domingo, 26 de junho de 2011

LUGAR





Aonde a vida te leva, onde a vida
te  assentar, 
tudo tens, 
tudo hás de ter, porque é, 
como houvera de ser,
teu merecido lugar. 


Tu és,
enquanto vives e respiras,
no espaço ilimitado que restringes, 
o arcanjo em gestação, 
ser estelar. 
Por ti respira o Universo
que pode se repensar.


Poema de Sersank

domingo, 19 de junho de 2011

DA BREVE INCURSÃO NOS DOMÍNIOS DO ETERNO





Um homem por mais atento,
sob a couraça do cargo,
sempre há de ter seu momento
de introversão, de letargo.

Nesse interstício de acesso
aos escaninhos do ser,
um lampejo o põe do avesso,
o faz, inteiro, se ver.

Essa luz indefinível,
quase vulto, quase voz,
assim, na força do rio,
em borbotância, na foz,

Rompe-lhe n'alma a tormenta
das lágrimas compungidas,
mesmo a um Nero,
a um Torquemada,
impossíveis de contidas.

E expõe ao sol, como velha estrada,
nos rastros multimilenares,
dramas de prístinas eras,
ânsias de mil avatares.

Exuma o que em negro fosso
ocultou-se por ruim.
Atua como azorrague,
desperta como clarim.

Vem forçá-lo a despojar-se
de tudo o que é exterior.
Aplaca-lhe, de um só golpe,
o gênio dominador.

Um homem, sob os efeitos
desse choque passageiro,
lembra o infeliz faroleiro
num ermo e soturno cais
a ver, no seu desespero,
algumas milhas adiante,
a  nau com sua bandeira
a balouçar, soçobrante,
sob a borrasca voraz.

Desse longo instante cósmico
ninguém não há que se esquive
e n'alma, opressa, não crive
a advertência que traz.

(Poema de Sersank para o livro "Estado de Espírito")

(Direitos Autorais registrados e protegidos por lei)

segunda-feira, 30 de maio de 2011

NATUREZA






“Nascer, viver, morrer, renascer de novo e progredir continuamente, tal é a Lei”
Legenda grafada na pedra que encima o túmulo de Allan Kardec, no cemitério Père-Lachaise, em Paris.


Porque Deus a rege,
a sons que os anjos orquestram
dos celestes Pantheons,
a Natureza na Terra
detém os mágicos dons
com que a ornamenta, materna,
em luz, imagens, sabores,
aromas e sensações.

Detém o poder infindo
de restaurar o que é bom,
mesmo onde espalhem as guerras
horrores do Armagedom.

É assim que ela nos devolve,
dos tristes umbrais da morte
que intermedeiam destinos.
Por força da lei, 
a mais justa e mais forte,
de novo nos faz
sorridentes meninos.

Não deixa, se a Deus clamamos,
que se cale a nossa voz.
E é tal que, ao longo dos anos,
investe, mais que nós mesmos,
no que sonhamos, sofridos,
um dia fazer de nós.

(Poemário "Estado de Espírito", de Sersank)

(Direitos autorais protegidos por lei)

terça-feira, 3 de maio de 2011

PELOS DITAMES DA LEI



osama-bin-laden-1998-thumb.jpg (486×336)
Fonte:











Os que de seus confortáveis
postos fomentam a guerra
e que os destinos da Terra
detêm, sob a pena, à mão;
que os infortúnios dos povos,
como deuses implacáveis,
entendem inevitáveis,
surdos na sua ambição,
bem longe estão de entender:
das gargantas dos aflitos
o clamor cobre a amplidão...

Sufocadas, tais gargantas
não calam-se, inutilmente.
Decepadas, recompõem-se
noutras a erguer-se do chão.
E até que a Paz as contemple
mais que as bombas rugirão!

Pelos ditames da Lei
que a tudo e a todos governa,
seguindo a legião de aflitos,
em pouco eles estarão -
os que fomentam a guerra,
surdos na sua ambição.

E até quando irão seus gritos
ecoar pela amplidão?



 Poema de Sergio Sersank para o livro "Estado de Espírito"

(Direitos autorais protegidos por lei)




domingo, 1 de maio de 2011

AO LEVE ROÇAR DA BRISA



Fonte:
Foto extraída do Banco de Imagens do Google



Numa visita ao jazigo 
de velho poeta amigo, 
à sombra de ermo cipreste,
surpreendi-me: a lousa fria,
como página vazia,
guardava o sereno epitáfio do mestre.

Lembrando-lhe o rosto risonho e tranqüilo, 
uns versos, dispersos,
à volta, entrevi. 
À brisa não culpem, 
se, pobres de estilo, 
grafei-os aqui: 

 - É apenas a estória 
do tédio de uma vida 
essa que, incauto poeta,  escrevi. 
Vinha de intérmina infância. 
Brincando de viver, ganhei distância 
e, saturado da vida, 
como tantos, a perdi.    
                                         
Nisto consiste o viver: 
compor como personagem 
da intérmina, estranha estória 
humana, um malogro a mais.

Ícaros, alçamos sob as asas
que se desfazem em penas 
sonhos de voos triunfais.

