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sábado, 18 de agosto de 2018

Nova Biografia de ZAMENHOF, Autor do Esperanto


Recebi das mãos do meu amigo Fernando Pita, do Rio de Janeiro (que fez o  prefácio em língua portuguesa), esta preciosidade que lí com muito prazer e compartilho com os seguidores e visitantes do Blog. 





Caso tenham interesse em adquirir a obra, registrem a solicitação nos comentários. Passarei as informações para o procedimento, via E-mail.



 

domingo, 8 de abril de 2018

RELIGIÃO E ESPIRITUALIDADE (Em memória de Teilhard de Chardin)



Imagem disponível no Google


A religião e a espiritualidade

Teilhard de Chardin



A religião não é apenas uma, são centenas.
A espiritualidade é apenas uma.
A religião é para os que dormem.
A espiritualidade é para os que estão despertos.
A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o que fazer e querem ser guiados.
A espiritualidade é para os que prestam atenção à sua Voz Interior.
A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.
A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade lhe dá paz interior.
A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade lhe diz: "aprenda com o erro".
A religião reprime tudo, te faz falso.
A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!
A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e, portanto é Deus.
A religião inventa.
A espiritualidade descobre.
A religião não indaga nem questiona.
 A espiritualidade questiona tudo.
A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Divina, sem regras.
A religião é causa de divisões.
 A espiritualidade é causa de união.
A religião lhe busca para que acredite.
A espiritualidade você tem que buscá-la.
A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.
A religião se alimenta do medo.
 A espiritualidade se alimenta na confiança e na fé.
A religião faz viver no pensamento.
 A espiritualidade faz viver na consciência.
A religião se ocupa com fazer.
 A espiritualidade se ocupa com ser.
A religião alimenta o ego.
 A espiritualidade nos faz transcender.
A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em Deus, não renunciar a Ele.
A religião é adoração.
A espiritualidade é meditação.
A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.
A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente.
A religião enclausura nossa memória.
 A espiritualidade liberta nossa consciência.
A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.
A religião promete para depois da morte.
A espiritualidade é encontrar Deus em nosso interior durante a vida.

Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual.
Somos seres espirituais passando por uma experiência humana.

