sábado, 13 de maio de 2017

NO DIA DAS MÃES



(Desconheço o Autor)


DOCE ANJO

Penso em ti, Mãezinha querida, e retorno aos teus braços.
Vejo-te, estrela em forma de anjo, velando a noite, ao meu lado, enquanto te buscava o colo por brando ninho.
Teu sorriso era a própria bênção de Deus, sustentando-me horas e, misturando beijos e lágrimas, alentaste-me a vida.
 Quantas vezes procurei nos teus olhos a inspiração do caminho não saberia dizer... Sei apenas que, em nossa casa, levantavas-te com a aurora, esgueirando-te em silêncio para que não interrompêssemos o repouso, preparando-nos o pão de que recebias sempre o derradeiro pedaço.
 Sei, Mãezinha, que escravizada ao fogão e à pia de lavar, trabalhavas de manso, voltando o rosto sereno para dizer que éramos os teus tesouros, quando alguém se queixava de nós.
 Nunca te disseste cansada, ainda mesmo quando os nossos gestos de ingratidão te faziam aflita e muda.
 Frequentemente, surpreendia-te a cantar chorando, sem que pudesse perceber os espinhos que te dilaceravam a alma, porque teus lábios respondiam sorrindo às minhas perguntas, sossegando-me a inquietação.
 Passou o tempo e volto hoje, de alma renovada em tua renúncia, para ofertar-te as flores de meu afeto.
Quisera trazer-te o próprio Céu, em meu impulso de amor, entretanto, sou eu ainda que me ajoelho aos teus pés, para rogar-te em prece de gratidão:
-  Mãezinha querida, deixa-me descansar de novo, no arminho de teu regaço!
E, enquanto choro de alegria para agradecer a Deus a luz de tua presença, guarda minhas mãos entre as suas e ensina-me, Doce Anjo, a orar outra vez.

MEIMEI
(Do livro “Temas da Vida” - Psicografia Chico Xavier)

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QUADRINHAS DO AMOR DE MÃE

  
Algo há de mães, algo nobre,
Nas roseiras esmerosas:
De espinhos a vida as cobre
E elas à vida dão rosas.

Que triste sina a das mães
sem lar, sob os viadutos!                   
Disputam sobras aos cães
na lentidão dos minutos...

Não é mãe a genitora
que descumpre o seu papel.
É, antes, a desertora
da trilha que leva ao céu.

Não só por ser genitora
torna-se mãe, a mulher.
Tem que ser guardiã, mentora,
heroína, haja o que houver!

Imagem: pobre mãe chora.
Seu filho preso é ladrão.
A polícia o leva agora.
Implora: - Não batam, não!

Vão-se ao vento uns ais pungentes
de mães...  Que doridos ais!
De tantos, de tão freqüentes
ninguém os escuta mais...

"Nos vôos, mãe, à memória
do antigo e modesto lar
sou personagem na história
da tua vida exemplar!"


 (Do livro "Trovas de Sersank")


quinta-feira, 4 de maio de 2017

UMA NOITE NA RUA



Arte by Bob Stroody








UMA NOITE NA RUA

Sergio de Sersank


Perdido nos meandros do meu ego
fiquei por horas pensando:
- Sabemos nós do universo
o que sabem de nós as formigas?

Dormi com a cabeça sobre dois tijolos
e tive este sonho ruim:
Rugia o mar num cais escuro.
Busquei a cidade, suas ruas,
seus bares e lupanares,
suas canções de aventuras.

Passou um vulto assustado.
Na faca estendida à frente
havia sangue a escorrer.
Da noite, dos seus arcanos,
a morte horrorosa veio.
Ceifara muitos. Fugi.

Acordo e viro de lado.
Sinto as costas a doer.

Eu baixaria esta noite às profundezas anímicas
da espiral evolutiva de Arquimedes.
Sorveria a alma ancestral das rochas
dormidas no tempo imensurável!

Nelas pudesse esconder-me
por séculos
de tudo e também de mim!...

Mas vejo o dia nascendo.
Pássaros cantam.
As cores devagar se delineiam.

Quase ao alcance da mão
sobre flores rasteiras
entre a grama e a calçada
borboletas voejam.

Lembram-me os voos da infância.
Ah, se pudesse seguir outra vez os caminhos
por trás daquelas colinas!

Ainda me encanta pensar que há ouro
ao pé de cada arco-íris.

Sergio Santos Cunha
 - Sergio de Sersank (Pseudónimo)
Londrina - (PR) - Brasil

Sergio de Sersank, poeta londrinense cultiva o hábito de escrever desde a juventude. Foi laureado em diversos Concursos de Trovas e Poesia. Parte de sua produção literária pode ser vista no Blog “Estado de Espírito” (www.sersank/blogspot.com.br). Tem publicado versos em diversos sites literários, jornais e revistas do Brasil e do Exterior. Sersank teve sua primeira obra “Estado de Espírito” lançada em 2013 em primorosa edição pela Editora Ithala. Prepara para publicação dois outros livros: “Trovas de Sersank”

 e “Poemas Espiritualistas”. Também está vertendo para o Esperanto, língua que domina bem, a obra “Estado de Espírito”.




terça-feira, 2 de maio de 2017

Da Revista Virtual Cultural Carlos Zemek (Curitiba)


PUBLICAÇÃO




PUBLICADO POR: CARLOS ZEMEK DATA: TERÇA-FEIRA, 2 DE MAIO DE 2017 




Imagem do Facebook (Desconheço o Autor)


Jamais uma aeronave
por mais perfeita que for
terá a energia suave
das asas de um beija-flor.


