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sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

INTERROGAÇÃO

 


Foto by Kosrow Amirazodi


?

 

Não sei de onde vim.

Não sei p’ra onde vou.

Sei muito de mim.

Não sei quem eu sou.

Só sei que estou indo

que cego ou dormindo

lutando comigo

adiante me vou.

Sersank, 13 dez 2024






sábado, 7 de dezembro de 2024

OS POETAS

 

Foto by Khosrow Amirazodi.jpg



Os Poetas

 

Obrigam-se, quase sempre, a não dizer

o que sabem

ou pensam

que sabem.

Dirão

(diriam a si mesmos)

 apenas o que sentem.

 

No branco da folha

desencarceram-se.

Abrem o dispositivo

da mente inquieta

ao mágico ecrã da Vida.

 

E se vão ou se iriam a desvendar

sentidos novos

nas outras pessoas.

 

Querem encontrar o sentido em si mesmos.

 

(Sergio de Sersank, 07dez2024)




quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Poema do banco vazio

 

Art by Autumn-walpap er1. jpg (do Google)



... E para concluir:


Quando eu tiver definitivamente partido

as coisas todas que ilusoriamente tive

 fugirão de mãos em mãos.

 

Meus sapatos restarão vazios

à espera de outros pés que os calçarão.

As velhas roupas penduradas

durante meses falarão de mim.

Depois talvez sejam vestidas

por gente que nunca vimos.

 

Meus discos nunca mais serão rodados.

O tabuleiro de xadrez dormirá a um canto do quarto.

Os livros de Esperanto

encaixotados

serão vendidos

a baixo preço, num “Sebo Literário”.

 

As coisas todas que juntava:

 cartas, coleções, fotografias e quadros

em dias tristes engavetadas

por questão de espaço -

sem mais nem menos,

serão banidas.

 

Da mesma forma

devidamente encaixotado

 raramente lembrado

serei excluído.

 

Para bem longe

de mim e das minhas lembranças

nas vagas

do mar nebuloso que é o tempo

as almas lindas que amo tanto

e tive e quero ter

sempre ligadas ao meu pobre coração

certamente se irão.

 

Os dias vão se suceder moldando um novo mundo

e as estrelas refulgirão

multiplicando-se

na vastidão do que chamamos - Céu.

 

Sersank, 15set2024


segunda-feira, 9 de setembro de 2024

POETIZANDO O MUNDO

 


Imagem da Internet - Desconheço o autor

 

MEU PEQUENO E POBRE MUNDO

 

Sergio de Sersank

 

Gira, gira,

gira mundo

furibundo.

 

Muda, muda,

mundo imundo,

iracundo.

 

Mundo bêbado,

Rotundo.

 

Gira, enquanto tantos choram!

Gira enquanto te aprimoram

forças descomunais!

 

Mas não prescindas do homem.

Aplica-lhe leis que o domem

ou não hás de girar mais.

 

Meu pequeno e vasto mundo,

mundo bêbado de sonhos

e de mágoas a cantar,

és o universo a girar.

 

Meu pequeno pobre mundo

iracundo, furibundo,

embebecido de sonhos,

és o universo a girar.

 

 

Londrina, 09 de setembro de 2024




sábado, 24 de agosto de 2024

LUIS GAMA, abolicionista, herói brasileiro - 24/08/2024

 


LUIS GAMA







http://youtube.com/post/UgkxUAP7a_LZoGBVnkakv8BiwrzAlB9dK9iS?si=ZH2BAvZPEb4TQK3Z




Apelo al amor tardío - Poema de Sersank (en español)

 



Sergio de Sersank-Brasil/Agosto 2024


Apelo al amor tardío

 

No te demores. Mi tiempo,

es ayer. Futuro: ahora.

Si tardas este que ha sido

amante y amigo, bastante,

no será nada. Señora.

Quizás esté, créame,

muchas estrellas adelante,

perdido em la noche interminable.

No tardes: todavía,

ahora, me tienes aquí.

Si tardas ya no me alcanzarás.

Prisionero, sin embargo, de los recuerdos,

tal vez mis ojos estén equivocados,

a años luz lejos de ti.




 lunes, 19 de agosto de 2024

 

Posted by Graciela Diana Pucci at 10:34 

Labels: Literatura

6 comentarios:

Anónimo dijo...

Muito me encanta as poesias desse poeta maravilhoso. Sérgio de Sersank.

22 de agosto de 2024, 15:42

Anónimo dijo...

Adoro seu blog.

22 de agosto de 2024, 16:16

Vanessa dijo...

Grande poeta Sérgio de Sersank!!!!

22 de agosto de 2024, 16:17

Anónimo dijo...

Parabéns a Sergio de Sersank . Receba meu abraço. Sua fã.

Helena Nunes.

22 de agosto de 2024, 16:44

Anónimo dijo...

Sersank, grande poeta!

23 de agosto de 2024, 3:11

Anónimo dijo...

Tem que divulgar mais trabalhos desse grande escritor. Parabéns!

 -.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-

 

Las imágenes que ilustran los textos fueron creadas con inteligencia artificial

Los textos son de exclusiva responsabilidad de los autores. La revista no realiza correcciones.

