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quarta-feira, 23 de junho de 2010

SOLILÓQUIO








Fiz-me poeta, um dia e, pela vida afora,
Saí cantarolando coisas da alma pura.
Em tudo via graça e cor e formosura...
Desiludido e só, diante do espelho, agora


Escuto de minh’alma a voz de escárnio, dura:
- “Por que não cantas essa dor que te devora ?
Enalteceste o amor, cantando à vida, outrora,
Agora canta!... Agora canta à desventura!...”

.....................................................................................

Alma infeliz que sou!... Por que te afliges tanto?
Ninguém pode ascender sem conhecer o pranto!
Que eu sorva, agora, o fel por dádiva, também!


Tisnem-se os dias meus, venham os dissabores!...
Que amargue, miserando, as merecidas dores:
Hei de saber vencê-las e seguir além...


(Do opúsculo "Oásis de Luz", Sonetos de Sersank)

Imagem:
http://premissassobreojuizodosufixo.blogspot.com/2008/11/lgrimas-silenciosas.html

5 comentários:

  1. belos versos, lindos de se ler, gostei

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  2. Gosto das palavras gosto da intensidade delas.

    Estes julgamentos, estas indagações dentro de nós, tem que acontecer para que possamos nós elevar diante de nós mesmos.

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  3. Sim, Enide. Esta a razão que nos move, porque nascidos poetas, a vasculhar os meandros da nossa intimidade e, ali - uma vez identificados os nossos medos e deficiências - superarmo-los todos com a força do nosso caráter, dos ideais que nos embalam, da arte superior que buscamos.
    Meus agradecimentos a vc pela viagem que estás empreendendo pelo mundo de Sersank.
    Sigamos juntos, para a frente e para o Alto!
    Abraço afetuoso!

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  4. Comentários ao poema “Solilóquio” extraídos do site “LUSO-POEMAS”:


    Kiro Menezes :
    Quisera eu ter a métrica, a rima
    de poesia sou vivente sem cultura
    que cultura é particípio do futuro
    sou pequena e busco o saber do mundo
    por vezes e mais vezes, mergulho, afundo
    E encontro aqui a salvação do algúrio!
    Obrigada aos céus, que tua obra é bela fina,
    feita de gente e cordél...
    Nunca nos falte tua magia, seja de paixão ou amargura!
    que tua obra é linha feita, e faz da gente gente pura...


    Varenka (Salvador-BA):
    Poeta,
    Um soneto que aplaudo! Bravo!!!


    RaipoetaLonato2010 (Paulínia-SP):
    Canta o poeta os seus dissabores, volta ao vazio dos abraços, lembranças dos amores.
    Lindo poema, amigo.


    Júlio Saraiva (São Paulo-SP):
    Você trabalha a forma clássica como poucos. Por isso pode chamar a poesia de você. Este poema seu, afora as rimas primorosas, é de uma elegância fantástica.


    poetaedsilva:
    Magnífica inspiração poeta, somos poeta, cantamos no embalo do sentimento, e para quem critica a forma poética fixa, ela é apenas o refinamento da nossa emoção. Valeu amigo. Se puder leia meus dois sonetos da consciência negra.


    Vânia Lopes (Pouso Alegre – MG):
    Guarda-te o amor e algo para dor, pois quem morreu não sabe...
    Agradeço imensamente por essa leitura, imensamente.
    Bjs!


    Rosa Maria J. Fagotti (Toledo-PR):
    Ao ler tuas poesias, consigo me apossar da emoção nela contida e viajo no tempo passado. Este é o verdadeiro "poeta"! Aquele que consegue transportar quem lê a uma vivência, ou emoção do presente ou do passado. Parabéns, meu amigo poeta!
    Abraços,
    Nicéia


    Ver mais em
    http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=161915

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