Frei FREI BETTO


Teilhard de Chardin, meu guru

Aquela cabeça fora capaz de conceber uma das mais abrangentes visões do Universo, na qual todos os elementos se integram.
No domingo de Páscoa, 10 de abril de 1955, há 60 anos, em Nova York, o jesuíta Pierre Teilhard de Chardin, 73, levantou-se da cadeira para servir-se de chá. Não chegou à mesa. Um ataque cardíaco pôs fim à sua vida. No enterro não havia mais de três pessoas.
Para muitos, sua morte representou um alívio. Cessara o movimento daquele cérebro poderoso. Como tantos que ousam pensar pela própria cabeça e se recusam a acreditar que a verdade é filha da autoridade, Teilhard teve um final solitário.
Aquela cabeça fora capaz de conceber uma das mais abrangentes visões do Universo, na qual todos os elementos se integram, das micropartículas subatômicas à atração de toda a matéria pelo Ponto Ômega, que coroaria o processo de evolução da natureza. Essa grandiosa síntese foi registrada em livros e artigos que, durante sua vida, seus superiores nunca permitiram que fossem publicados, com receio de um novo caso Galileu.
Editada após a sua morte, a obra de Teilhard alcançou, na década de 1960, repercussão inesperada. Figurou meses nas listas de best sellers da Europa e dos EUA. Em 1962, introduzi Teilhard no Brasil, graças às traduções de Conrad Detrez. Os resumos em apostilas mimeografadas, vendidos à porta de faculdades do Rio, estão hoje no livro “Sinfonia universal - A cosmovisão de Teilhard de Chardin”. Mais tarde, graças a Teilhard, aprofundei a relação entre espiritualidade e física quântica em “A obra do artista - Uma visão holística do Universo”.
Nascido na França, Teilhard era filho de uma neta de Voltaire, pensador que introduziu em seu país as teorias de Isaac Newton e combateu toda espécie de superstição e intolerância. Aos 11 anos, aluno de colégio jesuíta, Teilhard demonstrava interesse pela geologia. Encontrou um mestre que o convenceu de que o melhor serviço a Deus pode ser o amor às pedras...
Em 1913, aos 32 anos, descobriu o amor a uma mulher. “Estando desde a infância” - escreve ele em “O coração da matéria” - “à procura do coração da matéria, era inevitável que, um dia, eu me encontrasse face a face com o Feminino. [...] Parece-me indiscutível que ao homem - mesmo a serviço de uma causa ou de Deus - não é possível nenhum acesso à maturidade e à plenitude espirituais fora de qualquer influência sentimental que venha nele sensibilizar a inteligência e suscitar, pelo menos inicialmente, as potências de amar.”
Doutorou-se em Ciência em 1922, na Sorbonne e, em 1923, fez sua primeira viagem à China. Participou da descoberta da primeira prova da existência do homem pré-histórico. Escreveu, então, uma de suas mais belas obras, “A missa sobre o mundo”.
De volta a Paris, em 1924, seus trabalhos adquiriram fama. Seus superiores, preocupados com suas ideias pouco ortodoxas, o forçaram a abandonar o Instituto Católico de Paris e a retornar à China. Em Tien-Tsin, escreveu “O meio divino”. Em 1929, participou da descoberta de Sinantropo, e passou a se preocupar com a origem da espécie humana. Começou a redigir sua obra mais famosa, “O fenômeno humano”.
Retornou a Paris em 1946. O Colégio da França lhe ofereceu uma cadeira. Ele pediu a Roma permissão de aceitá-la, bem como de publicar “O fenômeno humano”. Não conseguiu. No ano anterior, havia escrito a autobiografia “O coração da matéria”.
Teilhard buscou a verdade nas pedras das montanhas e nos esqueletos dos ancestrais da espécie humana, confiante de que a evidência da verdade é filha do tempo. Censurado, calado, exilado, não abandonou suas pesquisas e escreveu convencido de que a posteridade lhe daria razão, tendo tido o cuidado de confiar os originais a parentes e amigos com liberdade de divulgar sua obra.


Do jornal “O Globo” de 09/04/2015

Fonte:


Imagem disponível no Google






quinta-feira, 22 de março de 2018

22 DE MARÇO: DIA MUNDIAL DA ÁGUA





DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA ÁGUA


      Em 22 de março de 1992 a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu o "Dia Mundial da Água", publicando um documento intitulado "Declaração Universal dos Direitos da Água". Eis o texto que vale uma reflexão:


1.- A água faz parte do patrimônio do planeta. Cada continente, cada povo, cada nação, cada região, cada cidade, cada cidadão, é plenamente responsável aos olhos de todos.

2.- A água é a seiva de nosso planeta. Ela é condição essencial de vida de todo vegetal, animal ou ser humano. Sem ela não poderíamos conceber como são a atmosfera, o clima, a vegetação, a cultura ou a agricultura.

3.- Os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia.

4.- O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam.

5.- A água não é somente herança de nossos predecessores; ela é, sobretudo, um empréstimo aos nossos sucessores. Sua proteção constitui uma necessidade vital, assim como a obrigação moral do homem para com as gerações presentes e futuras.

6.- A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.

7.- A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da qualidade das reservas atualmente disponíveis.

8.- A utilização da água implica em respeito à lei. Sua proteção constitui uma obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.

9.- A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.

