Genivaldo dos Andaimes –
pouco mais de trinta anos,
cinco meses de instrução.
Egresso das caatingas
do nordestino sertão.
(Num dos barracos do morro
sete bocas se nutriam
dos calos de suas mãos).
Operário diligente
dos prédios em construção.
Artista, nas horas vagas,
como todo bom peão.
Aficionado à viola
e à "causos" de assombração.
Presença certa nas rinhas,
rodas de "truco" e rodeios;
festeiro por vocação.
Certa feita, após uns goles
de conhaque de alcatrão,
ouviu estranha proposta,
à meia-voz, num balcão,
de um facínora que vinha
agindo na região.
Tornou à casa, sombrio,
tomado de compunção.
Mas, vendo a mulher, a um canto,
resmungar-lhe um palavrão,
os filhos debilitados
pela subnutrição;
eles todos da indigência
resvalando à condição,
sentiu que o vulcão do peito
entrara em erupção.
Acostumado à dureza,
fez-se outro, desde então:
tomou a estrada do crime
sumiu-se na escuridão.
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Numa tarde, ele e o comparsa
adentram, a mão armada,
magnífica mansão.
São, no entanto, surpreendidos,
pela polícia, na ação.
No cerco, que toma a quadra,
fazem reféns. Só se entregam
pós árdua negociação.
A imprensa, cobrindo o fato,
lhe amplia a repercussão.
Toda a cidade quer vê-los.
A polícia, ao removê-los,
Vacila. É o caos. Convulsão.
Acabam submetidos
à fúria da multidão...
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Genivaldo dos Andaimes
cinco filhos na penúria;
o lar em dissolução
e o comparsa, um ex-detento,
sem direito a julgamento,
são linchados, sem perdão...
Poema de Sersank