareça toda política e toda vontade de predomínio. E o poeta se resigne - corajosa e serenamente - a ser apenas uma voz que passa, boa, bela, excelente, se no momento em que passava lançou, deveras, em algumas almas, um pouco do prazer divino da ideia e do sonho. E, assim, a poesia seja uma perpétua sucessão de flores de um dia, contentes de viver um instante no perpétuo esplendor das coisas transitórias."
(Amadeu Amaral, in Poesia de Ontem e de Hoje - livro: "O Elogio da Mediocridade" - Hucitec - S. Paulo, 1976


Na aventura das palavras


Sergio de Sersank


Diáfana esfera azulada
gira na folha branca.
Ouso a catarse
o êxtase
a aventura do poema.

Vejo em praia longínqua
de alforje molhado aos ombros
um náufrago: Camões.
Os sonhos e proezas dos lusíadas
em seus manuscritos cantos
eternizados na história.

Ouso a aventura:
pensar o poema.
Vazá-lo por entre os dedos
como vazasse dos pulsos
o sangue na esfera
circundada de estrelas.
O vento a trazer lembranças
de amores extintos nas brumas
descompassadas do tempo.

Ao correr da pena
movo, removo imagens
(re) ordeno sentimentos
dou-lhes o matiz que entendo mais conveniente
no afã de ter
por fim talvez desútil mas inteira
a tela desejada, multicor.

Ah, pensar o poema
tentar concebê-lo
como rara flor de píncaro
salva ao turbilhão de raios
vendavais
 e enxurradas
no branco imenso da folha.

Pensá-lo quando estende-se a noite 
e entre brilhos de festa incessante
 apagam-se estrelas.
Ouvir sem desesperar-se
o canto de um cisne
 no lago em que a lua a rir-se
convida ao afogamento.

Pensar o poema:
a vida que segue
o bem que nos traz o amor
o amor que nos traz o bem.

Na alvura da folha frágil
sondar enigmas:
a impermanência dos seres
sua dor de viver tendo à volta
sempre o temor de morrer
o temor
 de acabar como tudo acaba.

Divino é nesse píncaro de raios
em que se isola e se alteia
ousar a aventura do poema
vazá-lo por entre os dedos
a própria vida a sumir-se
no branco imenso da folha. 

Londrina, 28 de janeiro de 2016







sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Homenagem a Batuíra




Túmulo de Batuíra


Inscrição na Lápide
Sergio de Sersank


Não creias tudo acabe sob a lousa fria
da terra que recobre os despojos carnais.
Nada sabe de Deus quem supõe “fantasia”
o haver vida abundante nos planos astrais.
Fita os astros no espaço. Ouve, que sinfonia!
Ciclos e mutações em pautas magistrais.
É a razão quem nos fala da Sabedoria
que sustém o universo e nos fez imortais.
Retrocede no tempo. O Evangelho do Mestre.
Redivivo, Ele torna ao cenário terrestre
e se faz a Esperança nos lares da dor.
Ergue os olhos ao céu d’onde todos provimos:
viajores do tempo, no espaço seguimos
para a glória da luz e as benesses do amor.
(Soneto classificado em 1º lugar no I Concurso de Poesia da ARTE POÉTICA CASTRO ALVES, de São Paulo (SP) em abril de 1991.)
....................
UM ESPÍRITA E ABOLICIONISTA 
BATUÍRA
Se há uma figura na sociedade paulistana que mereceria muito mais destaque, esta figura é Antônio Gonçalves da Silva, o popular Batuíra. Nascido em Portugal em 1839, foi um homem de incrível personalidade. Depois de passar pelo Rio de Janeiro e por Campinas, fixou residência em São Paulo, onde adquiriu diversos lotes de terra na região onde hoje está a rua Lavapés. Figura incrível, foi entregador de jornais (Correio Paulistano), fabricante de charutos e dono de teatro. Mas destacou-se principalmente pela figura bondosa que era ao acolher escravos fugidos em sua propriedade, o qual só os deixava partir se alforriados pelos seus senhores, e também por sua notável dedicação ao Espiritismo.
Amigo de Azevedo Marques, conseguiu com ele a experiência necessária para em 1890 lançar o jornal “Verdade e Luz”, a primeira publicação dedicada ao Espiritismo em São Paulo, e que na época conseguiu a façanha de ter uma tiragem de 5 mil exemplares. No final da vida abriu mão de todos os seus bens para os mais pobres e sua casa abrigou a instituição beneficente “Verdade e Luz”. Posteriormente em sua homenagem a rua onde morava foi batizada de Rua Espírita, que existe até os dias hoje. Batuíra viria a falecer em 22 de janeiro de 1909 e curiosamente está sepultado bem próximo de seu grande amigo em vida, Joaquim Roberto de Azevedo Marques.”