10.- O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.



sábado, 17 de fevereiro de 2018

LEMBRANDO LEOPOLDO MACHADO




Artigos

por Celso Martins


Lembrando Leopoldo Machado
 

             Como forma de homenagear a memória de Leopoldo Machado Barbosa, um dos mais destacados vultos do Movimento Espírita em nosso país, registramos algumas das memoráveis ocorrências de sua proveitosa existência, lembrando que ele nasceu em 30 de setembro de 1891 em Cepa Forte, interior da Bahia (atualmente Jandaíra) e desencarnou em Nova Iguaçu (RJ) na noite do dia 22 de agosto de 1957.
 
1. Leopoldo recebeu, da parte de sua mãe Anna Izabel Machado, orientação católica. Escrevendo, porém, na Revista Internacional de Espiritismo, sob a rubrica “Memórias de um Espírita Baiano”, deu a perceber que ainda menino já questionava os dogmas eclesiásticos. No dia em que fez a primeira comunhão, na saída da igreja com outras crianças de sua idade vestidas de branco e bem-comportadas, teria dito o Padre:
- “Não fosse sacrilégio, bom seria que vocês todos morressem agora. Purinhos, limpinhos, iriam logo para o céu”.
Pouco depois, Leopoldo passou a atirar pedras contra umas vacas que pastavam perto da igreja. Vendo aquela peraltice, o padre o adverte: “Mas você fazendo esta maldade, menino! Ainda há pouco estava eu desejando o ingresso de vocês todos no céu...” Ao que retruca o menino, já arguto: - “Ora, padre, depois eu me confesso e volto a ficar todo puro, todo limpo e poderei entrar no céu”.
Mal sabia aquele clérigo que no futuro essa mesma criança viria a ser um destemido defensor do Espiritismo!
2. Ainda pequeno, Leopoldo fora acometido de estranha febre. O médico que o atende sentencia: “Se escapar, ficará retardado”. Mas como sequela disso ficou-lhe apenas a leve gagueira. A moderna Foniatria acena, quanto a isso, para causas genéticas. O fato é que ele, sempre lúcido, nos legou trinta livros de versos, contos, biografias e relatos de viagens, estes visando à unificação dos espíritas, como o sempre lembrado “A Caravana da Fraternidade” (1952), fruto do histórico “Pacto Áureo” da Federação Espírita Brasileira.
3. Contava Leopoldo Machado dezoito anos (1909) e residia em Salvador (BA) quando seu pai, Eulálio de Souza Barbosa, retorna ao lar do qual estivera ausente durante anos, por razões políticas. Nasce a 26 de fevereiro do ano seguinte sua irmã Leopoldina. O pai manifestou insatisfação, pois desejava que viesse um menino. Todos os filhos anteriores eram do sexo masculino.
Leopoldo assumiu, então, diante do pai, a responsabilidade de cuidar da irmãzinha. A própria Professora Leopoldina Machado, revelaria anos mais tarde ao Celso Martins que a conheceu em 1960, dela se fazendo amigo até o seu desenlace no ano 2000:
- “Leopoldo me foi mais que irmão. Foi meu segundo pai”.
Ele teria dito, naquela ocasião, ao genitor:
- “Pai, se o Senhor não quiser, deixe que eu eduque a criança. O Senhor andou foragido durante um bom tempo e nem por isso morremos de fome. Deixe comigo a criação de minha irmãzinha”.
Leopoldo, de fato, cumpriu sua promessa. 
Dele herdou Leopoldina a honradez do caráter, o dinamismo, a franqueza e a sinceridade, conforme o Celso Martins pôde de perto comprovar. Habitualmente e às vezes sem que ninguém soubesse, ela dava auxílios a muitas anciãs viúvas, carentes.
4. Rapazola, descrente das pregações religiosas, durante uma quadra de sua vida, Leopoldo Machado chegou a ser materialista. Mas, casado com Marília Barbosa, em 1917, graças ao desvelo desta companheira, fez-se adepto do Espiritismo e mais que isto, tornou-se um de seus maiores defensores na tribuna, no rádio, no livro, assim como nas revistas e jornais do Brasil e do Exterior.
Um fato digno de nota:
