I - Prova de amor - Se a amo? Ora, amor, perquira Estes olhos frente aos seus. Eles dirão se é mentira. Perquira estes olhos meus! II - Amante à moda antiga Teci de amores um leque. Fui herói, vilão... Fiz lenda. Tenho um coração moleque Que apanha, mas não se emenda... III - Sedução Meus olhos são tristes, vagos, Os teus são vivos, brejeiros... Que buscam nos meus, aziagos, Os teus olhos feiticeiros? IV - Desilusão Esperança - tolo anseio, Por que resistes em mim? Trago ainda a taça ao meio, Devo sorvê-la até o fim... V - Reação Com outro a vi. Fatal dia! Fez-se de estranha, com charme. Foi o fim. Mas... Quem diria! Perdendo-a pude encontrar-me. VI - Diversidade Ouço os grilos... Com seus trinos, Desdenham-me a solidão. Parece que tangem sinos, Festejam a escuridão. VII - Mal de amor Quem ama, sofre. É o reclame Do coração que chameja. Mas, pobre do ser que ame Quando, em paga, odiado seja! VIII - Vala comum Na vida de tudo um pouco Eu posso dizer que fiz: Amei, lutei como um louco E morro, pobre, infeliz... IX -Amores, amores!... Ah, o amor dito “proibido” - Mescla de êxtase e dor!... Quanto mais é combatido Mais se obstina esse amor! X - A imensidade vazia Nada a dizer, nada a dar-te No dia em que fazes anos... Pobre bardo! Fica a olhar-te. Como dar-te desenganos? XI - O poeta afaga o cão Cãozinho amigo, ignoras As mágoas que coleciono... Bem está que assim não choras Se a chorar te afaga o dono... XII - Senectude Têm as noites ternos lumes? Não a minha noite, interna... Sem astros, sem vaga-lumes... Em mim dorme um sol que hiberna... XIII - Suspiro Ando a pensar: se ouso um verso, Ou outro, assim, de momento, Um gênio parvo, adverso, Os sopra, perverso, ao vento... XIV - Realidade Guarda-nos, certa, o futuro A morte, por termo ao fado. Mas o que mata, no duro, O que nos mata é o passado. XV -Nostálgico Olho, num velho retrato, o jovem que me sorri: tem no ar feliz o recato da fé que há muito perdi... XVI - Enquanto o inverno não vem A arder no peito, mais frio - sol de outono a declinar - meu sonho, um sonho tardio, abre-se agora ao luar!... XVII - Tempestade Sibila o vento. Troveja. Brusca, a borrasca arrebenta. E, ao mar da noite, veleja minh’alma em outra tormenta... XVIII - Dilema Triste dilema o do triste Amante entregue à paixão. Se a razão lhe diz – Desiste! Diz-lhe: - Insiste! – o coração... XIX - Felicidade Felicidade – a viela Que a vida aponta – é ilusão. Ao que rasteja, ao fim dela, A vida aponta a amplidão... XX - Um brinde, o melhor dos brindes! Comigo envelhecem sonhos Que nunca realizarei. Brindo, pois. Brindo aos meus sonhos. Brindo à vida que sonhei! (Do Livro "Estado de Espírito", de Sersank) (Direitos autorais registrados e protegidos por lei) |
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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
VINTE QUADRAS DO CORAÇÃO
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
AHINSA
Do livro: "Estado de Espírito", de Sersank
Direitos protegidos
Desde as eras primitivas
a Terra se nutre da seiva que expande,
da seiva e do sangue
que expande e recria.
O sangue de todos os seres,
transfunde-o nos seres
que a vida, num ciclo incessante, lhe dá...
A Terra é algo assim,
deusa grega, inclemente,
devora, em seu dorso,
faminta, o que há.
Mas farta, no entanto,
do sangue das guerras,
farta do homem
sangrento ela está.
A Terra precisa somente da seiva
que a vida incessante lhe dá...
