Agonizando, a um canto, rememora
o enfermo, já sem algo a que se escude,
Extratos de episódios que, amiúde,
Deixaram cicatrizes. E os deplora...
Enfrenta o medo, um grande medo, agora,
Extintos os prazeres da saúde.
Os rostos de um cortejo e um ataúde,
Por cena afasta e atrai. É a extrema hora...
E, cônscio de que o tempo escoou em vão,
Reluta, enfim, à desencarnação,
Maldiz a enfermidade, grita e chora...
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Como outros tantos!... Se tendesse à prece
Entreveria a luz que resplandece
Além da morte, em permanente aurora...
(Do opúsculo "OÁSIS DE LUZ" - Sonetos de Sersank Kojn)
(DIREITOS AUTORAIS REGISTRADOS E PROTEGIDOS POR LEI)
Imagem:
http://www.free2use-it.com/gallery/photo/l3/2183/Pôr_do_Sol
2 comentários:
Bom sabes que sou sua fã! Adorei a sensibilidade em seu poema e fiquei pensando:O pensamento permanece
Mesmo com a vida se esvaindo.
De tudo que temos
De tudo que tanto desejamos
No ultimo momento só resta o pensamento.
E ele só termina, quando em fim finda a vida.
Foi assim que senti quando li seu poema
Grato pelo comentário, Enide. Andam avançados os estudos científicos no campo metafísico e são inúmeras e bastante consistentes as evidências de que a alma humana sobrevive à degeneração do corpo. A faculdade de pensar, pelo que se depreende, é atributo do espírito, portanto não cessa nunca. "Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana."
Teilhard de Chardin
Abraço!
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