Seu terceiro livro “Ideias” (1920), um compêndio de poesias elogiado por renomados escritores, dentre os quais o poeta Amaral Ornellas, enviado a um crítico literário da época, autografado, foi-lhe devolvido com essas ríspidas palavras: “Quando o Senhor tiver ideias, manda-me um exemplar”. Consta que o Professor autodidata, marido da Professora formada Marília Barbosa, a isso respondeu com uma de suas sonoras gargalhadas. Era o jeito Leopoldo de encarar a vida.
Uma curiosidade:
No seu livro “Natal dos Cristãos Novos” – que este velho articulista leu com muito interesse e maior proveito, Leopoldo Machado estampou um soneto ao qual deu o sugestivo título “Destino Sereno e Nobre” onde, deliberadamente, ele não faz aparecer a vogal “a”.
5. Em 1932, o Professor Leopoldo Machado que havia fundado no dia 1º de fevereiro de 1930, em Nova Iguaçu, com apoio da esposa Marília Barbosa, de sua irmã Leopoldina e da cunhada Marília Ferraz de Almeida, o Gymnázio Leopoldo (nome dado em homenagem ao Príncipe Belga, seu xará, futuro Rei Leopoldo III, que visitava o Brasil), deveria proferir palestra na Instituição Espírita Legionárias de Maria, fundada por Sarah Morais e outros – um prédio de dois pavimentos que se localiza na Rua Rio Grande do Sul, 43 – Bairro do Meier (RJ). Era o aniversário de fundação dessa notável Instituição que manteve por diversos anos a publicação semestral da revista “Vozes do Coração”, a qual era distribuída gratuitamente até para o Exterior. Nesse dia, ele estava em casa febril. Marília, a esposa, não permitiu que fosse nem mesmo no carro e sob a assistência de seu amigo Lindolfo – um dos fundadores do Centro Espírita Amor e Justiça, erguido no bucólico bairro de Engenho Pequeno, quase na Estação Ferroviária de Andrade Araújo.
No seu lugar, para lá seguiu Marília. De volta ao lar, altas horas da noite, ela – comovida - recebeu do marido acamado belos sonetos sobre a figura da mulher – mãe, filha, esposa, amiga, irmã. Com efeito, na poesia foi também gigante o nosso Leopoldo. Haja vista que entre outras façanhas literárias compôs um interessante poema sobre as dez palavras mais lindas de nosso idioma. Entre estas: Deus, Paz, Luz, Fé, Mãe...
6. No ano de 1936, Leopoldo Machado comparece gripado e febril ao auditório repleto da S. C. Filhos de Iguaçu. Havia sido desafiado a debater com o padre holandês Jacob Huddleston Slater. Este falava bem o nosso idioma e era exímio orador eclesiástico. No desejo de enquadrar a prática espírita como criminosa, o padre trouxera consigo um exemplar do velho Código Civil. O sempre lembrado letrista da “Canção da Alegria Cristã” propôs que iniciassem o debate – já que se tratava de um debate sobre religião – com a oração do “Pai Nosso”. Presidiu a “Sensacional Polêmica” (título, aliás, do livro que Leopoldo depois escreveu) o Coronel reformado do Exército e farmacêutico, Sebastião Herculano de Mattos. Ao fim do longo debate, o velho espírita baiano saiu nos braços do povo que o aplaudiu entusiasticamente.
7. A professora Leopoldina, irmã de Leopoldo Machado, certa vez disse a este articulista que as únicas brigas que ele e sua dileta esposa, Marília, tinham eram irrelevantes. Em dias de intensa chuva, por exemplo, contrariando-a, ele insistia em sair usando velho e surrado guarda-chuvas embora tivesse um mais novo em casa.
Em 25 de dezembro de 1940, com diversos familiares e amigos espíritas, Marília Barbosa fundou o “Lar de Jesus” – orfanato destinado a acolher meninas órfãs carentes – o qual funciona até hoje na Rua Professor Leopoldo Machado, 50 - bairro Caonze (K-11), em Nova Iguaçu (RJ).
