De: CIÊNCIA HOJE
Terça-feira, 19 de Janeiro de 2010
Neandertais usavam bijuteria e maquilhagem
Investigação liderada por arqueólogo português
Foram encontradas as primeiras evidências convincentes de que o homem do Neandertal pintava o corpo e usava bijuteria há 50 mil anos. Uma equipa de investigadores liderada pelo português João Zilhão recolheu conchas que eram usadas como utensílios para a mistura e armazenamento de pigmentos em dois sítios arqueológicos em Múrcia, no sul de Espanha. O estudo que explica estas conclusões foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).
"Esta é a primeira evidência segura do uso de cosméticos", anunciou o arqueólogo português da Universidade de Bristol (Inglaterra) à BBC, acrescentando que “a utilização destas receitas complexas é novidade. É mais do que tinta para o corpo."
Os cientistas encontraram fragmentos de um pigmento amarelo que, segundo eles, pode ter sido usado como base para maquilhagem e também descobriram um pó vermelho junto com manchas de um mineral negro brilhante.Algumas das conchas, esculpidas e pintadas com cores fortes, também podem ter sido usadas como bijuteria.
Estas evidências acabam com a ideia de que apenas os seres humanos modernos recorriam à maquilhagem como adorno ou para realizarem rituais. Deste modo, o uso de pinturas corporais e bijuterias demonstra um certo nível de sofisticação homem do Neandertal. “As pessoas têm que acabar com essa ideia de que os Neandertais eram débeis mentais”, afirmou João Zilhão.
Hoje em dia é sabido que os Neandertais comunicavam entre si, que viviam em grupo dentro de cavernas, que cobriam o chão com peles, enterravam os seus mortos e que além disso, de acordo com o norte-americano Metin Eren, as suas ferramentas foram mais eficientes e duradouras do que as dos sapiens.
Tudo isto tem dado azo a um largo debate acerca da sua capacidade de inovação, ou, por outro lado, o facto de copiarem o que faziam os seus vizinhos recém-chegados. Contudo, os artefactos encontrados pela equipa de Zilhão poderão por fim a esta polémica. “Estes adornos corporais indicam um pensamento simbólico de há 50 mil anos atrás, dez mil anos antes da chegada do sapiens à Europa, pelo que não se trata de uma cópia. São adornos que identificam as pessoas, o que indica que tinham redes sociais complexas”, explica o líder da investigação, frisando que “os seus cérebros funcionavam como os nossos”.
Imagens do Google
Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=38787&op=all (Acesso em 19/01/2010)
Sersank, em 2010-01-18 às 18:50, disse: Na medida em que o homem avança, descortinando os horizontes do saber, desvenda os mistérios de sua origem e sua própria razão de ser. É fascinante.
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