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sábado, 27 de fevereiro de 2010

CENA COMUM DE DECESSO




Agonizando, a um canto, rememora
o enfermo, já sem algo a que se escude,
Extratos de episódios que, amiúde,
Deixaram cicatrizes. E os deplora...

Enfrenta o medo, um grande medo, agora,
Extintos os prazeres da saúde.
Os rostos de um cortejo e um ataúde,
Por cena afasta e atrai. É a extrema hora...

E, cônscio de que o tempo escoou em vão,
Reluta, enfim, à desencarnação,
Maldiz a enfermidade, grita e chora...
............................................................................
Como outros tantos!... Se tendesse à prece
Entreveria a luz que resplandece
Além da morte, em permanente aurora...


(Do opúsculo "OÁSIS DE LUZ" - Sonetos de Sersank Kojn)





(DIREITOS AUTORAIS REGISTRADOS E PROTEGIDOS POR LEI)


Imagem:
http://www.free2use-it.com/gallery/photo/l3/2183/Pôr_do_Sol

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

HAICAIS










Holocausto
Jamais uma rês
Suspeite o custo do pasto.
Sacie-se em paz!...


Gravura
Senhor do seu poderio,
na tarde de estio,
o sol se banha no mar.


Definição
Amar não está
No prender-se o que se quer.
Amar é se dar.



Sonho de fim de milênio
Ensarilham armas.
Erguem pontes, rompem muros.
Elevam-se os homens.



Presságio
Um bruxo há na espreita
Dos dias, infenso e belo:
O abutre no azul.


Intuição

Porque dos astros egressos,
os astros nos lembram
os que nos deixaram.


Vandalismo

Duendes voam na brisa,
arrancam as pétalas

das flores e riem...

Sensatez
É apenas detalhe
o abutre no campanário.
O céu está azul.
 
(Do livro: "Estado de Espírito", de Sersank)

(DIREITOS AUTORAIS PROTEGIDOS POR LEI)
Imagem:
http://img512.imageshack.us/i/sombrasgi9.jpg/

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

OBSTINAÇÃO



Cada dia, cada instante,
como Sísifo, sozinho,
morro acima, morro adiante,
rolo a pedra do caminho.

Uhhrrhh...
Não sou Atlas. Pesa um mundo
a pedra do meu queixume.
Mas dela me livrarei
depois de elevá-la ao cume.

Depois de elevá-la ao cume
verei as garças ao sol,
verei as noites de lua,
o campo, em flor, no arrebol...

Agora, no meu caminho,
há tão somente uma pedra,
só esta praga de pedra!

Uhhrrhh...


(Do livro "Estado de Espírito", de Sersank Kojn)

(Direitos autorais registrados e protegidos por lei)

Imagem:
http://pt.wikipedia.org/wiki/O_Mito_de_S%C3%ADsifo

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

ESTÓRIA DE VILAREJO




Valdério era um velho surdo
e contumaz galhofeiro,
ranheta como ninguém.
Tratava com vitupérios
até os que o tratavam bem.


- Toma cuidado, Valdério!
- Cuidado, a linha do trem!
- Valdério, olha o trem, cuidado!
Voltava-se com desdém.

Era surdo, mas não cego.
É claro que via o trem!
Uma dia, os seus desaforos
que o prefeito, o delegado,
sabiam por nhe-nhe-nhem,
ousara os dizer, de frente,
aos desafetos do Além...



Foi assim que os moradores
do lugar – gente de bem –
com cruz ornada de flores
  marcaram, como convém,
o triste fim do Valdério
  no trecho em que apita o trem.
                                                                                 
                                                                       Sersank Kojn (Do livro: Estado de espírito)
         
 (Direitos autorais registrados e protegidos por lei)
Fonte:

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Trova da realidade





Na quarta-feira de cinzas,
ei-los de volta às rotinas:
sem as máscaras, ranzinzas,
Pierrôs e Colombinas!

                             Sersank Kojn

Imagem:




(Trova do livro "Estado de Espírito")

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Trovas para reflexão





Perdoar... Não há outro jeito
De abrandar o coração,
Quando nos cravam no peito
A adaga da ingratidão.


Cólera, dor, rusga e sangue
Deixa a calúnia onde avança.
Mas, volta, qual bumerangue
De encontro ao louco que a lança...


Se – tíbios - os bons se calam
Quando, à volta, os maus rugitam,
As leis do terror se instalam
E a todos infelicitam.


Eis uma nota indigesta
No indiscutível teor:
Não raro ao que menos presta

É que se presta valor...

D’onde vem essa alegria
Algo bizarra, infernal,
Que às multidões contagia
Nos dias de carnaval?