Essa iniciativa de Marília Barbosa teria sido inspirada no trabalho de Ruth Sant’Anna, outra importante seareira do movimento espírita (autora do livro “Quanto Vale um Ideal”), a qual havia fundado em 11 de outubro de 1938 a “Casa de Lázaro” – renomado Educandário Social de Assistência e Amparo à Criança – situado na Rua Torres Sobrinho, 57 – no Meier (RJ). Inspirou da mesma forma a criação do “Lar de Maria” em Macaé por iniciativa do Professor Pierre Maciel Ribeiro e a fundação do “Lar de Maria”, na capital do Pará, graças aos esforços do Oli de Castro, coautor da música “Canção da Alegria Cristã” (cuja letra é de Leopoldo Machado).
8. Em meados de 1949, com meus sete anos incompletos, conheci o Padre alemão João Müsch. Ele dava aulas de religião na Escola Municipal Dr. França Carvalho, perto das ruinas da Igreja de Santo Antônio da Jacutinga, patrono de Nova Iguaçu.  Foi lá que fiz o curso primário.
Certo dia, o Padre João pediu permissão a Leopoldo Machado para dar aulas de catequese no seu colégio (Gymnázio Leopoldo). O líder espírita respondeu que consentiria uma vez que o clérigo abrisse espaço para o autor de “Catolicismo x Espiritismo” (1937) dar aulas de Doutrina Espírita no Colégio das Irmãs.
Como o Padre não aceitasse essa contraproposta jamais voltou a tocar no assunto.
Vim a saber, através do Léo, (Leopoldo Machado Barbosa de Barros), sobrinho do nosso biografado, que, apesar das divergências, o Padre João e Leopoldo Machado eram amigos e quase todos os domingos almoçavam juntos. Aí entendi porque melancolicamente dobraram os sinos da Igreja Católica quando passou diante dela, pela Rua Marechal Floriano, o grande cortejo fúnebre que conduzia ao “campo santo” o corpo do inesquecível autor de obras valiosas, como o “Ide e Pregai!” – série de relatos das frequentes viagens que Leopoldo fez pela unificação dos espíritas de nossos vastos brasis.
9. Conta-se que Leopoldo Machado e amigos, durante algum tempo, divulgaram o Espiritismo através de uma emissora de rádio do Rio de Janeiro, então sede do Distrito Federal. Após o programa espírita entrava no ar o de um pastor evangélico. Num desses dias, aquele seguidor de Lutero, ao cruzar com Leopoldo nos corredores, em tom de ironia, lhe fez a seguinte provocação:
_ “Eu me converterei imediatamente ao Espiritismo se o Senhor fizer aparecer agora aqui o Espírito de minha falecida mãe”.
O intrépido defensor da Doutrina Espírita respondeu:
- “Meu amigo, eu teria pelo menos três razões para provar ao Senhor que não basta querermos que um Espírito se comunique. Vou ser breve. Primeiramente é preciso saber se ele está em condições de fazê-lo, depois, se haveria um médium adequado e com o qual ele tivesse afinidade e, por último, restaria saber se ele, o Espírito, quer essa comunicação. Se o Senhor não respeita a sua mãezinha, saiba que ela tem todo o meu respeito. Saiba, por fim, que o Espiritismo nada teria a ganhar ou perder com sua adesão. Passe bem!”
10. Certa ocasião, Leopoldo Machado voltava do Orfanato Lar de Jesus, fundado por Marília Barbosa, no natal de 1940 e localizado no bairro iguaçuano Caonze (K-11).
Um padre se aproxima (não se sabe se o teria reconhecido) e pede-lhe auxílio financeiro para a construção de uma igreja naquele bairro. De imediato, Leopoldo abre a carteira e concede algum dinheiro. Todavia, assim que o padre se afasta, um dos amigos que estavam com ele o censura dizendo que aquele religioso iria depois atacar os espíritas.
O esclarecido autor do livro “Espiritismo e Cientismo” (editado em Lisboa, Portugal) replica, com altivez:
- “Caso me pedissem auxílio para fundar um cassino, um bordel ou botequim no bairro, claro que não ajudaria. Mas, em se tratando de uma casa religiosa, estarei sempre pronto a apoiar. Trará progresso para a comunidade. E se ele usar o púlpito para atacar o Espiritismo, eu serei o primeiro a defendê-lo em nossas tribunas”.
 
