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sábado, 19 de maio de 2012

LAS NOCHES ACABAN EN DÍA






En español

"La mayor revolución de nuestro tiempo es el descubrimiento de que al cambiarlas actitudes de sus mentes, los seres humanos pueden cambiar los aspectos externos de sus vidas."
   William James
               (Filósofo norteamericano, fundador de la escuela pragmática)



Ni estrellas, ni encuentros, ni sueños
en esa noche tan oscura.
Solo imagenes de otras noches
disipadas en la aventura.  
Riñas de las calles sin salida.
Susurros. Clamores. Risas.
Túrbias y falsas miradas. 
Y disimulados crímenes. 
Pesado en los hombros
un gênio maldito
le gritó: - Vuelve!
Era inútil su grito. 
Lejos de las luces de los burdeles, 
diose cuenta de que era tarde. 
Entonces volver, tonteria.
Al son de sus pasos de agotada fiera,
ladridos de perros evocaban la policía. 
Informes, y ya sin voz, 
con el viento se erguiram sus extintos afectos
de entre las sombras del olvido.
En el viento vagaron, dilapidados,
extractos de sus dramas 
y pasiones sin sentido. 
De ropa vieja, sombrio el semblante,
como avantesma del más allá forajida,
siguió sin volverse un único instante.
 
Así como un soterrado salido del túnel,
bañóse en el sol que muy rojo ya venia.
Nuevo rumbo en el rojo horizonte
aunque arduo seguiria. 

(El libro “Estado de Espírito” de Sergio Sersank)

quinta-feira, 10 de maio de 2012

AS NOITES ACABAM NUM DIA





"A maior revolução de nossos tempos é a descoberta de que, ao mudar as atitudes de suas mentes, os seres humanos podem mudar os aspectos externos de suas vidas."
                                                            William James
               (Filósofo americano, fundador da escola pragmática)


Em vez de estrelas, recontros
e sonhos, a noite escura
teve imagens de outras tantas
dissipadas na aventura. 
Reixas de esquinas e becos.
Sussurros. Risadas. Brados.
Tredos e turvos olhares.
Delitos dissimulados. 
Pesando-lhe aos ombros,
um gênio maldito
gritara-lhe: - Volta!
Inútil seu grito.
Longe dos lumes dos lupanares,
Sabia ser tarde. Recuar, estultícia...
Ao som dos seus passos de fera exaurida
ladravam os cães, evocando a polícia... 
Ao vento emergiram, informes, calados,
extintos afetos de um tempo esquecido.
Ao vento vagaram, despedaçados,
excertos de dramas, paixões sem sentido. 
De roupa surrada e soturno semblante,
lembrando avantesma do além foragida,
seguiu sem voltar-se, um único instante. 
Qual soterrado que emerge do túnel,
banhou-se do sol que escarlate surgia.
Novo rumo no horizonte,
por mais árduo, seguiria...


(Da coletânea "Estado de Espírito")





domingo, 6 de maio de 2012

SOBRE A ARTE DE VIVER




Imagem:





Que inveja do jardineiro!
Quão terna é a vida que tem!
Dia a dia, o ano inteiro,
nunca uma queixa de alguém.

Velhinho, já sem saúde,
sempre com solicitude,
dos seus canteiros de flores
ao nosso encontro ele vem.

Tem lá consigo suas dores
quem é que, enfim, não as tem?
Todavia, por mais graves,
guarda-as sob sete chaves,
não as revela a ninguém.

Ele sabe: a vida é breve
e é só o amor que a sustém.
Não se escraviza ao dinheiro
e dos vícios se abstém.

Assim, no seu passo leve, 
me vai mostrar um canteiro.
Inveja-me o jardineiro.
Quão terna é a vida que tem!


(Da coletânea "Estado de Espírito" de Sergio de Sersank) 






terça-feira, 1 de maio de 2012

A FOME AFUGENTA O SONO


1º DE MAIO - DIA DO TRABALHADOR







Esse que traz na carne,
da luta pelo pão
as fundas cicatrizes,
não sabe dessas crises
de novo anunciadas
que afetam-lhe, de muito:
as crises inventadas.

Quer mais que essa liberdade
de dormir, de encher a cara,
de ir e vir, sem compromisso,
de cantar uma canção.
Quer mais que esse tosco circo
em que se ri, sem razão.

Mas, nada diz. Não o comove
ver ao alto embandeiradas
as esperanças do povo
em épocas de eleição.

Suporta, pois, em silêncio,
mágoas nunca mitigadas.
E segue. É trabalhador.
Que outra coisa, ele faria?
Ausculta, assim, sua dor
na dor furiosa dos martelos
e foices do dia-a-dia.

Esse que traz na carne,
sem honra, tais cicatrizes,
não sabe falar de crises.
Se soubesse, gritaria.


(Da coletânea "Estado de Espírito", de Sergio de Sersank)