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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

ESPERANTO






    O Esperanto – mensageiro 
    De encantados tempos novos  
    Erguerá nações e povos 
    Do campo de lodo e pó. 

    Da Harmonia timoneiro, 
    Que os portos da paz descerra, 
    Libertará toda a Terra, 
    Na glória de um mundo só! 



    Vemo-lo já, no futuro, 
    Fulgente, impávido e forte, 
    Vencendo a miséria e a morte, 
    Luz fraterna em sendas mil! 

    Chave de amor santo e puro, 
    Abrirá caminhos grandes, 
    Do altivo Himalaia aos Andes, 
    Da Cochinchina ao Brasil. 



    Nessa eminência sublime 
    Do mundo regenerado, 
    Não haverá Jove irado, 
    Cujos carros fugirão; 

    Nem Babilônias do crime 
    Bebendo em festins sangrentos, 
    Nem purpúreos paramentos 
    De senhores da ilusão. 



    Seus luzidos estandartes 
    Brilharão no mundo inteiro, 
    Abolindo o cativeiro 
    A que a maldade conduz; 

    Convertendo os Bonapartes 
    Em benfeitores amados, 
    De canhões – forjando arados, 
    De balas – penas de luz! 



    Hífen de sol, religando 
    Os Templos da Humanidade, 
    De grande fraternidade 
    Fazendo virtude e lei; 

    Orgulho triste e nefando, 
    Que torvas guerras produzes, 
    Espadas, fuzis, obuses, 
    Mentiras, trevas – tremei! 



    Na Terra inda há sombra inglória 
    Da noite do mundo velho, 
    Embora seja o Evangelho 
    O Amor que do Alto reluz! 

    No limiar da vitória 
    Das verdades do Infinito, 
    Esperanto! Sê bendito 
    Ao doce olhar de Jesus! 



                  A. Castro Alves  


*Poema psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, na sessão pública do Grupo Espírita “Luiz Gonzaga”, em 26-5-1947. 

2 comentários:

  1. Com este belíssimo poema, ditado pelo imortal Antonio de Castro Alves, ao saudoso e renomado médium mineiro Francisco Cândido Xavier, homenageamos o genial humanista e criador do Esperanto, Lazar Ludwig Zamenhof e saudamos aos nossos coidealistas do mundo inteiro!

    "Se longa sekeco aux ventoj subitaj
    velkantajn foliojn desxiras,
    ni dankas la ventojn, kaj repurigitaj,
    ni forton plej fresxas akiras!"
    (Zamenhof)


    Saluton al cxiuj!!!

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