Sergio de Sersank colaborou com pequenos acréscimos e revisão do texto.


http://www.oconsolador.com.br/ano11/555/ca2.html
18/02/2018

O Consolador - Revista Semanal de Divulgação Espírita
 
 
 
 
 
 

 

sábado, 27 de janeiro de 2018

DE CHARLES BUKOWSKI, O POETA MALDITO



https://www.citypassguide.com/en/travel/vietnam/blog/blog/ghosts-and-other-weird-tales-from-vietnam



FERAS SALTANDO ATRAVÉS DO TEMPO

Van Gogh escrevendo para seu irmão pedindo tintas
Hemingway testando seu rifle
Céline fracassando como médico
A impossibilidade de ser humano
Villon expulso de Paris por ser um ladrão
Faulkner bêbado pelas sarjetas da cidade
A impossibilidade de ser humano
Burroughs assassinando sua mulher com um tiro
Mailer apunhalando a sua
A impossibilidade de ser humano
Maupassant enlouquecendo num barco a remos
Dostoievsky de pé contra o muro para ser fuzilado
Crane fora da popa de um navio indo em direção à hélice
A impossibilidade
Sylvia com a cabeça no forno como uma batata assada
Harry Crosby saltando naquele Sol Negro
Lorca assassinado na estrada pelas tropas espanholas
A impossibilidade
Artaud sentado num banco de hospício
Chatterton bebendo veneno de rato
Shakespeare um plagiário
Beethoven com uma corneta no ouvido contra a surdez
A impossibilidade
A impossibilidade
Nietzsche enlouquecendo completamente
A impossibilidade de ser humano
todos demasiados humanos
esse respirar
para dentro e para fora
para fora e para dentro
esses punks
esses covardes
esses campeões
esses cachorros loucos da glória
movendo esse pontinho de luz para nós
impossivelmente.

