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segunda-feira, 30 de maio de 2011

NATUREZA






“Nascer, viver, morrer, renascer de novo e progredir continuamente, tal é a Lei”
Legenda grafada na pedra que encima o túmulo de Allan Kardec, no cemitério Père-Lachaise, em Paris.


Porque Deus a rege,
a sons que os anjos orquestram
dos celestes Pantheons,
a Natureza na Terra
detém os mágicos dons
com que a ornamenta, materna,
em luz, imagens, sabores,
aromas e sensações.

Detém o poder infindo
de restaurar o que é bom,
mesmo onde espalhem as guerras
horrores do Armagedom.

É assim que ela nos devolve,
dos tristes umbrais da morte
que intermedeiam destinos.
Por força da lei, 
a mais justa e mais forte,
de novo nos faz
sorridentes meninos.

Não deixa, se a Deus clamamos,
que se cale a nossa voz.
E é tal que, ao longo dos anos,
investe, mais que nós mesmos,
no que sonhamos, sofridos,
um dia fazer de nós.

(Poemário "Estado de Espírito", de Sersank)

(Direitos autorais protegidos por lei)

terça-feira, 3 de maio de 2011

PELOS DITAMES DA LEI



osama-bin-laden-1998-thumb.jpg (486×336)
Fonte:











Os que de seus confortáveis
postos fomentam a guerra
e que os destinos da Terra
detêm, sob a pena, à mão;
que os infortúnios dos povos,
como deuses implacáveis,
entendem inevitáveis,
surdos na sua ambição,
bem longe estão de entender:
das gargantas dos aflitos
o clamor cobre a amplidão...

Sufocadas, tais gargantas
não calam-se, inutilmente.
Decepadas, recompõem-se
noutras a erguer-se do chão.
E até que a Paz as contemple
mais que as bombas rugirão!

Pelos ditames da Lei
que a tudo e a todos governa,
seguindo a legião de aflitos,
em pouco eles estarão -
os que fomentam a guerra,
surdos na sua ambição.

E até quando irão seus gritos
ecoar pela amplidão?



 Poema de Sergio Sersank para o livro "Estado de Espírito"

(Direitos autorais protegidos por lei)




domingo, 1 de maio de 2011

AO LEVE ROÇAR DA BRISA



Fonte:
Foto extraída do Banco de Imagens do Google



Numa visita ao jazigo 
de velho poeta amigo, 
à sombra de ermo cipreste,
surpreendi-me: a lousa fria,
como página vazia,
guardava o sereno epitáfio do mestre.

Lembrando-lhe o rosto risonho e tranqüilo, 
uns versos, dispersos,
à volta, entrevi. 
À brisa não culpem, 
se, pobres de estilo, 
grafei-os aqui: 

 - É apenas a estória 
do tédio de uma vida 
essa que, incauto poeta,  escrevi. 
Vinha de intérmina infância. 
Brincando de viver, ganhei distância 
e, saturado da vida, 
como tantos, a perdi.    
                                         
Nisto consiste o viver: 
compor como personagem 
da intérmina, estranha estória 
humana, um malogro a mais.

Ícaros, alçamos sob as asas
que se desfazem em penas 
sonhos de voos triunfais.

Os homens são argonautas. 
Nos nevoeiros do tempo 
têm seus destinos e avançam, 
avançam. Urge avançar. 
Mas, sabem: os seus veleiros 
soçobram no grande mar.”  

                                                
(Poema de Sersank para o livro “Estado de Espírito”)


Direitos autorais protegidos por lei