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Quadro da artista plástica Aninha Sacchelli  

                    Meu canarinho d’ Angola 

                                                      passa os dias mui tristinho

                                                      desde que ouviu, da gaiola, 

                                                         outro, livre, canarinho...

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Quadro de Carlos Zemek



Apaga-se um sol no espaço
e já um outro reluz.
É a vida, no seu compasso,
a vida jorrando a flux!



                                                                      .........................



Imagem do Google (Desconheço o Autor)



Vidas: histórias que ecoam,
nesta redoma de ar,
sonhos que se amontoam
e o tempo varre ao passar...



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Imagem do Facebook (Desconheço o Autor)



Ébrio de amor e saudade

eu choro e rio sozinho.
Um dia, a Felicidade
andou pelo meu caminho.




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(Do livro: "Trovas de Sersank", a sair)









segunda-feira, 1 de maio de 2017

VIAGEM





Foto de Mito Elias
Fonte: http://albatrozberdiano.blogspot.com 
 
MÁRIO FONSECA

Mário Alberto de Almeida Fonseca nasceu na cidade de Praia, em Cabo Verde, em 1939. Foi professor de francês no Senegal, trabalhou na Mauritânia e na Turquia como administrador. Perseguido político durante a ditadura salazarista, em Portugal, durante a fase da descolonização.
Obra poética: Près de la mer, Mon pays est lune musique, e Poissons. Sua obra foi traduzida a diversos idiomas.
 
VIAGEM NA NOITE LONGA

Na noite longa
minha alma
chora sua fome de séculos

Meus olhos crescem
e choram famintos de eternidade
até serem duas estrelas
brilhantes
no céu imenso.

E o infinito se detém em mim

Na noite longa
uma remotíssima nostalgia
afunda minha alma
E eu choro marítimas lágrimas
Enquanto meu desejo heroico
de engolir os céus
se alarga
e é já céu

Tenho então
a sensação esparsamente longa
de vogar no absoluto.

                        (Selô,1962)


ONDE FINCAR OS PÉS...

Onde fincar os pés senão nas estrelas?
Onde senão no sólido chão das estrelas?

Aqui?
Aqui onde medra medra a flor?

Oh rosa!
Que amar senão tua inexistente essência?
Que amara senão teu persistente sonho?

Isto?
Isto desta implacável gramática?

Oh rosa!
Onde fincar os pés senão em tuas inexistentes pétalas?
Onde senão no inexistente sonho de tuas persistentes pétalas?

Aqui?
Aqui onde tudo o que medra é só e apenas terra?

Oh tu embora da terra!
Oh tu embora do chão do coração!

Que amar senão as estrelas?

Que amar senão as estrelas
que estrelas são, palpitantes
E as inconsistentes rosas
Que persistentes cantam dentro do meu coração?
BECO SEM SAÍDA

    Ao Dr. Antonio Carlos Baeta, “desertor de si”.

No deserto
Em que tudo
não chega a ser mais que nada
Não há espaço para nada
Nem mesmo para não esperar
Ou para desertar
Pois que para lado algum
Ninguém nunca deveras partiu
Deste deserto
Ninguém nunca deveras partiu
Para lado nenhum
Deste deserto
Ninguém
Nunca
Deveras
Partiu
Deste deserto
         Ninguém
                Nunca            
                   Deveras
                          Partiu
De lado algum
Para lado nenhum.


ESTA É A CANDENTE TERRA...
  
         A la mémoire demon jeune frère,
          Daniel Rui de Almeida Fonseca,
          sous — lieutenant de l´armée portugaise,
          mort a l´âge de 24 ans, en combat, au
          Mozambique.                  

Esta é a candente terra de negrura
Onde debalde ficamos a nossa dor
E o sangue inocente que ainda jura,
No chão da maldição, em imenso clamor.

Olvidado na pompa e na púrpura
Da investidura de reinos sem pudor,
Construídos no terror e na mentira
Da traição à sacra promessa de amor.

Esta é a pungente terra de amargura
Onde como erva torpe medra a dura
Ditadura e cresce o crime no negrume
Da súplice solidão em que a multidão
Vencida já nem crê que o afiado gume
Que redime decepe o poder da negridão.


ENQUANTO NÃO SOAR A HORA..

Enquanto não soar a hora da minha morte,
Louvar eu quero a sorte eu me couber,
Já que, por mais que amar, um tão forte
Amor, que só a morte mata, merecer

Não posso, ainda que tivesse arte.
Mulher, enquanto durar o vício de viver,
Que persiste mesmo quando é mais morte
Que vida, a vida que consente o poder,

Quero somente andar, nadar e cantar,
Comungar e cultivar o meu pomar,
E à tua amada sombra adormecer...

Pois só inepta sina ou príncipe consorte
Pode requerer poder a quem tem poder,
Que este com sorte e morte se merece,
Com morte e arte permanece.


Página publicada em setembro de 2008

Fonte:
19jan2017






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COMENTÁRIO DE ISABEL FURINI, laureada poeta e escritora sobre a obra poética "Estado de Espírito"

http://www.icnews.com.br/2013.03.05/negocios/livros-de-negocios/estado-poetico-de-espirito/

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Letra: Sersank (Sergio S. Cunha)
Música: Irineu Santa Catarina


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ESPERANTO: La solvo (A solução)

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Veja aqui a NOTA da Prefeitura Municipal de Londrina sobre o lançamento doLivro de SERSANK

http://www.londrina.pr.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17367:sergio-sesank-lanca-estado-de-espirito&catid=88:cultura&Itemid=975

EL VIAJE DEFINITIVO - Poema de Juan Ramon Jimenez

https://www.youtube.com/watch?v=GspatgDGhO8&feature=emb_rel_end