(Desconheço o Autor)
DOCE ANJO
Penso
em ti, Mãezinha querida, e retorno aos teus braços.
Vejo-te,
estrela em forma de anjo, velando a noite, ao meu lado, enquanto te buscava o
colo por brando ninho.
Teu
sorriso era a própria bênção de Deus, sustentando-me horas e, misturando beijos
e lágrimas, alentaste-me a vida.
Quantas vezes procurei nos teus olhos a
inspiração do caminho não saberia dizer... Sei apenas que, em nossa casa,
levantavas-te com a aurora, esgueirando-te em silêncio para que não
interrompêssemos o repouso, preparando-nos o pão de que recebias sempre o
derradeiro pedaço.
Sei, Mãezinha, que escravizada ao fogão e à
pia de lavar, trabalhavas de manso, voltando o rosto sereno para dizer que
éramos os teus tesouros, quando alguém se queixava de nós.
Nunca te disseste cansada, ainda mesmo quando
os nossos gestos de ingratidão te faziam aflita e muda.
Frequentemente, surpreendia-te a cantar
chorando, sem que pudesse perceber os espinhos que te dilaceravam a alma,
porque teus lábios respondiam sorrindo às minhas perguntas, sossegando-me a
inquietação.
Passou o tempo e volto hoje, de alma renovada
em tua renúncia, para ofertar-te as flores de meu afeto.
Quisera
trazer-te o próprio Céu, em meu impulso de amor, entretanto, sou eu ainda que
me ajoelho aos teus pés, para rogar-te em prece de gratidão:
-
Mãezinha querida, deixa-me descansar de
novo, no arminho de teu regaço!
E,
enquanto choro de alegria para agradecer a Deus a luz de tua presença, guarda
minhas mãos entre as suas e ensina-me, Doce Anjo, a orar outra vez.
MEIMEI
(Do livro “Temas da Vida” - Psicografia Chico
Xavier)
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QUADRINHAS DO AMOR DE MÃE
Algo há de mães, algo nobre,
Nas roseiras esmerosas:
De espinhos a vida as cobre
E elas à vida dão rosas.
Que triste sina a
das mães
sem lar, sob os viadutos!
Disputam sobras aos cães
na lentidão dos minutos...
Não é mãe a genitora
que descumpre o seu papel.
É, antes, a desertora
da trilha que leva ao céu.
Não só por ser genitora
torna-se mãe, a mulher.
Tem que ser guardiã, mentora,
heroína, haja o que houver!
Imagem: pobre mãe chora.
Seu filho preso é ladrão.
A polícia o leva agora.
Implora: - Não batam, não!
Vão-se ao vento uns
ais pungentes
de mães... Que doridos ais!
De tantos, de tão
freqüentes
ninguém os escuta mais...
"Nos vôos, mãe, à memória
do antigo e modesto lar
sou personagem na história
da tua vida exemplar!"
(Do livro "Trovas de Sersank")