Fuja aos encantos macabros

Da larga estrada do mundo!
Margeiam-na volutabros
Do abismo, ao termo, profundo!


As tentações são doenças
Rondando o campo mental.
Se há mal nas coisas que pensas
E as não dispensas, vais mal...


Nem mesmo a fé que dizemos
Ter em Deus, de viva voz,
Nos dará o que nós queremos
Se nada dermos de nós.

Se a ave se habituar
Ciscando coisas do chão,
Desaprende de voar,
Perde o gosto da amplidão...


Eis infalível sentença
Aos que se afastam do bem:

Onde se instala a descrença
Não tarda a revolta vem...


( Do livro "Estado de espírito", de Sersank)


Imagem: www.sandranunes.com/brasil/teresa_large/carnaval_santa _teresa.jpg

 

domingo, 14 de fevereiro de 2010

UMA PROPOSTA AOS SENSÍVEIS











Mistério das coisas! Em tudo existe
 Um coração que sente e que palpita
Desde o sol rubro até à urze triste!”
           Florbela Espanca (A Voz de Deus)


Refutem-nos os ateus
Com seus conceitos banais:
Em tudo vemos sinais
Da força magna - DEUS.
Na própria efemeridade
Dos seres e situações
Ressumbra a perenidade
Dos almos, divinos dons.
Sondemos a natureza,
Sua mágica grandeza,
Olores, imagens, sons!

Na pauta da celeste sinfonia
Desfaz-se, por mais dure, em harmonia,
Toda nota dissonante
De desesperança e dor.
O cântico celeste
que na sarça ardente
Ouviu Moisés,
à Voz do Onipotente,
Ressoa pelos ares, cada instante.
É tudo vibração de amor!

Se em galácticos conjuntos
há infinidades de mundos
os seus pélagos profundos,
que tesouros não contêm?!
Que mágica imensa a da Vida!
Que arca imensa de arcanos!
Em dualidade de planos,
tudo canta: glória ao bem!



A Força que impulsiona os universos
vincula-nos a todos - os seres dispersos
que em faixas vibratórias, amolda e lapida..
E assim como incende as estrelas de vida
Estende-a p’ra além do sistema do sol.
Assim reproduz, por amplidões afora,
O vôo do albatroz, ante o matiz da aurora,
O canto vesperal de um rouxinol.


A luz que dimana dos sóis do infinito
Resplende nos seres, do arcanjo ao granito;
No tempo e no espaço resplende essa Luz.
Abramos-lhe n' alma, à sua cósmica aragem,
Janelas em flor, pois distende a mensagem
Daquele que os homens chamamos - Jesus.

(Do livro "Estado de espírito", de Sersank)


sábado, 13 de fevereiro de 2010

À CRIANÇA ABANDONADA


"Enquanto permitirem que as crianças sofram,

não existirá amor verdadeiro no mundo."

Isadora Duncan


Quando a noite, enfim, te alcança,
O que sonharás, criança,
Ao cintilar dos néons?
Há fantasmas, ao relento,
Uivando, uivando no vento,
Não podes ter sonhos bons...

Mal sabes teu sobrenome
E, arrostando frio e fome,
Com outros iguais, ao léu,
A duras penas aprendes
Que não há fadas, duendes,
Nem mesmo “Papai Noel”...

Ecoam nos teus ouvidos
Os tétricos estampidos
Da noite da Candelária.
E lembras (como os contê-los?)
Os suplícios – pesadelos
Da convivência diária.

Sem um tutor que te estime
Desces às raias do Crime -
E te embruteces ali.
Fumas, brigas, te embriagas,
Cheiras cola... Que mais pragas
Satanás despeja em ti?

Por certo, revel, rejeites
Afagos de mão piedosa...
Maldita é a mão criminosa
Que te impele para as ruas!
Maldita é a mão sorrateira
Que ao submundo te manda
E, em sórdida, vil ciranda,
Faz com que te prostituas!

Assim, no escoar dos dias,
Sem dar azo a fantasias,
Pouco esperas do amanhã.
O mundo adulto te esfola,
Mas, tens direito a uma escola,
Direito a uma vida sã...

É inconcebível que, em busca
Do cobertor que desejas,
Mesmo as portas das igrejas
Não se abram para ti!...
Que namores, esfaimada,
Guloseimas na vitrine,
E, pronto, alguém te incrimine:
- "Arreda esses pés daqui!".

