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domingo, 24 de dezembro de 2023

Meu poema para este final de ano (2023)

 




Sergio de Sersank, aos 5 anos

O MENINO QUE FUI

 

 Aos meu netos: 

Isaac Cavalin Rosler Lorensetti

Catarina de Freitas Neto Cunha

Nícolas de Freitas Neto Cunha


De longe, apresso os passos. 

Ele insiste em seguir-me

grudar-se  em mim.

Mesmo por descaminhos

ele me segue

reluz como o sol

por entre os galhos das árvores.

 

Agora, por fim, me alcança.

Eu o incorporo de vez.

Teria sido diferente

 melhor, talvez, minha vida

se o tivesse mantido

sempre presente, assim.

 

O menino que fui me faz ver

que sou seta

lançada aos limites do céu.

E – conquistado o céu –

(se um dia pudermos conquistá-lo) 

não há lamentar-se a descida.

 Será pleno voo.


Assim

  cair-se, menino:

 cair explorando

 o medo e a esperança,

desperto, nessa  aventura

que pode nunca ter fim.

 

(Sergio de Sersank)

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