sábado, 15 de novembro de 2025

 




SAUDAÇÃO A FLORESTÓPOLIS

(Pelo transcurso de seu 74º aniversário)

 

Sergio de Sersank (*)

 

 

Na gleba ainda em floresta,

como novos bandeirantes,

unem-se e erguem, confiantes,

os heróicos pioneiros,

a princípio, algumas casas,

pequena venda e  pensão

e o  “Patrimônio São João”

começa a acolher tropeiros.

 

Desponta, assim, promissora

a década de cinquenta,

o mundo, então, se orienta

para a pacificação.

Nasce um novo Município.

Traz no nome a sua origem.

Sobre seu solo  se erigem

o templo, a escola, a estação.

 

Às margens da rodovia

entre os verdes cafezais

das grandes áreas rurais,

ridente, cresce a cidade.

Planta-se a cana-de-açúcar,

o milho, o trigo, o algodão,

o arroz, o soja e o feijão.

E faz-se a prosperidade.

 

Surgem as oficinas,

a primeira serraria,

as casas de alvenaria,

o estádio, o clube, o cinema.

Consolida-se o comércio.

E, ante o fascínio do “novo”,

confraterniza-se o povo.

Progredir será seu lema.

 

Florestópolis é o Berço

da Pastoral da Criança.

Com esse título avança

sua  gente varonil.

É terra de bandeirantes

e, na medida em que cresce,

dignifica e engrandece

o nosso amado Brasil.

 

 

Londrina, 14 de novembro de 2025





FLORESTÓPOLIS

Sergio de Sersank

 

Tive a felicidade de (re) nascer na pequenina FLORESTÓPOLIS, (antigo Patrimônio de São João), no norte do Estado do Paraná, região sul do Brasil. O município tem atualmente 11.500 habitantes. Sua emancipação política se deu na data de 14/11/1951. Meus pais, oriundos do Estado de São Paulo (Novo Horizonte) já residiam no Município desde 1949. Curiosamente, minha irmã, Mariza e minha cunhada Laura Dias vieram à luz exatamente no dia em que nascia o Município. Mais tarde, também a 14 de novembro, porém no ano de 1988 (ano de falecimento de meu pai) nasceu o meu filho Leon Nilavac, hoje ilustrador gráfico.

Vivi em Florestópolis toda minha infância e juventude. Meu pai era sapateiro. Meu tio, Manoel Tudela foi farmacêutico e proprietário do Cinema, que se chamava CINE PARATODOS, principal meio de entretenimento local até o final da década de 70. São de saudosa memória as tardes de sol vividas às margens do ribeirão Capim, as pescarias no Rio Vermelho e as disputadíssimas partidas de futebol do valoroso ECF - Esporte Clube Florestópolis, reconhecido até hoje como uma das grandes forças do futebol parananense amador, sendo de registrar-se que foi tetra-campeão da Copa Brasil Sul de Futebol Amador.

FLORESTÓPOLIS é o Berço da Pastoral da Criança, criada pela benemérita e saudosa médica sanitarista Zilda Arns Neumann, em 1983. Esse reconhecimento se deu mediante Lei Federal. Faz-se, no entanto, preciso assinalar que este título é, infelizmente, inglório. Segundo o sociólogo e ex-Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, em texto intitulado "A Pastoral da Criança - 20 Anos -  parte integrante do livro de Martha Mamede Batalha, "Pastoral da Criança - 20 Anos de Vidas" (Edições Loyola, São Paulo-SP, 2003)Florestópolis é uma cidade de bóias-frias. A população vive em função do corte de cana para a Usina de Álcool e Açúcar Cofercatu, antes pertencente ao Grupo Atalla,  criada na região com recursos do Programa Proálcool. Esses “Bóias-frias” também trabalham no plantio e colheita de algodão e café. (...)”

