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Somos o eterno aprisionado
Na argila perecível.
Inábeis equilibramos
O intemporal no precário.
Só a morte nos liberta.
I
Se algo há que me conforte
Ante o amigo que morreu
É ver que, ao menos na morte,
Tem um dia todo seu.
II
Nenhuma dor, por mais forte,
É tão pungente em seus ais
Quanto a de quem vê na morte
A noite do “nunca mais”.
III
Errônea idéia anda forte,
Bem fortemente arraigada:
A que insiste em ver na morte
A imensa noite do “nada”.
IV
Que absurdo! Inexistir!...
De nada mais se lembrar.
Não mais sofrer, nem sorrir.
Morrer!... Dormir... Não sonhar.
V
Esperança!... O moribundo
Entregue à chaga voraz...
O inferno em vida, no mundo
E o mundo deixando, em paz...
VI
Como as aves, findo o dia,
Dão-se ao sonho: o dia esperam.
Dão-se ao sol do Além, que os guia,
Os que em paz viver souberam...
HELENA KOLODY, in “Argila Iluminada”(1980)
I
Se algo há que me conforte
Ante o amigo que morreu
É ver que, ao menos na morte,
Tem um dia todo seu.
II
Nenhuma dor, por mais forte,
É tão pungente em seus ais
Quanto a de quem vê na morte
A noite do “nunca mais”.
III
Errônea idéia anda forte,
Bem fortemente arraigada:
A que insiste em ver na morte
A imensa noite do “nada”.
IV
Que absurdo! Inexistir!...
De nada mais se lembrar.
Não mais sofrer, nem sorrir.
Morrer!... Dormir... Não sonhar.
V
Esperança!... O moribundo
Entregue à chaga voraz...
O inferno em vida, no mundo
E o mundo deixando, em paz...
VI
Como as aves, findo o dia,
Dão-se ao sonho: o dia esperam.
Dão-se ao sol do Além, que os guia,
Os que em paz viver souberam...
(Do livro "Estado de Espírito", de Sersank)
(Direitos Autorais protegidos por lei)
2 comentários:
Libertação para uns maldição para outros é sempre surpreendente ler neste magnifico espaço.
O grande poeta Rabindranath Tagore, disse uma vez o que pensava sobre o tema:
""Morrer é o apagar da lâmpada ao nascer do dia e não o apagar do sol."
Abraço, Nyde.
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