Perdoar... Não há outro jeito
De abrandar o coração,
Quando nos cravam no peito
A adaga da ingratidão.
Cólera, dor, rusga e sangue
Deixa a calúnia onde avança.
Mas, volta, qual bumerangue
De encontro ao louco que a lança...
Se – tíbios - os bons se calam
Quando, à volta, os maus rugitam,
As leis do terror se instalam
E a todos infelicitam.
Eis uma nota indigesta
No indiscutível teor:
Não raro ao que menos presta
É que se presta valor...
D’onde vem essa alegria
Algo bizarra, infernal,
Que às multidões contagia
Nos dias de carnaval?
Fuja aos encantos macabros
Da larga estrada do mundo!
Margeiam-na volutabros
Do abismo, ao termo, profundo!
As tentações são doenças
Rondando o campo mental.
Se há mal nas coisas que pensas
E as não dispensas, vais mal...
Nem mesmo a fé que dizemos
Ter em Deus, de viva voz,
Nos dará o que nós queremos
Se nada dermos de nós.
Se a ave se habituar
Ciscando coisas do chão,
Desaprende de voar,
Perde o gosto da amplidão...
Eis infalível sentença
Aos que se afastam do bem:
Onde se instala a descrença
Não tarda a revolta vem...
( Do livro "Estado de espírito", de Sersank)
Imagem: www.sandranunes.com/brasil/teresa_large/carnaval_santa _teresa.jpg
Um comentário:
De meu prezado amigo Luiz Carlos, de Curitiba (PR), recebo esta manifestação gentil que me orgulho em transcrever:
[i] [b]
Especialíssimo seu Blog !!!
Parabenizar inteligências como a sua seria muito pouco.
Espero que a cada dia, alguém possa usufruir desse seu magnífico trabalho.
Abraços , Felicidades , que seus objetivos estejam cada vez mais perto da eterna realização , sempre buscada em prol da Humanidade.
Luiz Carlos, 16 fev 2010, às 23h02min [/] [/b]
Prezado Luiz Carlos,
Tuas palavras de incentivo me são preciosas. Quase nunca recebo "feed-backs", às minhas postagens no blog. Estou pronto a acolhê-las, mesmo que se limitem à crítica pura e simples.
De ti, as palavras vêm com a vibração de quem por algum tempo caminhou do nosso lado, honrou-nos com sua amizade e, felizmente, anos e anos mais tarde, continua amigo, sempre a nos brindar com seu talento e generosidade.
Um grande abraço e ... até um dia desses... quem sabe... pra uma revanche minha no xadrez... e também pra reavivarmos as lembranças dos anos dourados que vivemos em Porecatu e Florestópolis.
Sergio Cunha (Sersank Kojn)
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