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sábado, 10 de março de 2012

A FOME AFUGENTA O SONHO







Esse que traz na carne
as fundas cicatrizes
da luta pelo pão
sequer fala das crises
que afetam-lhe, de muito:
as crises inventadas.

Proletário novo,
quer mais que circo e pão.
Mas já não lhe comove
o ver embandeiradas
as esperanças do povo.

Amarga no silêncio
as longas madrugadas
e embala a própria dor
na dor furiosa dos martelos
e foices enferrujadas...

Sergio de Sersank

(Do livro "Estado de Espírito")

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