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
UMA TROVA NATALINA
Natal! ... Ó doce alegria
que a gente exibe tão bem,
por disfarce à nostalgia
dos Natais que nunca vêm...
(Do livro "Estado de Espírito", de Sersank)
(Direitos autorais protegidos por lei)
ESTES POEMAS QUE LÊS...
Bem o sei, são fogos-fátuos,
estes meus versos vulgares.
No entanto, talvez, reflitam,
em parte, ao menos, o encanto
dessas cousas singulares,
profundas, cíclicas, breves,
que ao mais insensível dos homens
podem às vezes tocar...
O tronco repleto de orquídeas,
no ermo recanto de um pasto,
sob um lampejo solar...
Acordes de Vivaldi, às estações,
na via de um vilarejo
envolto em franco luar...
Espero, assim, te afugentem
rumores de passos, prantos
de séquitos ancestrais.
Que te amenizem, temores.
Façam-te ver que há poesia
(ainda) e melhor que esta:
há uma poesia que vibra
acima e à volta, dos homens,
acima e à volta dos crimes
dos homens, os mais brutais...
Espero, assim, que a lembrar-te
a infância, a escola, os amores,
cantilenas, madrigais,
em os guardando, um momento,
os tenhas por teus, não mais.
Bem o sei, são fogos-fátuos.
E a quem importa o destino
que a um livro de versos dês?
São meros torrões de terra
estes poemas que lês...
(Do livro "Estado de Espírito", de Sersank)
(Direitos autorais registrados e protegidos por lei)
sábado, 18 de dezembro de 2010
UMA QUESTÃO COSMOGENÉTICA
Debruçaram os milênios
sobre essa atraente questão:
O tempo de vida real da alma terráquea
restringe-se à uma existência e mais nada?
Alteados ao poder da espada
a Bíblia, o Hamurabi e o Alcorão
ressentem-se, nesse ponto,
da luz, por mais pardacenta,
do mais esplendente farol.
da luz, por mais pardacenta,
do mais esplendente farol.
Talvez devam também contar-se os anos
por órbitas da nossa galáxia
em torno de Alcíone - o gigantesco sol.
Talvez deva também contar-se o tempo
por órbitas dos universos
em torno de uma Luz, ainda maior,
que lhes incita à expansão.
que lhes incita à expansão.
Já não se pode duvidar
que vive para sempre a noss’alma terráquea
que vive para sempre a noss’alma terráquea
na busca incansável de Deus,
que é nossa causa e razão.
que é nossa causa e razão.
(Do livro "Estado de Espírito", de Sersank)
(DIREITOS AUTORAIS REGISTRADOS E PROTEGIDOS POR LEI)
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
ESPERANTO
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
CREPUSCULAR
Imagem disponível no Google
Uma folha dispersa,
aos pés do poeta,
de súbito, cai.
Rola e, no vento,
com outra, esquecida,
folha se vai...
Juntam-se, soltam-se,
prendem-se a outras,
rolam ao vento,
distantes se vão...
Amores da gente
são folhas dispersas
que ao vento se dão.
... Vai-se o poeta
- as cãs, já grisalhas -
pensando bobagens
do seu coração....
Do Livro "Estado de Espírito", de Sersank
Direitos autorais protegidos por lei.
sábado, 4 de dezembro de 2010
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
BILHETE A UM PUSILÂNIME
Poema direcionado às pessoas
que em busca de alguma evidência
comprazem-se
em rasgar sedas inúteis, mutuamente.
sem nada a acrescentar de inteligência.
Disfarça o teu querer pisando firme!
que em busca de alguma evidência
comprazem-se
em rasgar sedas inúteis, mutuamente.
sem nada a acrescentar de inteligência.
Imagem do google:
Disfarça o teu querer pisando firme!
Esconde a tua incúria abrindo o riso!
Quem poderá saber que és parvo, se bajulas?
Jamais alguém fará de ti tão mau juízo...
(Do livro de Sersank)