“As condições sociais, associadas à falta de informação, faziam a taxa de mortalidade infantil chegar a 127 óbitos para cada mil nascidos. (...) Vinte anos depois, a taxa de mortalidade infantil em Florestópolis caiu para 18,7 mortes para cada 1000 nascidos vivos, de acordo com dados de 2002 da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná."

Vitória da Campanha de aleitamento materno promovida pela inesquecível missionária católica, Zilda Arns.

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

 


COMO BOLHAS DE SABÃO



                      (Desconheço o autor)


                   As coisas todas que pensamos nossas,
                 as coisas que se quer somar,
                são como bolhas de sabão, são leves
                e se dissipam no ar.

                    As coisas todas, os seres,
                    nada se pode pegar.
                   Nós fomos feitos da terra
                     e a terra é bolha de ar.
                     Gira, incerta, ao sopro infindo
                    de um deus menino solar.

Sersank 
 


(Do livro ESTADO DE ESPÍRITO")



                                                                                                                                                                                                                                                    Direitos autorais assegurados por lei. Registro nº 366.196, livro 677, fl. nº 356, de                                              12/01/2006, junto ao EAD/Fundação Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.

                       Imagem:
                Banco de imagens de Google
                   http://atividadescuriosidadesaprendendobrinc.blogspot.com/

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

CONJETURANDO

 

Do livro "ACENDALHAS", de Sergio de Sersank


(Desconheço o Autor da imagem)


Ao anoitecer

Sergio de Sersank


Céu em sombras, sem estrelas.

Lua triste, esmorecida.

Ouço o sino do meu peito,

ouço-lhe a fraca batida:

 

“No lago em que te contemplas

nunca mais serás visível.

Em breve o teu Universo

irá sumir-se contigo.”

 

Fantasmas de rostos tristes

talvez comentem: “- Por que

a morte ainda aflige tanto

se precisamos morrer?”

 

Bilhões de estrelas distantes

já se apagaram no tempo.

Há outras humanidades

no Cósmico Pensamento?

 

Se existem, são como somos,

fontes de vida e saber.

Mas vivem como vivemos,

escravas de algum poder?

 

Importa se irão findar-se?

Vivem, apenas vivem

como árvores e peixes

e borboletas azuis?

 

Quem há de entender os planos

dos deuses que nunca vêm?

Se estamos sós no Universo

por que há de fazer-se o bem?

 

Assim como os dias trazem

manhãs de sol e de chuvas

há de o mistério da vida

levar-nos, vidas além?

 

 

 

Londrina, 11jan2017

 

 

“A gente não muda muito, não difere tanto dos jovens que um dia fomos. O tempo nos desfigura, mas o que sentíamos em relação ao mundo, ao que sonhávamos, permanece no íntimo de nós.” (Sersank)

 

Londrina, 11jan2017




domingo, 19 de outubro de 2025

Do livro "Acendalhas", de Sersank

 


Um momento de paz




Foto by Khosrow Amirazodi



AMANHECER

Sergio de Sersank


Incluo-me no espaço 
dos que insculpem na alma
o amor pela vida
o gosto da liberdade
o sonho do bem.

Nada comparo
ao espetáculo do dia que chega
sob a algazarra dos pássaros:
um homem andando
o cachorro latindo
um galo a cantar.

Nada comparo
ao sentimento de estar
neste lugar do universo
com as pessoas que eu amo,
quando as pessoas que eu amo
dormem tranquilamente.

Esmagou-me o sistema
do ter que ter para ser.
Agora
neste lugar do universo
ao som da cantiga do vento
inunda-me gratuitamente a luz do sol.

  Aos que me vão inquirir
quando eu morrer
direi que venho
 de um pequeno mundo
onde amanhece a liberdade
o sonho do bem.


Sersank, 20jun2020

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

 



VINTE QUADRAS DO CORAÇÃO







I - Prova de amor

- Se a amo? Ora, amor, perquira
Estes olhos frente aos seus.
Eles dirão se é mentira.
Perquira estes olhos meus!