É inconcebível que clames
Tão rente aos nossos ouvidos
E nós - teus irmãos crescidos –
Teimemos em não te ouvir!
Que vivas, expatriada,
Sob os céus de teu país
Sem chances de ser feliz,
Sem ter para onde ir...
............................................................................
Quando a noite, enfim, te alcança,
O que sonharás, criança,
Ao cintilar dos néons?
Há fantasmas, ao relento,
Uivando, uivando no vento,
Não podes ter sonhos bons...

(Direitos autorais registrados e protegidos por lei)

Imagem:

http://normandus.files,wordpress.com/2009/03/meninos-de-rua.jpg

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

DAS POUCAS OPÇÕES AO DESESPERO



“... Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar?
Amar e esquecer,
Amar e malamar,
Amar, desamar, amar?
Sempre, e até de olhos vidrados, amar?...”
Carlos Drumond de Andrade
(“Amar”)



Fugir, como o faz o eremita,
tenhas por que, tenhas como,
não te trará a solução.
Prostrar-se é admitir queda iminente.
Chorar anula o esforço da reação.
Exasperar-se é remover a tampa
de escuro, espurco alçapão.
Vingar-se é se lançar no labirinto
que erige a consciência em convulsão.

Roubar é ter, feito bicho,
que enveredar-se, de noite,
entre penhascos, em bruma.
Aniquilar-se – oh, não queiras,
não queiras nunca isso, não!
Seria -auto-traído - auto-sentenciares,
ao fim da declinante trajetória,
a queda em mais profunda depressão.

A vida a reparar,
te seja o justo fardo.
... .Perdoar quanto te custe,
esquecer quanto te doe,
reconstruir, por que não?

Que a via alternativa
ao que se eleva é a crucis
e há de ser sempre
a mais distante e estreita,
a porta do lado bom.

A velha e sábia antítese do desespero
é o frágil sustentáculo do sonho.
Não pares. Não desistas. Não descreias:
a mágica da vida vitoriosa, meu amigo,
é sempre, e sempre e sempre, o recomeço.



Sersank Kojn

(Direitos autorais registrados e protegidos por lei)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

DAQUI A MIL ANOS...




Apesar dos dissabores
de outro dia exaustivo
e do estômago frio,
enclausurado no tráfego,
calmo e, quem sabe, feliz
pelo carro financiado,
ouvirei o CD surrado
de um triste cantor boêmio
que chamou-se Astor Piazolla.
Eu - um chinês operário,
ou filho pobre de Angola.

Os bem-nascidos, burgueses,
esnobando séqüito e pompa,
como os que hoje fumam havanas,
mesmo conscientes de serem
peças de odiosos esquemas,
continuarão rindo à toa,
flutuando, em trajes de vôo,
por cima da carne seca.

Ouvirei de terremotos
e de nações onde a guerra,
é ameaça às nações livres;
de povos amordaçados,
de conflitos, de incertezas,
de agressões à natureza.
E das benesses que trouxe
um novo estado ou regime.

Ouvirei falar de drogas,
de casamentos em crise,
de misérias, de doenças
e da ascensão da violência
nos milhares de países.

Por não termos destruído
as nossas velhas barreiras,
não me espantarei de ver
ainda a ditar suas regras
a ignorância e a loucura.

O mal, enfim, do planeta
virá, como sói ter vindo,
dos genes dos trogloditas
presentes nas criaturas.

E a lua estará brilhando
acima dos mesmos homens -
soberana de seu tempo,
ledora de seus destinos.
Sersank Kojn
Do livro "Estado de Espírito"
Imagem: Google, disponível em
http://obviousmag.org/archives/2008/09/imagens_futuristas_retro.html, acesso em 08/02/2010.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

APONTAMENTO




(Ouvindo cantar o andarilho em certa noite vazia)
“As cousas não têm significação: têm existência.
As cousas são o único sentido oculto das cousas.”
                                                                                 Fernando Pessoa


As cousas com o tempo
tornam-se elas mesmas:
perdem essa aura
de importância que lhes pomos -
essa capa de magia.


As cousas, todas, sistêmicas,
concretas, subjetivas,
vagas, difusas, confusas,
distantes, amorfas, vivas -
perdem, todas,
com o tempo,
força e peso e
forma e brilho.


A noite inextrincável que as revolve, imensa
e soberana do mais ínfimo ruído,
a noite, unicamente -
coisa estranha -
faz sentido.


(Do livro "ESTADO DE ESPÍRITO, de Sersank Kojn)


(Direitos autorais assegurados e protegidos por lei.)

