Ao anoitecer
Sergio de Sersank
Céu em
sombras, sem estrelas.
Lua
triste, esmorecida.
Ouço o
sino do meu peito,
ouço-lhe
a fraca batida:
“No lago
em que te contemplas
nunca
mais serás visível.
Em
breve o teu Universo
irá
sumir-se contigo.”
Fantasmas
de rostos tristes
talvez
comentem: “- Por que
a
morte ainda aflige tanto
se
precisamos morrer?”
Há
outras humanidades
no
Cósmico Pensamento?
Bilhões
de estrelas distantes
já se
apagaram no tempo.
Se
existem, são como somos,
gente
em busca do saber.
E
vivem como vivemos:
escravos
de algum poder.
Importa
se irão findar-se?
Vivem,
apenas vivem
como
árvores e peixes
e
borboletas azuis...
Quem
há de entender os planos
dos
deuses que nunca vêm?
Se
estamos sós no Universo
por
que há de fazer-se o bem?
Assim
como os dias trazem
manhãs
de sol e de chuvas
há de
o mistério da vida
levar-nos,
vidas além?
Londrina, 11jan2017
A gente não muda muito,
não difere tanto dos jovens que um dia fomos. O tempo nos desfigura, mas o que
sentíamos em relação ao mundo, ao que sonhávamos, permanece sempre vivo em nós.
(Sersank)
Um comentário:
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