II - Amante à moda antiga

Teci de amores um leque.
Fui herói, vilão... Fiz lenda.
Tenho um coração moleque
Que apanha, mas não se emenda...


III - Sedução

Meus olhos são tristes, vagos,
Os teus são vivos, brejeiros...
Que buscam nos meus, aziagos,
Os teus olhos feiticeiros?


IV - Desilusão

Esperança - tolo anseio,
Por que resistes em mim?
Trago ainda a taça ao meio,
Devo sorvê-la até o fim...


V - Reação

Com outro a vi. Fatal dia!
Fez-se de estranha, com charme.
Foi o fim. Mas... Quem diria!
Perdendo-a pude encontrar-me.


VI - Diversidade

Ouço os grilos... Com seus trinos,
Desdenham-me a solidão.
Parece que tangem sinos,
Festejam a escuridão.


VII - Mal de amor

Quem ama, sofre. É o reclame
Do coração que chameja.
Mas, pobre do ser que ame
Quando, em paga, odiado seja!


VIII - Vala comum

Na vida de tudo um pouco
Eu posso dizer que fiz:
Amei, lutei como um louco
E morro, pobre, infeliz...


IX -Amores, amores!...


Ah, o amor dito “proibido”
- Mescla de êxtase e dor!...
Quanto mais é combatido
Mais se obstina esse amor!


X - A imensidade vazia

Nada a dizer, nada a dar-te
No dia em que fazes anos...
Pobre bardo! Fica a olhar-te.
Como dar-te desenganos?


XI - O poeta afaga o cão

Cãozinho amigo, ignoras
As mágoas que coleciono...
Bem está que assim não choras
Se a chorar te afaga o dono...


XII - Senectude

Têm as noites ternos lumes?
Não a minha noite, interna...
Sem astros, sem vaga-lumes...
Em mim dorme um sol que hiberna...


XIII - Suspiro

Ando a pensar: se ouso um verso,
Ou outro, assim, de momento,
Um gênio parvo, adverso,
Os sopra, perverso, ao vento...


XIV - Realidade

Guarda-nos, certa, o futuro
A morte, por termo ao fado.
Mas o que mata, no duro,
O que nos mata é o passado.


XV -Nostálgico

Olho, num velho retrato,
o jovem que me sorri:
tem no ar feliz o recato
da fé que há muito perdi...


XVI - Enquanto o inverno não vem

A arder no peito, mais frio -
sol de outono a declinar -
meu sonho, um sonho tardio,
abre-se agora ao luar!...


XVII - Tempestade

Sibila o vento. Troveja.
Brusca, a borrasca arrebenta.
E, ao mar da noite, veleja
minh’alma em outra tormenta...


XVIII - Dilema

Triste dilema o do triste
Amante entregue à paixão.
Se a razão lhe diz – Desiste!
Diz-lhe: - Insiste! – o coração...


XIX - Felicidade

Felicidade – a viela
Que a vida aponta – é ilusão.
Ao que rasteja, ao fim dela,
A vida aponta a amplidão...



XX - Um brinde, o melhor dos brindes!

Comigo envelhecem sonhos
Que nunca realizarei.
Brindo, pois. Brindo aos meus sonhos.
Brindo à vida que sonhei!




(Do Livro "Estado de Espírito", de Sersank)



(Direitos autorais registrados e protegidos por lei)

terça-feira, 16 de setembro de 2025

AMIZADES

 

Imagem do Pinterest


AMIZADES ANTIGAS

 

Os anos passam

e como as águas dos rios

não voltam mais.

 

Nessas águas turvas do tempo

amizades antigas

lembram veleiros que partem

de incertos, noturnos, cais.

 

Tolerantes com nossos erros

poucas permanecerão vivas.

Terão pelas noites que avançam

sonhos que temos iguais.

 

As que se perdem no horizonte em brumas

são como outras velas.

  

No quarto escuro das nossas lembranças

extinguem-se elas

em frágeis pavios.

