SAUDAÇÃO A FLORESTÓPOLIS
(Pelo transcurso de seu 74º aniversário)
Sergio de Sersank (*)
Na gleba ainda em floresta,
como novos bandeirantes,
unem-se e erguem, confiantes,
os heróicos pioneiros,
a princípio, algumas casas,
pequena venda e
pensão
e o “Patrimônio
São João”
começa a acolher tropeiros.
Desponta, assim, promissora
a década de cinquenta,
o mundo, então, se orienta
para a pacificação.
Nasce um novo Município.
Traz no nome a sua origem.
Sobre seu solo se
erigem
o templo, a escola, a estação.
Às margens da rodovia
entre os verdes cafezais
das grandes áreas rurais,
ridente, cresce a cidade.
Planta-se a cana-de-açúcar,
o milho, o trigo, o algodão,
o arroz, o soja e o feijão.
E faz-se a prosperidade.
Surgem as oficinas,
a primeira serraria,
as casas de alvenaria,
o estádio, o clube, o cinema.
Consolida-se o comércio.
E, ante o fascínio do “novo”,
confraterniza-se o povo.
Progredir será seu lema.
Florestópolis é o Berço
da Pastoral da Criança.
Com esse título avança
sua gente varonil.
É terra de bandeirantes
e, na medida em que cresce,
dignifica e engrandece
o nosso amado Brasil.
Londrina, 14 de novembro de
2025
FLORESTÓPOLIS
Sergio de Sersank
Tive a felicidade de (re) nascer na pequenina
FLORESTÓPOLIS, (antigo Patrimônio de São João), no norte do Estado do Paraná,
região sul do Brasil. O município tem atualmente 11.500 habitantes. Sua
emancipação política se deu na data de 14/11/1951. Meus pais, oriundos do
Estado de São Paulo (Novo Horizonte) já residiam no Município desde 1949.
Curiosamente, minha irmã, Mariza e minha cunhada Laura Dias vieram à luz
exatamente no dia em que nascia o Município. Mais
tarde, também a 14 de novembro, porém no ano de 1988 (ano de falecimento de meu
pai) nasceu o meu filho Leon Nilavac, hoje ilustrador gráfico.
Vivi em Florestópolis toda
minha infância e juventude. Meu pai era sapateiro. Meu tio, Manoel Tudela foi
farmacêutico e proprietário do Cinema, que se chamava CINE PARATODOS, principal
meio de entretenimento local até o final da década de 70. São de saudosa
memória as tardes de sol vividas às margens do ribeirão Capim, as pescarias no
Rio Vermelho e as disputadíssimas partidas de futebol do valoroso ECF - Esporte
Clube Florestópolis, reconhecido até hoje como uma das grandes forças do
futebol parananense amador, sendo de registrar-se que foi tetra-campeão da Copa
Brasil Sul de Futebol Amador.
FLORESTÓPOLIS é o Berço da Pastoral da Criança,
criada pela benemérita e saudosa médica sanitarista Zilda Arns Neumann,
em 1983. Esse reconhecimento se deu mediante Lei Federal. Faz-se, no entanto,
preciso assinalar que este título é, infelizmente, inglório. Segundo o
sociólogo e ex-Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, em
texto intitulado "A Pastoral da Criança - 20 Anos - parte integrante do livro de Martha Mamede
Batalha, "Pastoral da Criança - 20 Anos de Vidas" (Edições
Loyola, São Paulo-SP, 2003) “Florestópolis é uma cidade de bóias-frias.
A população vive em função do corte de cana para a Usina de Álcool e Açúcar
Cofercatu, antes pertencente ao Grupo Atalla, criada na região com recursos do Programa
Proálcool. Esses “Bóias-frias” também trabalham no plantio e colheita de
algodão e café. (...)”
“As condições sociais, associadas à falta de informação,
faziam a taxa de mortalidade infantil chegar a 127 óbitos para cada mil
nascidos. (...) Vinte anos depois, a taxa de mortalidade infantil em
Florestópolis caiu para 18,7 mortes para cada 1000 nascidos vivos, de acordo
com dados de 2002 da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná."
Vitória da Campanha de aleitamento materno promovida pela
inesquecível missionária católica, Zilda Arns.
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