Hippolyte Léon Denizard Rivail - (Allan Kardec)
Biografia de Allan Kardec
Allan Kardec (1804-1869), o sábio codificador da doutrina espírita, foi
educador, autor e tradutor francês. A doutrina espírita se propagou
em vários países, notadamente no Brasil.
Allan Kardec,
pseudônimo de Hippolyte Léon Denizard
Rivail, nasceu em Lyon, França, no dia 3 de outubro de 1804. Descendente de
antiga família lionesa, católica, foram seus pais Jean-Baptiste Antoine Rivail,
homem de leis, juiz e Jeanne Louise Duhamel.
Kardec iniciou seus
estudos na cidade natal e bem cedo se revelou altamente inteligente e perspicaz
observador das ciências e da filosofia. Com a idade de dez anos, seus pais o
enviaram a Yverdun, Suíça, a fim de completar e
enriquecer sua bagagem escolar no célebre Instituto de Educação ali instalado,
em 1805, pelo renomado professor-filantropo João Henrique Pestalozzi
(1746-1827). Formou-se em pedagogia no ano de 1824.
Allan Kardec
educador
Após retornar para
Lyon, e dominando vários idiomas, entre eles o alemão, o inglês, o holandês,
o italiano e o espanhol, Allan Kardec traduziu para o alemão, que
dominava amplamente, diversas obras didáticas de educação.
Entre 1835 e 1840, manteve em sua residência, à rua de
Sèvres, cursos gratuitos de Química, Física, Anatomia comparada, Astronomia e outros. Nesse período, preocupado com a didática, elaborou um manual de aritmética, que foi adotado por décadas nas escolas
francesas, além de um quadro mnemônico da História
da França, que visou facilitar ao estudante a memorização das datas
dos acontecimentos de maior expressão como as descobertas em cada reinado do
país.
Como pedagogo, o jovem Rivail dedicou-se à luta para uma maior democratização do ensino público. Ele organizava e ministrava cursos gratuitos
para os menos favorecidos.
Em 1828, junto com
sua esposa Amélie Gabrielle Boudet, fundou um grande estabelecimento de ensino
e passou a lecionar. Em 1830, alugou uma casa na Rua de Sèvres, onde oferecia
palestras e cursos gratuitos de Química, Física, Anatomia Comparada, Astronomia etc.
Allan Kardec
tornou-se membro de várias sociedades eruditas, entre elas a Academia Real
de Arras, que, em 1831 lhe concedeu o Prêmio de Honra por um ensaio
intitulado "Qual é o sistema de estudo mais em harmonia com as necessidades
da época?"
O Espiritismo
Durante vários
anos, Allan Kardec foi secretário da Sociedade
de Frenologia de Paris e participou ativamente dos trabalhos da Society of Magnetism, dedicando-se à
investigação do sonambulismo, do transe, da clarividência e de vários outros
fenômenos.
A partir de 1852,
Allan Kardec iniciou suas experiências com o mundo da espiritualidade, numa
época em que a Europa despertava a atenção para os fenômenos conhecidos como
“espíritas”.
Allan Kardec
investigou fenômenos espirituais registrados nos Estados Unidos, Reino Unido e
Alemanha. Tomou conhecimento das “mesas girantes” e da "escrita
mediúnica", fenômeno que mais tarde testemunharia e através dos quais passou
a se comunicar com os espíritos.
Um desses luminares
espíritos, que se identificou apenas como “Um espírito familiar”, passou a
orientar os seus trabalhos e teria lhe revelado que já o conhecia do tempo
dos druidas, na região da Gália, onde ele vivera sob o nome de Allan Kardec.
A partir de então, Hippolyte Léon Denizard Rivail abriu
mão de sua identidade nas atividades profissionais para tornar-se mundialmente
conhecido como Allan Kardec.
O Espiritismo conquistou notável
expansão no Brasil, onde também ganhou o nome de Kardecismo. Seu órgão mais representativo é a Federação Espírita
Brasileira.
Chico Xavier (1910-2002)
foi um dos mais importantes expoentes do Espiritismo no Brasil.
O Livro dos
Espíritos
Em 1857 foi publicado O Livro dos Espíritos, onde Allan
Kardec expõe a nova teoria da vida e do destino humano. Este livro é
considerado como o marco de fundação do Espiritismo e obteve rápido e crescente
sucesso editorial.
Em seguida a essa
publicação, Kardec fundou a Sociedade
Parisiense de Estudos Espíritas, da qual foi presidente até a sua desencarnação.
Posteriormente, associações semelhantes foram criadas em todo o mundo.
Em 1860 foi lançada
uma nova e atualizada edição de O Livro dos Espíritos, o que o referenciou
como importante obra da novel filosofia espírita na França. A partir de então,
Allan Kardec dedicou-se a estabelecer as bases da Codificação da Doutrina
Espírita, nos aspectos filosófico, científico e religioso.
Kardec fundou e
dirigiu a Revista Espírita, dedicada à defesa dos pontos de vista
expostos n’O Livro dos Espíritos.