Os homens são argonautas. 
Nos nevoeiros do tempo 
têm seus destinos e avançam, 
avançam. Urge avançar. 
Mas, sabem: os seus veleiros 
soçobram no grande mar.”  

                                                
(Poema de Sersank para o livro “Estado de Espírito”)


Direitos autorais protegidos por lei


sábado, 30 de abril de 2011

Beatificação de João Paulo II


Itália
Praça de São Pedro embeleza-se para a beatificação do Papa João Paulo II

Roma (Do enviado especial) – Poster's, dísticos e flâmulas, com a figura do Papa João Paulo II, engalanam a Praça de São Pedro, no Vaticano, onde vai decorrer, domingo, a cerimónia da sua beatificação.
A iniciativa resultou do reconhecimento da sua obra em prol do fortalecimento do cristianismo, da paz, concórdia internacional e defesa dos direitos humanos e das nações.
Na praça, estão montados ecrãs gigantes, que exibem instantâneos da vida do venerado sacerdote, além de baterias de colunas de som, nas ruas de acesso, para permitir que as mais de 400 mil pessoas esperadas, entre as quais 50 chefes de estados e de governos, possam ouvir a homília em homenagem e de santificação do Papa João Paulo II.
Apesar de a cerimónia estar programada para domingo, hoje, e desde logo pela manhã, viam-se já grandes concentrações de fiéis e turistas na praça, bem como filas de pessoas que entravam na Basílica de São Pedro, onde estará exposta urna contendo os restos mortais do novo Beato.
Nos arredores, as lojas, livrarias e roulottes comercializavam, essencialmente, artigos com a imagem do Papa e brindes religiosos, como terços, fotos e peças artesanais com a efíngie do antigo líder da Igreja Católica Apostólica Romana.
Profissionais de fotografia, de câmaras de televisão e de cinema, amadores e profissionais, contavam-se igualmente em número acentuado, no largo, tentando obter as melhores imagens do recinto.
O Papa João Paulo II, de nome próprio, Karol Józef Wojtyla, nasceu a 18 de Maio de 1920, e foi Sumo Pontífice da Igreja Católica Apostólica Romana, soberano da Cidade do Vaticano, de 16 de Outubro de 1978 até a sua morte, a 2 de Abril de 2005, aos 84 anos de idade.
João Paulo II, aclamado como um dos líderes mais influentes do século XX, é enaltecido pelo seu empenho na melhoria das relações da Igreja Católica com o Judaísmo, Islão, Igreja Ortodoxa, e a Comunhão Anglicana. Foi o primeiro a pregar numa Igreja Luterana, bem como numa Mesquita, para além de visitar o Muro das Lamentações, em Jerusalém. Papa que mais viajou na história da igreja, visitou 129 países durante o seu pontificado.
Falava italiano, francês, alemão, inglês, espanhol, português, ucraniano, russo, servo-croata, esperanto, grego clássico e latim, além do polonês, sua língua nativa. Como parte de sua ênfase especial na vocação universal à santidade, beatificou mil e 340 pessoas e canonizou 483 santos, tendo escrito ainda 14 encíclicas, quantidade maior que todos os seus predecessores juntos pelos cinco séculos passados.
Docente de Ética, na Universidade Jaguelónica, e na Universidade Católica de Lublin, em 28 de Setembro de 1958 foi nomeado bispo auxiliar de Cracóvia e, quatro anos depois, chegou ao cargo máximo na sua diocese.
Em 30 de Dezembro de 1963 é apontado por Paulo VI como arcebispo de Cracóvia.
Na qualidade de bispo e arcebispo, Wojtyla participa no Concílio Vaticano II, contribuindo para a redacção de documentos que se tornariam na Declaração sobre a Liberdade Religiosa (Dignitatis Humanae) e a Constituição Pastoral da Igreja no Mundo Moderno (Gaudium et Spes).
Foi nomeado cardeal, em 28 de Junho de 1967, pelo Papa Paulo VI.


Fonte:

domingo, 24 de abril de 2011

O VERBO



 Fonte:
 Banco de Imagens do Google 




"Que os deuses me concedam que, despido
de afetos, tenha a fria liberdade
dos píncaros sem nada.”
                                    Fernando Pessoa




- Esfera azul, jóia imensa,
solitária, ó Terra-Mar,
até quando irás girar?
Um verme voraz te permeia
e a febre voraz que alardeia,
te agita, devora e nomeia,
circula nas veias dos homens.
É um verbo, essa febre maldita,
é o “ ter” essa febre voraz...



Poema de Sersank para o livro "Estado de Espírito"
(Direitos autorais protegidos por lei)

sábado, 23 de abril de 2011

O DIA DE HOJE



Imagem:
 Banco de Imagens do Google



O dia de hoje,
ocaso da história,
é azáfama de pássaros
sobre o alarido dos homens.

Síntese de horrores e de guerras.
Registro de cataclismos.
Estrondo de fúrias íntimas.
Cântico de multidões.

É a noite do tempo
outra vez devassada,
ao cósmico olor
de um planeta no cio.

