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AOS QUE SE AFASTAM DE MIM
Pode parecer estranho,
mas não me importo se um amigo ou amiga se afasta de mim. Já muitos deles
passaram para o outro lado da calçada que sigo. Uns porque já não mais encontravam
em mim a pessoa certa, aquela apta a ajudá-los ou sempre pronta a ouvi-los,
outros e outras porque se desgostaram de algo que eu possa ter feito ou dito.
Vão-se depressa ou devagar. No fundo, por suposto, tinham ideias diferentes ou
mesmo antagônicas às minhas. E eu que sou dos que vivem no mundo imensurável
das ideias, respeitando a todos que pensam diferentemente de mim, agradeço-os
por não mais tê-los inclusos em meu pequeno universo de relações pessoais.
Acho até bom que tenham
se afastado pois que se assim o fizeram já não eram mais amigos. Talvez se
julgavam (e talvez fossem) superiores a mim. O fato é que não somos perfeitos. Ninguém
é.
Gratifica-me saber que
permanecem ainda, do mesmo lado da minha calçada, com o passar dos anos e, apesar
dos pesares, pessoas admiráveis, das mais simples às mais cultas, cuja amizade
muito me honra. Aqui incluo os que partiram para outros lugares ou se foram para
a eternidade e continuarão sempre amigos.
Aos que definitivamente
se afastaram desejo que encontrem o que buscam e sejam felizes.
Mas, devo dizer, com
sinceridade e uma ponta de tristeza: muitos dos amigos que se foram deixaram-me
nos dias mais difíceis que vivi. E sabiam disso.
Sergio de Sersank, 26 de julho de 2020.