Charles Bukowski, in "Poesia beat"
Tradução de Sergio Cohn


Biografia de Charles Bukowski
Charles Bukowski (1920-1994) foi um escritor alemão, que viveu e morreu nos Estados Unidos. Poeta, contista, romancista e novelista foi considerado o último “escritor maldito” da literatura norte-americana.
Henry Charles Bukowski Jr. (1920-1994) nasceu em Andernach, Alemanha, no dia 16 de agosto de 1920. Filho de um soldado norte-americano e de uma jovem alemã, que fugindo da crise instalada na Alemanha depois da Primeira Guerra Mundial, se mudam para os Estados Unidos, quando Charles tinha três anos. Com 15 anos de idade começou a escrever suas primeiras poesias. Instalados em Baltimore, mais tarde vão morar no subúrbio de Los Angeles. Em 1939 ingressou o curso de Literatura na Los Angeles City College, onde permaneceu durante dois anos.
Com 24 anos Charles Bukowski escreveu seu primeiro conto “Aftermath of a Length of a Rejectio Slip”, que foi publicado na Story Magazine. Dois anos mais tarde publica “20 Tanks From Kasseidown”. Depois de escrever durante uma década se desilude com o processo de publicação de seu trabalho e resolve viajar pelos Estados Unidos fazendo trabalhos temporários e morando em pensões baratas.
Em 1952 se empregou como carteiro no Correio Postal de Los Angeles, onde permanece durante 3 anos. Entrega-se à bebida e em 1955 se hospitaliza com uma úlcera hemorrágica muito grave. Quando deixou o hospital começou a escrever poesias. Em 1957 casou-se com a escritora e poeta Barbara Frye, mas depois de dois anos se divorciaram. Continuou bebendo e escrevendo poesia.
No início dos anos 60 voltou a trabalhar nos correios. Mais tarde viveu em Tucson, onde fez amizade com Jon Webb e Gypsy Lon, que o incentivaram a publicar e viver de sua literatura. Começou a publicar alguns poemas em revistas de literatura. Loujon Press publicou “It Catches My Heart in Its Hands” (1963) e “Crucifix in a Deathhand” (1965). Em 1964 teve uma filha com sua namorada Frands Smith.
Em 1969, foi convidado pelo editor John Martin da Black Sparrow Press, por uma boa remuneração, para se dedicar integralmente a escrever seus livros. A maioria de seus livros foi publicada nessa época. Em 1971 publicou “Cartas na Rua”, em que o protagonista, seu alter ego, o acompanhou em quase todos os seus romances. Em 1976 conhece Linda Lee Beighle e se mudou para São Pedro, no sul da cidade de Los Angeles, onde permaneceram juntos até 1985. Bukowski fala dela em suas novelas “Mulheres” (1978) e “Hollywood” (1989), através do personagem Sara.
Charles Bukowski deixou uma vasta obra marcada por seu humor ferino e seu estilo obsceno, sendo comparado com Henry Miller, Louis-Ferdinand e Ernest Hemingway. Sua forma descuidada com a escrita, onde predominam personagens marginais, como prostitutas, corrida de cavalos, pessoas miseráveis etc. Foi visto como um ícone da decadência norte-americana e da representação niilista característica presente após a Segunda Guerra Mundial. Publicou: “Notas de Um Velho Safado”, “Crônicas de Um Amor Louco” “Ao Sul de Lugar Nenhum” e “O Amor é Um Cão dos Diabos”, entre outros.
Charles Bukouwski faleceu em São Pedro, Califórnia, Estados Unidos, no dia 9 de março de 1994.

Fonte:
27/01/2018





sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

SERSANK NO MUNDO



Um lugar chamado
Sersank


Iraq is made up of 17343 cities in 18 regions.
The region
Ninawa has 1434 cities.
Sersank is number 1132 in the region Ninawa.
The city is number
14429 in Iraq.


Sersank:
Depois de deixar Swareh Tukeh, segue-se a estrada principal no sentido leste. Depois de alguns quilômetros chega-se a Bamerni e Skryyin que é conhecida por suas águas, saborosas uvas e pomares. Em uma distância dali, chega-se a Sersank (126 km de al-Mosul), um dos resorts mais atraentes no IraqueSersank Resort está em 1.046 m acima do nível do mar, a temperatura aí não excede 34 º C. O visitante de Sersank pode esperar por um belo clima, a água fria que flui de altas montanhas, os ciprestes e florestas de álamo e os pomares de frutas sem fim. Em Sersank, há muitos hotéis, chalés e casinos e uma discoteca. Em todos os lugares há restaurantes, mercados, parques infantis, um cinema de verão e um teatro itinerante, além de cafés e lojas populares. Além disso, há uma estação de correios e um banco.




Sersank
em Ninawa (região) é uma cidade situada no Iraque 
a cerca de 196 km de Mosul e a 315 km de Bagdá, capital do país.

