Agonizando, a um canto, rememora
o enfermo, já sem algo a que se escude,
Extratos de episódios que, amiúde,
Deixaram cicatrizes. E os deplora...
Enfrenta o medo, um grande medo, agora,
Extintos os prazeres da saúde.
Os rostos de um cortejo e um ataúde,
Por cena afasta e atrai. É a extrema hora...
E, cônscio de que o tempo escoou em vão,
Reluta, enfim, à desencarnação,
Maldiz a enfermidade, grita e chora...
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Como outros tantos!... Se tendesse à prece
Entreveria a luz que resplandece
Além da morte, em permanente aurora...
(Do opúsculo "OÁSIS DE LUZ" - Sonetos de Sersank Kojn)
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Imagem:
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