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sábado, 1 de maio de 2010

UM VELHO CLICHÊ




Merecem lembrados,
por imprescindíveis,
os homens que vivem
da força dos braços,
sem brio nos olhos
de brilhos escassos,
por seu coração
grande e fragilizado,
que se mostra, inteiro,
no sorriso fácil.

Homens que vivem
à margem do tempo,
imersos no Nada
que o tempo há de ser;
imersos nas sombras
do mundo, sem posses,
sem pressa nos passos,
sem razão de ser.
De rostos suarentos
e vestes horríveis,
Preenchem o espaço,
quase invisíveis.
Enxerga-os, valentes,
heróis sem bandeira,
que ao rude trabalho
se dão sem canseira!

Nos morros que rasgam,
nos rios que alargam,
nas pedras que lascam,
nas torres que erigem,
nas safras que sofrem,
no cerne das crises...


Ninguém lhes pesa as cotas de esperança!
Ninguém nunca lhes mede os sacrifícios!
É nada, infelizmente, o que percebem
do que lhes deve a Pátria em benefícios...

... Seu grande coração,
revela-se, frágil,
estrela incendida
no sorriso fácil.

(Do livro "Estado de Espírito", de Sersank)

Imagem: Banco de imagens do google
http://pagina20.uol.com.br/18042007/especial.htm

2 comentários:

  1. Sobre o poema “UM VELHO CLICHÊ”

    Minha prezada, Nicéia Rosa, de Toledo, novamente comparece para me transmitir o calor de sua alma de poeta, nestas palavras de incentivo:

    Sérgio, tua poesia é toda de uma sutileza e espiritualidade que transcende nossa capacidade de total compreensão do aqui e do depois. Mística de uma beleza ímpar.
    Abraço!

    Nicéia Rosa
    3 de maio de 2010.

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  2. Querida Nicéia,

    Tuas palavras de incentivo ao meu pobre labor de poeta anônimo são como a brisa da manhã de estio... Me fazem pensar que vale a pena continuar... Te agradeço muito.
    Bj!

    Sergio (Sersank)
    03 de Mao de 2010 (22h55min)

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