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(Informações obtidas meses antes dos ataques da facção “Estado Islâmico” *)

*Estado Islâmico é um grupo terrorista formado por jihadistas muçulmanos ultraconservadores, que são conhecidos por defenderem fundamentos radicais do islamismo. Também conhecido por ISIS (Islamic State of Iraq and ash-Sham) ou Daesh(transliteração do acrônimo árabe), o Estado Islâmico utiliza-se de táticas brutais contra todas as pessoas que não seguem a Sharia (lei religiosa islâmica), como a crucificação, a decapitação e outros atos que provocam a indignação e o medo em todo o mundo.  
(https://www.significados.com.br/estado-islamico/)

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NO HIMALAIA

Um pico chamado Sersank

Mountains of Dharlang Valley-N.A. Pitts-Tucker
Sersank Pass
(Passagem Sersank)

Sersank (ou Shivsank) é um magnífico pico de cerca de 20 mil pés na Cordilheira do Himalia. A Shiv Shankar Pass também conhecida como Sersank La (Sersank Pass) é uma passagem de montanha que fica à esquerda do Shivsank e liga Sural Bhatori em Pangi Chamba com o vale Dharlang de Jammu & Kashmir, na Índia. Tem uma altitude média de 4.805 metros acima do nível do mar. A região é pouquíssimo habitada: 25 pessoas por km2A cidade mais próxima, com população acima de 50 mil habitantes fica a cerca de 20 horas em transporte local.
Essa difícil passagem caiu em desuso. Atualmente não há praticamente nenhuma pista de marcação em suas áreas glaciais. Mas é utilizada por alpinistas. Avalanches de neve e de pedregulhos de rocha maciça podem ocorrer em determinadas épocas. 
Há registros de ocorrências de terremotos a cada 50 anos, em média, chegando a 7 pontos na Escala Richter. Estima-se que 3,46 % das crianças com menos de 5 anos naquela região estão abaixo do peso. Pessoas de Sural Bhatori são budistas e têm uma antiga conexão com Zanskar Ladakh e com o Tibet.


 
Natural Hazards/ Riscos naturais

 
Earthquake
Tremor de terra

80
%
Flood   Inundação

40
%
Drought
Seca
20
%
  Landslide
Desmoronamento
60
%
 Vulcano
Erupções Vulcânicas
0
%
Cyclone
Ciclones
0
%

 
https://www.himalayanclub.org/hj/37/21/
expedition-to-the-dharlang-valley-pangi-and-zanskar/

10/05/2016

EXPEDITION TO THE DHARLANG VALLEY, PANGI AND ZANSKAR N. A. PITTS-TUCKER

Sersank (or Shivsank)  “The approach from Sural (10,500 ft) is gentle: short birch forests in a wide valley flanked east and west by ridges rising to 19,000 ft. At the head of the valley all other features - whether sapphire river, golden forests or black rock peaks - are overpowered by cascade upon cascade of ice and snow falling from the magnificent Shivsank, a peak of 20,000 less 4 feet. The pass lies to the left of this. This we did not know, and, as it is best for our reputation to let a veil fall on what precisely happened in the next three days, suffice it to say that we had made a very thorough exploration of two ancillary glaciers to the west of our route before we were assembled at a camp of 13,000 ft on the last of the grass and on the corner of the Sersank glacier.”
TRADUÇÃO “A aproximação de Sural (10,500 pés) é tranquila: bosques de bétula curtos em um amplo vale flanqueado a leste e a oeste por cumes que se elevam a 19,000 pés. À beira do vale todas as outras características, seja o rio safira, as florestas douradas ou os picos de rochas pretas, são dominados por cascatas e cascatas de gelo e neve caindo do magnífico Shivsank - um pico de 20 mil menos 4 pés. A passagem fica à esquerda. Isso não sabíamos e, como é melhor para a nossa reputação deixar um véu cair sobre o que aconteceu com precisão nos próximos três dias, basta dizer que fizemos uma exploração muito completa de duas geleiras auxiliares a oeste de nossa rota antes de sermos reunidos em um acampamento de 13,000 pés na última grama e na esquina da geleira de Sersank.”
The Himalayan Journal, Vol.37
Publication year 1981 - Editor: Harish Kapadia


 
Dharlang Valley-N.A. Pitts-Tucker
26/01/2018