Kardec faleceu em
Paris, França, no dia 31 de março de 1869, vítima da ruptura de um
aneurisma. Seu
corpo foi sepultado no Cemitério do Père-Lachaise, uma célebre
necrópole da capital francesa. Acima de seu túmulo,
erguido como formas de dólmens druídicos está grafada em francês a inscrição: "Nascer, morrer, renascer ainda e
progredir incessantemente, tal é a lei".
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Obras do Professor
Hippolyte
·
Plano Proposto para Melhorias da Instrução
Pública (1828)
·
Curso Prático e Teórico de Aritmética (1824)
·
Gramática Francesa Clássica (1831)
·
Catecismo Gramatical da Língua Francesa (1848)
·
Ditados Especiais Sobre as Dificuldades
Ortográficas (1849)
Obras de Allan
Kardec
·
O Livro dos Espíritos, Parte Filosófica (1857)
·
Revista Espírita (1858)
·
O Livro dos Médiuns, Parte Experimental e Científica (1861)
·
O Evangelho Segundo o Espiritismo, Parte Moral (1864)
·
O Céu e o Inferno, A justiça de Deus Segundo o
Espiritismo (1865)
·
A Gênese, os Milagres e as Predições (1868)
·
O que é o Espiritismo
·
O Espiritismo em
sua mais simples expressão
·
Obras Póstumas (“Euvres
Posthumes”) – (Paris, janeiro de 1890)
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Clique nos links
abaixo e leia estas duas importantes obras kardecianas:
·
https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2014/05/o-que-e-o-espiritismo.pdf
·
https://www.luzespirita.org.br/leitura/pdf/l12.pdf
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Foto de Allan Kardec
Created: antes
de 1870
Updated: 2019-04-12
17:06:57
License: Public
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Usage
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A Doutrina Espírita transforma
completamente a perspectiva do futuro. A vida futura deixa de ser uma hipótese
para ser realidade. O estado das almas depois da morte não é mais um sistema,
porém o resultado da observação. Ergueu-se o véu; o mundo espiritual
aparece-nos na plenitude de sua realidade prática; não foram os homens que o
descobriram pelo esforço de uma concepção engenhosa, são os próprios habitantes
desse mundo que nos vêm descrever a sua situação.
— Allan Kardec
Como meio de elaboração, o Espiritismo procede exatamente
da mesma forma que as ciências positivas, aplicando o método experimental.
Fatos novos se apresentam, que não podem ser explicados pelas leis conhecidas;
ele os observa, compara, analisa e, remontando dos efeitos às causas, chega à
lei que os rege; depois, deduz-lhes as consequências e busca as aplicações
úteis. Não estabeleceu nenhuma teoria preconcebida; assim, não apresentou como
hipóteses a existência e a intervenção dos Espíritos, nem o perispírito, nem a
reencarnação, nem qualquer dos princípios da doutrina; concluiu pela existência
dos Espíritos, quando essa existência ressaltou evidente da observação dos
fatos, procedendo de igual maneira quanto aos outros princípios. Não foram os
fatos que vieram a posteriori confirmar a teoria: a teoria é que veio
subsequentemente explicar e resumir os fatos. É, pois, rigorosamente exato
dizer-se que o Espiritismo é uma ciência de observação e não produto da
imaginação. As ciências só fizeram progressos importantes depois que seus
estudos se basearam sobre o método experimental; até então, acreditou-se que
esse método também só era aplicável à matéria, ao passo que o é também às
coisas metafísicas.
- Allan Kardec
(…) o Espiritismo, restituindo ao
Espírito o seu verdadeiro papel na criação, constatando a superioridade da
inteligência sobre a matéria, apaga naturalmente todas as distinções
estabelecidas entre os homens segundo as vantagens corpóreas e mundanas, sobre
as quais o orgulho fundou castas e os estúpidos preconceitos de cor. O
Espiritismo, alargando o círculo da família pela pluralidade das existências,
estabelece entre os homens uma fraternidade mais racional do que aquela que não
tem por base senão os frágeis laços da matéria, porque esses laços são
perecíveis, ao passo que os do Espírito são eternos. Esses laços, uma vez bem
compreendidos, influirão pela força das coisas, sobre as relações sociais, e
mais tarde sobre a Legislação social, que tomará por base as leis imutáveis do
amor e da caridade; então ver-se-á desaparecerem essa anomalias que chocam os
homens de bom senso, como as leis da Idade Média chocam os homens de hoje…
— Allan Kardec
“ Ministrando a
prova material da existência e da imortalidade da alma, iniciando-nos em os
mistérios do nascimento, da morte, da vida futura, da vida universal,
tornando-nos palpáveis as inevitáveis consequências do bem e do mal, a Doutrina
Espírita, melhor do que qualquer outra, põe em relevo a necessidade da melhoria
individual. Por meio dela, sabe o homem donde vem, para onde vai, por que está
na Terra; o bem tem um objetivo, uma utilidade prática. Ela não se limita a
preparar o homem para o futuro, forma-o também para o presente, para a
sociedade. Melhorando-se moralmente, os homens prepararão na Terra o reinado da
paz e da fraternidade.”
P. G. Leymarie (“Obras Póstumas” –
Credo Espírita)
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