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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Trovas para reflexão





Perdoar... Não há outro jeito
De abrandar o coração,
Quando nos cravam no peito
A adaga da ingratidão.


Cólera, dor, rusga e sangue
Deixa a calúnia onde avança.
Mas, volta, qual bumerangue
De encontro ao louco que a lança...


Se – tíbios - os bons se calam
Quando, à volta, os maus rugitam,
As leis do terror se instalam
E a todos infelicitam.


Eis uma nota indigesta
No indiscutível teor:
Não raro ao que menos presta

É que se presta valor...

D’onde vem essa alegria
Algo bizarra, infernal,
Que às multidões contagia
Nos dias de carnaval?


Fuja aos encantos macabros

Da larga estrada do mundo!
Margeiam-na volutabros
Do abismo, ao termo, profundo!


As tentações são doenças
Rondando o campo mental.
Se há mal nas coisas que pensas
E as não dispensas, vais mal...


Nem mesmo a fé que dizemos
Ter em Deus, de viva voz,
Nos dará o que nós queremos
Se nada dermos de nós.

Se a ave se habituar
Ciscando coisas do chão,
Desaprende de voar,
Perde o gosto da amplidão...


Eis infalível sentença
Aos que se afastam do bem:

Onde se instala a descrença
Não tarda a revolta vem...


( Do livro "Estado de espírito", de Sersank)


Imagem: www.sandranunes.com/brasil/teresa_large/carnaval_santa _teresa.jpg

 

Um comentário:

  1. De meu prezado amigo Luiz Carlos, de Curitiba (PR), recebo esta manifestação gentil que me orgulho em transcrever:

    [i] [b]
    Especialíssimo seu Blog !!!
    Parabenizar inteligências como a sua seria muito pouco.
    Espero que a cada dia, alguém possa usufruir desse seu magnífico trabalho.
    Abraços , Felicidades , que seus objetivos estejam cada vez mais perto da eterna realização , sempre buscada em prol da Humanidade.
    Luiz Carlos, 16 fev 2010, às 23h02min [/] [/b]

    Prezado Luiz Carlos,
    Tuas palavras de incentivo me são preciosas. Quase nunca recebo "feed-backs", às minhas postagens no blog. Estou pronto a acolhê-las, mesmo que se limitem à crítica pura e simples.
    De ti, as palavras vêm com a vibração de quem por algum tempo caminhou do nosso lado, honrou-nos com sua amizade e, felizmente, anos e anos mais tarde, continua amigo, sempre a nos brindar com seu talento e generosidade.
    Um grande abraço e ... até um dia desses... quem sabe... pra uma revanche minha no xadrez... e também pra reavivarmos as lembranças dos anos dourados que vivemos em Porecatu e Florestópolis.
    Sergio Cunha (Sersank Kojn)

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