Imagem do google, sem crédito


O FILME

"Nosso Lar" deve chegar aos cinemas em setembro
Divulgação
"Nosso Lar" mostra a primeira etapa da vida após a morte. Cinéfilo que se preze deve se lembrar da obra-prima do autor japonês Hirokazu Kore-Eda, "Depois da Vida". Após a morte, as pessoas são levadas a uma estação intermediária, na qual escolhem o momento de suas vidas que será recuperado para que elas o levem para a eternidade. Kore-Eda talvez não tenha lido Chico Xavier, e muito menos o primeiro dos 16 livros que lhe foram ditados pelo espírito de André Luiz, mas a essência é parecida. "Nosso Lar" mostra a primeira etapa da vida após a morte. Neste ano do centenário de nascimento de Chico, não é só a vida dele que ganha filme dirigido por Daniel Filho, com estreia prevista para a Semana Santa, quando se estará comemorando a data. "Nosso Lar" também vai chegar ao cinema, mas só em setembro. No mês que vem, Lon Molnar conclui os efeitos de "Nosso Lar" e a previsão da produtora Iafa Britz, que assina o filme pela Cinética, empresa do diretor Wagner de Assis, é ter a primeira cópia pronta em maio, para trabalhar o lançamento, que deve ser um dos mais importantes do ano. Iafa inicia nova etapa profissional abandonando a Total Entertainment, que lança na sexta, no País, "High School Musical - O Desafio". Não houve briga entre as partes que compunham a Total. "É o momento de eu seguir carreira-solo", diz Iafa, mas "Nosso Lar" ainda não tem a marca de sua produtora. São pelo menos cinco anos de trabalho. Iafa ouviu do diretor que queria fazer este filme pela primeira vez em 2004 ou 2005. Não foi fácil adquirir os direitos do livro, mas as coisas começaram a se tornar viáveis quando a Fox embarcou no projeto. Para os padrões do cinema brasileiro, é um filme caro e os efeitos contabilizam cerca de 30% do custo - os mais caros da cinematografia nacional. Iafa explica que valeu a pena esperar. "Há cinco anos não tínhamos dinheiro nem a tecnologia necessária para fazer o filme com acabamento." "Nosso Lar" trata do choque das pessoas na passagem para outras esferas. "Temos um elenco muito forte e eu seria irresponsável se começasse a destacar algumas participações, mas não resisto a enumerar duas. Renato Prieto faz o protagonista e é através dele que entramos nesse universo. Rosana Mulholland vai deixar todo mundo chapado. Ela é a personagem que se revolta com a morte e quer voltar. Acredito que seja a personagem mais passível de identificação e ela, além de belíssima, põe intensidade de arrepiar nas cenas." Iafa Britz ainda está muito envolvida no processo de Nosso Lar, mas gostaria muito de acreditar que, se o filme estourar, como espera, as pessoas não reconheçam somente a importância e emoção do tema. "Essa equipe toda está ralando muito para fazer o grande filme que Nosso Lar merece. Chico Xavier foi um iluminado, todo mundo sabe. Daniel (Filho) filma o homem, Wagner (de Assis) resgata a obra. Essa obra merece ser vista pelo que carrega de compaixão, de possibilidade de entendimento. Os efeitos estarão lá, mas não para chamar a atenção. O que importa é a história." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Transcrito do site

ACÉDIA

“Não sou nada
Nunca serei nada.
À parte isso, tenho em mim
todos os sonhos do mundo...”
FERNANDO PESSOA (“Tabacaria”)


Queria, esta noite,
embrenhar-me na bruma
que envolve as cidades
longe, a luzir...

Como o urutau, mãe-da-lua,
monarca indigente,
à cata de estrelas
ou de vaga-lumes;
razão mais nenhuma,
alçar-me... sumir...

Queria romper
a cortina da noite,
de vez adentrar-me,
na bruma longínqua
do incerto porvir...

Como a ave impoluta,
senhora da noite,
alçar-me, expandir-me
e, p’ra sempre, sumir...



(Foto do banco de imagens de Hélio Vega de Vasconcelos)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

ROGATIVA










Senhor Jesus,

Fonte de amor, verdade e vida,
Por dádivas me deste uma senda a seguir
E a cruz menor que me compete conduzir
Adiante, por mais íngreme a subida.


Devo olhar para frente, lembrar-Te, ao cair,
Sofrer sem murmurar. Sob as farpas da lida
Calar-me e persistir, manter a fronte erguida...
Nada me turve os horizontes do porvir!


Preciso humildemente devotar-me ao bem
Sentir-me agraciado ao ajudar alguém
E ver somente irmãos, jamais um inimigo...

Aprimorar-me - seja o lema dos meus dias.
E por mais nada eu troque as doces alegrias
De estar somado aos últimos que tens Contigo!...



