1º DE MAIO - DIA DO TRABALHADOR
Esse
que traz na carne,
da
luta pelo pão
as
fundas cicatrizes,
não
sabe dessas crises
de
novo anunciadas
que
afetam-lhe, de muito:
as
crises inventadas.
Quer
mais que essa liberdade
de
dormir, de encher a cara,
de ir
e vir, sem compromisso,
de
cantar uma canção.
Quer
mais que esse tosco circo
em que
se ri, sem razão.
Mas,
nada diz. Não o comove
ver ao
alto embandeiradas
as
esperanças do povo
em épocas
de eleição.
Suporta,
pois, em silêncio,
mágoas
nunca mitigadas.
E
segue. É trabalhador.
Que
outra coisa, ele faria?
Ausculta,
assim, sua dor
na
dor furiosa dos martelos
e foices
do dia-a-dia.
Esse
que traz na carne,
sem
honra, tais cicatrizes,
não
sabe falar de crises.
Se
soubesse, gritaria.
(Da coletânea "Estado de Espírito", de Sergio de Sersank)
A FOME AFUGENTA O SONO
ResponderExcluirExcelente teu texto. Obrigado pela leitura.
NIKI
Comentário extraído do site luso-poemas.net
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Obrigado pelo comentário, Niki.
ResponderExcluirBom final de feriado.
Sergio
Comentário extraído do site luso-poemas.net
ResponderExcluir*Um olhar múltiplo e cru, contundente e profundo, na verdadeira face daquele que é
trabalhador de fato.
Gosto da tua escrita.
Carinho e admiração.
Karinna*
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Karinna,
ResponderExcluirAgradeço sensibilizado teu comentário sobre o poema. Vejo que o leste com os olhos da alma e fico feliz por teres gostado.
Um abraço afetuoso do
Sersank
Comentário extraído do site luso-poemas.net:
ResponderExcluirÉ verdade...
"(...) Se soubesse, gritaria."
São esses heróis anónimos que fazem, com o suor sofrido, a roda da vida girar para que o mundo não descambe vertiginosamente no completo caos.
É admirável como, sensivelmente, com impressões latentes de humanismo, na tua observância expressas mais do que ver.
Importa-te dar merecido valor aos milhares e milhares de trabalhadores, que guardando dentro de si os desencantos, à exaustão, revelam na força do braço, na teimosia do olhar e no carácter responsável, que vão, n'um esforço muitas vezes sobre-humano, empurrando a vida com a graça da honestidade de quem tem consciência dos mandamentos divinos:
"E comerás do fruto do teu suor para não seres pesado ao teu irmão."
Considero essa tua obra, amigo Sersank, uma justa tributação aos invisíveis do mundo da era do descartável. Sem eles seria impossível de se ter um passado, presente ou futuro.
"(...) Quer mais que essa liberdade
de dormir, de encher a cara,
de ir e vir, sem compromisso,
de cantar uma canção.
Quer mais que esse tosco circo
em que se ri, sem razão."
Minha sincera congratulação pela tua nobreza de espírito, mais uma vez grata pela partilha e também pela tua gentil atenção em meu perfil. Fiquei deveras tocada.
Meu fraterno abraço.
Que tenhas uma quarta-feira de muita luz e paz.
Sofia Rodrigues
Irecê - Bahia
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Querida Sofia,
ResponderExcluirDe fato, minha intenção foi e continua sendo a de prestar, com o singelo poema em apreço, uma pálida homenagem à figura do trabalhador mais humilde, aquele que na sua condição de miserabilidade se vê praticamente excluído do contexto social. Aquele cidadão que nas estatísticas aparece como número incômodo e gritante, pois que constitui (ainda) verdadeira multidão.
Mas pretendo, também fazer, com o poema, um apelo aos governantes, magistrados e administradores de modo geral. É triste pensar que por muito tempo ainda o veremos trabalhando pela sobrevivência, praticamente sem chances de reverter ou de ver mudada sua aflitiva situação.
