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domingo, 13 de junho de 2010
RECOMEÇO
Não via a lucidez das almas desopressas.
Maçavam-no esses tons das falas boas.
Tratava por mentiras todas as histórias;
Por meros instrumentos, as pessoas.
Assim nivelava-se ao resto dos homens:
Pisando-lhes as tumbas pelo chão.
De almas infelizes era a barricada –
Dizia - que resguarda a religião...
Certa madrugada, já sem vínculos de afeto,
O quarto de favor traindo incúria,
Mirou-se num espelho: envelhecera.
A droga o enveredara na penúria.
Saiu, então, para fora.
Raiava, esplendente, a aurora.
Nunca a soubera tão sua!
O alto sentido das coisas
A luz solar delineava:
O azul distante alcançava
Agora a singela rua.
Pôs-se a andar, de início lento,
Depois mais, mais resoluto.
Saldou um transeunte, um outro,
Este era o salvo-conduto.
A graça, a graça ímpar de existir,
Como nunca, ora a sentia.
Estava sóbrio, exultava.
De onde lhe vinha a alegria?
Não sonhava. Tudo à volta
Estava imerso em magia!
A noite, enfim, terminara.
Pleno de sol fez-se o dia.
(Do livro: "Estado de Espírito", de Sersank)
Imagem:
http://api.ning.com/files/iShzft06Z*JoENuYCRanSj6FTX0usq-JOW6Gvxn5YV3sO4WpeZy1I6bsoAOX7fqTbxiZRJXzeTbTE5YsTeQgyGNXAOnZjGnS/caminhodeluz.jpg
Sempre lindo estar aqui!
ResponderExcluirBea
Obrigado, Bea!
ResponderExcluirSempre bom ter você aqui.
"Estejamos em paz"!
Abraço,
Sergio (Sersank)
Talvez dia e hora marcados para se ver no espelho.
ResponderExcluirAmei o final.
Obrigado, Enide. Seus "feed-backs" me são preciosos.
ResponderExcluirBj!