quarta-feira, 20 de agosto de 2014

AULAS DA VIDA



Imagem disponível no Facebook
 
 
Histórias
Poema de Sersank
 


Histórias as mais bonitas
dissolvem-se ao pó das sendas.
São quase sempre mui tristes,
 por vezes se tornam lendas. 
 
 Não raro nem são escritas.
No seio do vulgo ocorrem,
 no seio do vulgo morrem
histórias as mais bonitas.
 
Não se perdem, todavia.
Os seus heróis vão e voltam
como folhas que se soltam
da árvore-mãe que as recria.
 
 Voltam nas aulas da vida,
essa mestra incompreendida
que ora pune, ora premia.
 
No seio do vulgo ocorrem,
no seio do vulgo morrem
as histórias mais bonitas.
Não se perdem, todavia.


 
(Do livro “Estado de Espírito”, Sergio de Sersank, Ed. Íthala, Curitiba-PR: 2013 - Pág. 87)
 
 
“Insondáveis desígnios impulsionam a evolução da Humanidade.”
(Sersank)
 
 
 
 
 
 


terça-feira, 29 de julho de 2014

UM GRITO DE REVOLTA


 
 
ODE ÀS CRIANÇAS MORTAS DA PALESTINA
 
 
Imagem: Bushra Sharam

"Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes Eu quis reunir os teus filhos como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas  não o aceitastes!" (Lucas, XIII; 34)
 
Como vê-las, assim,
meros alvos apenas
de duros sistemas
de ódio e opressão?
São aves que voam,
mesmo ceifadas
suas asas no chão.
 
Clamam por elas
desesperadas
mães com seus gritos.
Clamam ribeiros,
caminhos, cidades,
escolas, indústrias,
púlpitos, lares,
rostos aflitos.
 
Como vê-las, assim,
meros alvos apenas
de duros sistemas
de ódio e opressão?
Que adentrem as luzes
dos céus infinitos,
mesmo ceifadas
suas asas no chão. 
 
Aves crianças,
levem as dores
de um mundo que morre,
(de um mundo que morre
por culpa dos homens)
para as estrelas
na imensa amplidão.
(Sersank, julho de 2014, quando todo o noticiário destaca o abominável genocídio praticado por Israel na Faixa de Gaza.)





Foto de Dhakar News


Veja a publicação no BondeNews:

 
 
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COMENTÁRIO DE ISABEL FURINI, laureada poeta e escritora sobre a obra poética "Estado de Espírito"

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Letra: Sersank (Sergio S. Cunha)
Música: Irineu Santa Catarina


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ESPERANTO: La solvo (A solução)

ESPERANTO: La solvo (A solução)

Veja aqui a NOTA da Prefeitura Municipal de Londrina sobre o lançamento doLivro de SERSANK

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EL VIAJE DEFINITIVO - Poema de Juan Ramon Jimenez

https://www.youtube.com/watch?v=GspatgDGhO8&feature=emb_rel_end