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sábado, 3 de janeiro de 2015

Abra seu coração para os que a Sociedade ainda exclui.




Imagem disponível no Google

Mensagem de um homem triste


Passaste por mim com simpatia, mas, quando me viste os olhos parados, indagaste, em silêncio, porque vagueio nas ruas. Talvez, por isso, aceleraste o passo e, embora te quisesse chamar, a palavra esmoreceu-me na boca. 
É possível tenhas suposto que desisti do trabalho, no entanto, ainda hoje, bati, em vão, de oficina em oficina. Muitos disseram que ultrapassei a idade para ganhar, dignamente, o meu pão, como se a madureza do corpo fosse condenação à inutilidade, e outro, desconhecendo  que vendi minha roupa melhor para aliviar a esposa doente despediu-me, apressado, acreditando-me vagabundo sem profissão. 
Não sei se notaste, quando o guarda me arrancou à contemplação da vitrine, a gritar-me palavras duras, qual se eu fosse vulgar malfeitor. Crê, porém, que nem de leve me passou pela mente a ideia do furto; apenas admirava os bolos expostos, recordando os filhinhos a me abraçarem com fome, quando retorno à casa.
Ignoro se observaste as pessoas que me endereçavam gracejos, imaginando-me embriagado, porque eu tremesse encostado  ao poste; afastaram-se todas, com manifesto desprezo. Contudo, não tive coragem de explicar-lhes que não tomo qualquer alimento, há três dias.
A ti, porém, que me fitaste sem medo, ouso rogar apoio e cooperação. Agradeço a dádiva que me estendas, no entanto, acima de tudo, em nome do Cristo, que dizemos amar, peço me restituas a esperança,  a fim de que eu possa honrar, com alegria, o dom de viver.  Para  isso basta que te aproximes de mim, sem asco, para que  eu saiba, apesar de todo o meu infortúnio, que ainda sou teu irmão. 

Meimei  
(Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier. Do livro “Ideal Espírita”)



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