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terça-feira, 4 de junho de 2024

5 de junho - Dia Mundial do Meio Ambiente

 



A Terra se defende: faz diminuir o crescimento

Por Leonardo Boff

 

Hoje é vastamente aceita e entrou já nos manuais de ecologia mais recentes (cf. R. Barbault, Ecologia Geral, Vozes 2011) a ideia de que a Terra é viva. Primeiramente, ela foi proposta pelo geoquímico russo W. Vernadsky na década de 1920 e retomada, nos anos de 1970, com mais profundidade por J. Lovelock e entre nós por  J. Lutzenberger, chamando-a de Gaia. Com isso se quer significar que a Terra é um gigantesco superorganismo que se autorregula, fazendo com que todos os seres se interconectem e cooperem entre si. Nada está à parte, pois tudo é expressão da vida de Gaia, inclusive as sociedades humanas, seus projetos culturais e suas formas de produção e consumo. Ao gerar o ser humano, consciente e livre, a própria Gaia se pôs em risco. Ele é chamado a viver em harmonia com ela, mas pode também o romper o laço de pertença. Ela é tolerante, mas quando a ruptura se torna danosa para o todo, ela nos dá amargas lições.

Todos estão lamentando o baixo crescimento mundial, especialmente nos países centrais. As razões aduzidas são múltiplas. Mas para uma visão da ecologia radical, não se deveria excluir a interpretação de que tal fato resulte de uma reação da própria Terra face à excessiva exploração pelo sistema produtivista e consumista que tomou conta do mundo. Ele levou tão longe a agressão ao sistema-Terra a ponto de, como afirmam alguns cientistas, inauguramos uma nova era geológica: o antropoceno, o ser humano como uma força geológica destrutiva, acelerando a sexta extinção em massa que já há milênios está em curso. Gaia estaria se defendendo, debilitando as condições do arraigado mito de todas as sociedades atuais, inclusive a do Brasil: do crescimento, o maior possível,

com consumo ilimitado.

 

https://correiodobrasil.com.br/wp-content/uploads/2011/09/dia-da-terra.jpg

 

 

Já em 1972 o Clube de Roma se dava conta dos limites do crescimento, este não sendo mais suportável pela Terra. Ela precisa de um ano e meio para repor o que extraímos dela num ano. Portanto, o crescimento é hostil à vida e fere a resiliência da Mãe Terra. Mas não sabemos nem queremos interpretar os sinais que ela nos dá. Queremos continuar a crescer mais e mais e, consequentemente, a consumir à tripa forra. O relatório “Perspectivas Econômicas Mundiais” do FMI, prevê para 2012 um crescimento mundial de 4,3%. Vale dizer, vamos tirar mais riquezas da Terra, desequilibrando-a como se mostra pelo aquecimento global.

A “Avaliação Sistêmica do Milênio” realizada entre 2001 e 2005 pela ONU, ao constatar a degradação dos principais itens que sustentam a vida advertiu: ou mudamos de rota ou pomos em risco o futuro de nossa civilização.

A crise econômico-financeira de 2008 e retornada agora em 2011 refuta o mito do crescimento. Há uma cegueira generalizada que não poupa sequer os 17 Nobeis da economia, como se viu recentemente no seu encontro no lago Lindau no sul da Alemanha. À exceção de J. Stiglitz, todos eram concordes em sustentar que o marco teórico da atual economia não teve nenhuma responsabilidade pela crise atual (Página 12, B. Aires, 28/08/2011). Por isso, ingenuamente postularam seguir a mesma rota de crescimento, com correções, sem se dar conta de que estão sendo maus conselheiros.

Mas importa reconhecer um dilema de difícil solução: há regiões do planeta que precisam crescer para atender demandas de pobres, obviamente, cuidando da natureza e evitando a incorporação da cultura do consumismo; e outras regiões já superdesenvolvidas precisam ser solidárias com as pobres, controlar seu crescimento, tomar apenas o que é natural e renovável, restaurar o que devastaram e devolver mais do que retiraram para que as futuras gerações também possam viver com dignidade, junto com a comunidade de vida.

A redução atual do crescimento representaria uma reação sábia da própria Terra que nos passa este recado: “parem com a ideia tresloucada de um crescimento ilimitado, pois ele é como um câncer que vai comendo todas as células sãs; busquem o desenvolvimento humano, dos bens intangíveis que, este sim, pode crescer sem limites como o amor, o cuidado, a solidariedade, a compaixão, a criação artística e espiritual”.

Não incorro em erro na crença de que está havendo ouvidos atentos para essa mensagem e que faremos a travessia ansiada.

 

Leonardo Boff é teólogo, filósofo e escritor.

 

 

Fonte:

http://correiodobrasil.com.br/a-terra-se-defende-faz-diminuir-o-crescimento/298351/

acesso em 17set2011





quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Primeiro dia do ano na roça!




PROTEÇAO  DAS NASCENTES
Sítio Gralha Azul - Tamarana - (PR)

https://youtu.be/OiTR-sM1Au8?si=rphp8NpkDIYqkhBI


segunda-feira, 1 de janeiro de 2024