Você, com sua espontaneidade e ternura de poeta, sentiu-se naturalmente tocada em seu coração com a leitura dos versos porque, malgrado a pobreza estilística, eles expõem de forma um tanto contundente essa realidade.
Fico feliz com sua análise e grato pela gentileza do comentário.
Abraço afetuoso do
Sergio de Sersank
PAÍS DESENVOLVIDO É PAÍS SEM POBREZA.
Comentário enviado por e-mail:
ResponderExcluirDe:
Alberto Araujo alberto.nett@gmail.com
Estimado poeta, adorei o seu poema, um poema bastante crítico e atual, necessário para reflexão e a conscientização do momento que vivemos e das escolhas que precisamos fazer, notadamente na desgastada e corrompida representação política deste país, um verdadeiro escárnio com o erário público.
A propósito venho me debruçando poeticamente sobre este tema, vejam os poemas:
1. Terra Brasilis (acróstico)
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=101502
2. Corrupção: indignar-se só não basta, gente!
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=108561
3. Corrupção: É preciso denunciar, cobrar...
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=100034
4. A solidão e a corrupção do poder
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=182923
E mais este texto de Santo Agostinho: Bem e Corrupção.
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=149736
Abraço fraterno em todos do
AjAraujo, o poeta humanista.
http://www.luso-poemas.net/modules/news/index.php?uid=8346
Alberto José de Araújo, MD, PhD
Coordenador do Núcleo de Estudos e Tratamento do Tabagismo
Instituto de Doenças do Tórax - Hospital Universitário Clementino F. Filho
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Presidente da Comissão de Tabagismo da SBPT
Membro da Comissão de Controle do Tabagismo do CFM
+55-21-25622195 Twitter: @Alberto NETT Skype: alberto.nett
Facebook: https://www.facebook.com/Alberto.NETT
Forum de Tabagismo da SBPT:
forum-comissao-tabagismo-sbpt@googlegroups.com
https://groups.google.com/group/forum-comissao-tabagismo-sbpt?hl=pt-BR
Respire Brazil Free-Tobacco:
https://www.facebook.com/Alberto.NETT#!/groups/375767032448900/
Prezado poeta, Alberto Araújo,
ResponderExcluirBoa noite.
Agradeço, sensibilizado, o substancioso comentário ao meu poema “A fome afugenta o sono”.
Vejo que tens na alma de brasileiro, a energia, a coragem e a nobreza de caráter que vemos tão em falta hoje em dia, principalmente nas esferas da Administração Pública.
Visitei teu blog, li os poemas postados no site luso-poemas.net
e aqui estou, para te trazer um voto de incentivo.
Tua indignação é mais que justa, poeta. Porque não é só tua.
Expressas o que igualmente está a dizer por outras formas a multidão de trabalhadores deste nosso imenso país.
Não cale a tua voz. Os poetas não têm o direito de calar. Semeiam ao vento, quem sabe, mas não deixam morrer sem dar frutos os legítimos anseios do povo.
Um grande abraço do
Sergio de Sersank
Os pregos andam silenciosos e o
ResponderExcluirmartelo perdido no labirinto, pelos
sete mares de um coração.
Obrigada.
Bjs.
Vania Lopez
Pouso Alegre MG
Comentário extraído do site
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=220957#ixzz1tqK7XVJu
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Obrigado por comentar, Vania.
ResponderExcluirDeixo para você, com especial carinho, a palavra de um poeta de quem sempre nos lembraremos:
"Todas as coisas têm seu mistério
e a poesia é o mistério que todas as coisas têm."
García Lorca)
Comentário enviado por e-mail:
ResponderExcluirSérgio,
parabéns por colocar nossa realidade em poesia.
Poderia ser uma homenagem diferente se diferente fosse o dia a dia.
Grande abraço.
Rosane Cherem de Abreu
Florianópolis-SC
04mai2012