Páginas

quarta-feira, 22 de outubro de 2025

CONJETURANDO

 

Do livro "ACENDALHAS", de Sergio de Sersank


(Desconheço o Autor da imagem)


Ao anoitecer

Sergio de Sersank


Céu em sombras, sem estrelas.

Lua triste, esmorecida.

Ouço o sino do meu peito,

ouço-lhe a fraca batida:

 

“No lago em que te contemplas

nunca mais serás visível.

Em breve o teu Universo

irá sumir-se contigo.”

 

Fantasmas de rostos tristes

talvez comentem: “- Por que

a morte ainda aflige tanto

se precisamos morrer?”

 

Bilhões de estrelas distantes

já se apagaram no tempo.

Há outras humanidades

no Cósmico Pensamento?

 

Se existem, são como somos,

fontes de vida e saber.

Mas vivem como vivemos,

escravas de algum poder?

 

Importa se irão findar-se?

Vivem, apenas vivem

como árvores e peixes

e borboletas azuis?

 

Quem há de entender os planos

dos deuses que nunca vêm?

Se estamos sós no Universo

por que há de fazer-se o bem?

 

Assim como os dias trazem

manhãs de sol e de chuvas

há de o mistério da vida

levar-nos, vidas além?

 

 

 

Londrina, 11jan2017

 

 

“A gente não muda muito, não difere tanto dos jovens que um dia fomos. O tempo nos desfigura, mas o que sentíamos em relação ao mundo, ao que sonhávamos, permanece no íntimo de nós.” (Sersank)

 

Londrina, 11jan2017




Nenhum comentário:

Postar um comentário