Lampejo de sol
nos ouropéis das furnas.
O dia de hoje
é sepultura de sonhos.
E é pétala numérica de etérea flor.

Ponte para a vereda dos ventos
além do desfiladeiro, sem volta,
que esconde talvez, na distância,
vales em pleno arrebol.

À luz de milhões de estrelas,
o dia de hoje
é um poema
no livro de ouro de Deus.

22 de abril, Dia Mundial da Terra.

 Poema de Sersank para o livro "Estado de Espírito"
(Direitos autorais registrados e protegidos por lei)



quinta-feira, 21 de abril de 2011

ROGATIVA




Imagem:
(disponível no Banco de Imagens do Google)





Senhor Jesus, fonte de amor, verdade e vida,
Por dádivas me deste uma senda a seguir
E a cruz menor que me compete conduzir
Adiante, por mais íngreme a subida.

Devo olhar para frente, lembrar-Te, ao cair,
Sofrer sem murmurar.  Sob as farpas da lida
Calar-me e persistir, manter a fronte erguida...
Nada me turve os horizontes do porvir!

Preciso humildemente devotar-me ao bem       
Sentir-me agraciado ao ajudar alguém
E ver somente irmãos, jamais um inimigo...


Aprimorar-me - seja o lema dos meus dias.
E por mais nada eu troque as doces alegrias
De estar somado aos últimos que tens Contigo!...


(Do Opúsculo  "Oásis de Luz", de Sersank)

sábado, 9 de abril de 2011

PALAVRAS...



(Poema captado, durante visita assistencial, entre as paredes de um sombrio casebre erigido por lar)



VIDA é uma palavra ríspida.
LAZER - uma palavra fútil.
FUTURO é uma palavra incerta.
SONHO - uma palavra inútil.

TRABALHO é uma palavra rude.
TERRA é palavra fecunda.
LAR é a palavra mais linda.
FOME - a palavra mais funda.

FAMILIA é palavra que se cria.
AMIGO - uma palavra sempre boa.
FRATERNIDADE é palavra difícil.
ESPERANÇA - uma palavra à-toa.

CRENÇA é palavra do outro mundo.
MEDO - a palavra mais fria.
MUNDO é uma palavra imensa.
PÁTRIA - uma palavra sem valia.

AMOR é a palavra maior e mais bela.
Rima ideal para a DOR.
Quem ama - ensina João - está em Deus.
Deus é a expressão do AMOR.


(Poema de Sersank)

sexta-feira, 18 de março de 2011

MADRIGAL


Fonte: Banco de imagens do Google

Ah, pobre poeta
que a turba, indiscreta,
a rir, lisonjeia!...
Não passa de um homem
que mágoas consomem
e as grafa na areia...

Em vez de honrarias,
mercês, regalias,
que almeja, no fundo?
O “affair” necessário:
ouvir, solitário,
o ego profundo...



(Do livro "Estado de Espírito", de Sersank)


domingo, 13 de março de 2011

LIÇÃO DAS COISAS

Disponível no Banco de Imagens do Google




Não há o que detenha o avanço
das teias do tempo n’alma.
Teus atos, experiências,
amores, ofícios, reixas,
torcem, distorcem as teias
do tempo que tudo empalma.

Empalma os rastros que deixas
ao mar, no ar, nas areias...
Sutil, em suas cadências,
aranhas mil têm o tempo
a entretecer suas teias...

Dispersam os teus afetos.
Matam os sonhos que enfeixas.
Ai, nada detém o avanço
do tempo em nossas madeixas...

Mas, é preciso te afastes
de vez da porta ilusória
do labirinto das queixas.
As teias sutis do tempo
não atinjam tua essência,
quanto esses rastros que deixas.


Poema de Sergio Sersank (Do livro "Estado de Espírito")
(Direitos autorais protegidos por lei)

terça-feira, 8 de março de 2011

ENQUANTO É NOITE EM MINHA’ALMA


Fonte:
(Disponível no Banco de Imagens do Google)

Eu olho, enquanto sigo, a antiga sombra
que andeja no meu passo,
a sombra minha -
projeção de ser volante,
coisa entre as coisas que o tempo espezinha.                               

Arte a amoldar-se no fumo nas furnas,
crença a evolar-se do sangue na arena,                         
foge entre as pernas que dançam na noite,
mergulha nas águas que a guerra envenena.

Perdida no tropel dos séculos que avançam,
ressurge aqui e ali, num ou noutro país.
Ergue-se da estrada de Damasco.
Treme entre os lampiões de Auschwitz.

Acorre ao átrio do Templo de Delphos.
Queda ao pé da esfinge milenária.
Em tudo a encontro, me segue,
como se necessária. 

Segue-me, inevitável.
Vara comigo a neblina.
Até que a noite em minh’alma
ao sol descerre a cortina.
Porque não projeta a sombra
o ser quando enxerga em círculo
e, por sua vez, ilumina.

(Poema do "Estado de Espírito")



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COMENTÁRIO DE ISABEL FURINI, laureada poeta e escritora sobre a obra poética "Estado de Espírito"

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