 

Com deslembrados dizeres vazios.

Ficam em velhos cartões postais.

Vão-se nos veleiros do horizonte em brumas.

Apagam-se nas velas que nada alumiam mais.

 

Sersank, 30dez2022





terça-feira, 9 de setembro de 2025

INDIGNACÃO

 





Poema Antifas 


Aquele que comeu por toda a vida

o pão superfaturado

que o diabo, mesquinho, amassou,

acabou com ojeriza.

Já não come

deita aos porcos esse pão.

Quer hoje encerrar o diabo

no seu forno

a um safanão...


Sersank


 



domingo, 10 de agosto de 2025

PENSANDO E REPENSANDO

 


Casa com gramado e montanha ao fundo

O conteúdo gerado por IA pode estar incorreto.

Desconheço o autor

 

PENSANDO BEM

 

Não somos absolutamente

donos de nossos pensamentos.

Não sabemos pensar.

Somos donos de nada.

Temos coisa nenhuma.

 

A terra

infelizmente

ainda

não é o nosso lar.

 

Não me tenho

Não te tens.

Somos nada.

 

Apenas vivemos.

Seguimos em frente

em suposta

iluminada

estrada.

 

Á volta sabemos que há gente

iguais a nós.

E campos

montanhas

animais

flores e pedras.

 

Tem um céu a atrair-nos

rios e mares sem fim.

 

Mas não temos ainda

o caminho.

Só temos o dever de caminhar.


(Do livro "Acendalhas", de Sersank)


segunda-feira, 28 de julho de 2025

PRESCIÊNCIA

 


 

Foto:  Eduardo_de_Martino_-_Veleiro_em_alto_mar.jpg


FLORES DE GAIA

Sersank

Provindas

de escuríssimos oceanos estelares

erram

sob nebulosas ondas

 nossas almas 

infindas

revéis

desiguais.

 

Seguem sob o influxo

de pequeno sol

a apagar-se no Universo.

 

Que vençam os vórtices.

Vençam - 

flores de Gaia -

o duro reverso do tempo:

 o sempre do nunca mais.


quarta-feira, 25 de junho de 2025

ACENDALHA

 


 

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NÃO EXISTE A NOITE, É DIA SEMPRE

 

Todo o poder capitalista no mundo

é, certamente,

 causa de discórdia

nas profundezas da consciência cósmica.

 

O poder do dinheiro dos homens assombra.

Mas é apenas fumo.

Pode acabar em escombros, morte e podridão.

O Capitalismo é esse vento frio e nefasto

que causa barulho à porta das casas que hoje habitamos.

 

Mas o sol da liberdade e da igualdade

 há de brilhar por bilhões de anos ainda

sem nos cobrar nada pela oferta de sua luz.

 

Nós vivemos sob sua luz.

Isso é o que importa.”

Sergio de Sersank, 26jun2025

 

 

 

 

 


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livro.estadodeespirito@gmail.com

COMENTÁRIO DE ISABEL FURINI, laureada poeta e escritora sobre a obra poética "Estado de Espírito"

http://www.icnews.com.br/2013.03.05/negocios/livros-de-negocios/estado-poetico-de-espirito/

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HINO OFICIAL DE LUIZ ANTONIO

Letra: Sersank (Sergio S. Cunha)
Música: Irineu Santa Catarina


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BEBO PAROLAS EN ESPERANTO

ESPERANTO: La solvo (A solução)

ESPERANTO: La solvo (A solução)

Veja aqui a NOTA da Prefeitura Municipal de Londrina sobre o lançamento doLivro de SERSANK

http://www.londrina.pr.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17367:sergio-sesank-lanca-estado-de-espirito&catid=88:cultura&Itemid=975

EL VIAJE DEFINITIVO - Poema de Juan Ramon Jimenez

https://www.youtube.com/watch?v=GspatgDGhO8&feature=emb_rel_end