                               (Soneto de Sersank Kojn, do Opúsculo "Oásis de Luz")




Imagem:
http://mauriciosdb.blogspot.com/2008_03_01_archive.html




quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Ah, as formigas...


Formigas doentes isolam-se para morrer
Abandonar o grupo é uma forma de minimizar os riscos de infecção da comunidade
2010-02-01 Temnothorax unifasciatus, espécie de formiga utilizada nesta investigação
Uma equipe de investigadores da Universidade de Regensburg (Alemanha) descobriu que as formigas abandonam a sua comunidade quando se encontram doentes, morrendo isoladas do grupo. Esta atitude, segundo o estudo publicado na revista «Current Biology», tem como objectivo não afetar as suas congêneres e assim preservar a comunidade. Nas sociedades animais é vulgar a propagação de infecções. Devido a esse fator existem também mecanismos para reduzir a probabilidade da transmissão de doenças. Na natureza, explicam os investigadores, os animais raramente morrem de velhice. Abandonar o grupo é uma forma de minimizar os riscos de infecção. Na cultura popular existem relatos de indivíduos moribundos de várias espécies que abandonam os seus grupos para morrerem sozinhos, mesmo em algumas comunidades humanas. No entanto, dizem os cientistas, essas ideias derivam mais de mitos do que de análises científicas. Neste estudo, é observado pela primeira vez esse comportamento. Para confirmar que o isolamento para a morte tem em vista os benefícios para a comunidade, os cientistas tiveram de refutar outra explicação, que defende que este comportamento se deve à influência que o agente patogênico tem no hospedeiro. Comportamento pode existir noutras espécies Os biólogos Jürgen Heinze e Bartos Walter observaram em laboratório formigas da espécie Temnothorax unifasciatus. Os formigueiros foram colocados em caixas de plástico para facilitar a observação. Tanto as formigas infectadas com fungos, como as expostas à infecção e outras formigas moribundas, isolavam-se das suas companheiras horas antes de morrerem. Os investigadores acreditam que outros animais com o mesmo tipo de estrutura social, como as abelhas, podem ter o mesmo tipo de atitude. Pensam também que comportamentos similares podem ser encontrados em alguns mamíferos, como os elefantes ou os leões. No entanto, não há ainda estudos suficientes que confirmem esta teoria.
Artigo: Moribund Ants Leave Their Nests to Die in Social Isolation
Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=39225&op=all#cont

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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

SELO CHICO XAVIER

"Ama sempre. E quando estiveres a ponto de descrer do poder do amor, lembra-te do Cristo". Este é o selo comemorativo do Centenário de Francisco Cândido Xavier (01/04/2010), editado no Brasil, a maior nação espírita do mundo.
Imagem: Blog dos espíritas

EBEN-ÉZER




(Foto do Banco de imagens do google, sem crédito)



 “Até este lugar ajudou-nos o Senhor.”
(I Samuel; VII, 12)


Aqui coloco e nomino
a pedra que lapidei:
Eben-Ézer.

Mais adiante,
num ponto qualquer do caminho
que os homens comuns fazemos
receosos de o conhecer,
por mãos de uns poucos amigos,
esculpirei noutra pedra
o nome que uns outros
mortais hão de ler:
Eben-Ézer.

No fim do caminho,
e depois do caminho:
Eben-Ézer.
Uma pedra de astro
e mais outra de sol.

Como o último dos juizes,
libertado seu povo
de um jugo opressor –
até onde me ajude e conduza
Deus, nosso Senhor
.

(Do Livro "Estado de Espírito")

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

AO PÉ DA LÁPIDE FRIA



TRIBUTO A WILSON MARTINS

Do espírito de Teseu
o seu estava animado:
amou, lutou, foi amado,
nem sentiu que envelheceu.
Regou, com suor honrado,
os campos que percorreu.
Deita, agora, em paz consigo,
neste solo, o cetro seu.

Do corpo somático
inerte, exaurido,
translúcido, emerge
o duplo aguerrido
do homem que era
e se sabe que é:
o vulto de um homem
mais vivo e desperto
que à nossa dianteira,
prossegue de pé.

Sersank Kojn


(Foto do Banco de Imagens do Google. Desconheço o autor)
(

FRASES LITERÁRIAS

"É a literatura média de boa qualidade que cria a atmosfera intelectual, o caldo de cultura de onde surgirá o grande crítico, o grande escritor. " Wilson Martins (Escritor e crítico literário de renome internacional. Morreu no último sábado, 29/01/2010, em Curitiba-PR, aos 88 anos) (Minha homenagem póstuma)
Foto: Pedro Serápio/Gazeta do Povo