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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014






Benção Celta



Que o caminho venha ao teu encontro.
Que o vento sempre sopre às tuas costas 
e a chuva caia suave sobre teus campos.

E até que voltemos a nos encontrar,
que Deus te sustente suavemente na palma de sua mão...

Lembra sempre de esquecer as coisas que te entristeceram,
porém nunca esqueças de lembrar aquelas que te alegraram.

Lembra sempre de esquecer os amigos que se revelaram falsos, 
porém nunca esqueças de lembrar aqueles que permaneceram fiéis...

Que não conheças nada além da felicidade, deste dia em diante.
Que Deus te conceda muitos anos de vida;
com certeza Ele sabe que a terra não tem anjos suficientes…
...e assim seja a cada ano, para sempre!




quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

TROVAS NATALINAS






TROVAS de NATAL



 Sersank

Natal...  Sinos tangem...  Luzes
enchem a noite, às milhares.
- Cessai, ó silvos de obuses,
hino de amor singra os ares!...
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Natal!...  Regozijo e festas...
Templos repletos de luz...
Ceiam as almas modestas
o simples pão com Jesus! 
 .................................................
Natal...  Por lembrá-Lo, em festas,
enchem-se os templos de luz.
E a portas as mais modestas
ei-Lo que assoma: é Jesus!
 ..................................................
Natal!...  A ingênua alegria
que a gente exibe tão bem
apesar da nostalgia
dos Natais que nunca vêm...

(Do Livro "TROVAS de SERSANK")

"The Night Before Christmas" - UM POEMA QUE SE PERPETUA




 
 


 
“A VÉSPERA DE NATAL”(*)
Uma Visita de São Nicolau
 
Clement Clarke Moore
 
 
“Era véspera de Natal, e a casa dormia

Nem mesmo um camundongo por ela se movia

As meias, na chaminé, esperavam, de leve

Que São Nicolau chegasse em breve
 
As crianças dormiam entre quentes cobertas
Sonhando com os doces que viriam na certa
E eu e a mamãe, de lenço e boné
Ressonávamos tranquilos, noite afora até 
 
Que um estrondo lá fora chamasse a atenção.
Levantei-me para ver qual era a confusão.
Como um relâmpago corri para a janela
Abri as persianas, a cortina que velai
E a Lua que reluzia sobre a neve recente
Iluminava a cena como um sol nascente
E diante dos meus olhos surgiram, repentinos,
Oito renas minúsculas e um trenó pequenino 
 
Com um velho à rédea, feliz e com pique
Logo tive a certeza de que era São Nicolau
Rápido como uma águia, o trenó voava
E ele, entre assobios, cada rena chamava 
 
“Vamos, Corredora! Vamos Dançarina! Vamos, Empinadora e Raposa!
Vamos, Cometa! Vamos, Cupido! Vamos, Trovão e Relâmpago!
Por sobre a varanda e por sobre o telhado!
Voando, voando, por todos os lados!” 
 
E como folhas secas ao vento do furacão
Que não respeitam barreira à sua ascensão
As renas voavam casa acima, pelo céu
Puxando o trenó, brinquedos e São Nicolau
E depois eu ouvi, por sobre o telhado
Os cascos se movendo em tom ritmado
E quando fechei a janela e me virei para olhar
Da chaminé percebi São Nicolau saltar 
 
Vestido de peles, dos pés à cabeça
Coberto de pó e de fuligem espessa
Ele trazia às costas brinquedos variados
Como um vendedor chegando ao mercado
Seus olhos brilhavam, e seu rosto sorria
Na face rosada o nariz reluzia
Sua boca se abriu em um sorriso breve
E a barba em seu queixo era branca como a neve 
 
O homem trazia um cachimbo entre os dentes
E a fumaça cercava seu rosto sorridente
Seu rosto pequeno e barriga arredondada
Se moviam como gelatina quando ele dava risada!
Tão gorducho e redondo, o alegre pequenino
Que sorri sem nem notar, ao vê-lo, ladino,
Me fazer um sinal, uma leve piscada,
Indicando situação nada arriscada 
 
E sem uma palavra ele fez seu trabalho,
Enchendo as meias, e girando no assoalho
Ergueu um dedo em sinal de despedida
E pela chaminé procurou a saída
Saltou ao trenó, com um forte assobio,
E saíram aos ares com um rodopio
Mas o ouvi exclamar, no momento final
“Meu boa noite a todos, e um Feliz Natal”. (**)

Extraído do blog
 
(*) O poema “The Night Before Christmas”, (“A Véspera de Natal”) do escritor americano Clement Clarke Moore (também conhecido como “Uma visita de São Nicolau”) foi escrito no ano de 1822e publicado um ano depois. Retrata, pela primeira vez, o “Bom Velhinho” como o vemos popularizado nos dias atuais: com seu trenó puxado pelas renas ou esbanjando sorrisos ao lado da chaminé onde as crianças colocam os sapatinhos e, claro, com o seu tradicional saco repleto de brinquedos.
(**) Desconheço o autor desta ótima tradução do poema, em versos dodecassílabos com  rimas emparelhadas, como no poema original. Quem souber, me informe, por favor.
 
Clement Clarke Moore nasceu em 1779 e faleceu em 1863.
 
 


 

A Visit from St. Nicholas

By  Clement Clarke Moore
 
 
'Twas the night before Christmas, when all through the house
Not a creature was stirring, not even a mouse;
The stockings were hung by the chimney with care,
In hopes that St. Nicholas soon would be there;
The children were nestled all snug in their beds;
While visions of sugar-plums danced in their heads;
And mamma in her 'kerchief, and I in my cap,
Had just settled our brains for a long winter's nap,
When out on the lawn there arose such a clatter,
I sprang from my bed to see what was the matter.
Away to the window I flew like a flash,
Tore open the shutters and threw up the sash.
The moon on the breast of the new-fallen snow,
Gave a lustre of midday to objects below,
When what to my wondering eyes did appear,
But a miniature sleigh and eight tiny rein-deer,
With a little old driver so lively and quick,
I knew in a moment he must be St. Nick.
More rapid than eagles his coursers they came,
And he whistled, and shouted, and called them by name:
"Now, Dasher! now, Dancer! now Prancer and Vixen!
On, Comet! on, Cupid! on, Donner and Blitzen!
To the top of the porch! to the top of the wall!
Now dash away! dash away! dash away all!"
As leaves that before the wild hurricane fly,
When they meet with an obstacle, mount to the sky;
So up to the housetop the coursers they flew
With the sleigh full of toys, and St. Nicholas too—
And then, in a twinkling, I heard on the roof
The prancing and pawing of each little hoof.
As I drew in my head, and was turning around,
Down the chimney St. Nicholas came with a bound.
He was dressed all in fur, from his head to his foot,
And his clothes were all tarnished with ashes and soot;
A bundle of toys he had flung on his back,
And he looked like a pedler just opening his pack.
His eyes—how they twinkled! his dimples, how merry!
His cheeks were like roses, his nose like a cherry!
His droll little mouth was drawn up like a bow,
And the beard on his chin was as white as the snow;
The stump of a pipe he held tight in his teeth,
And the smoke, it encircled his head like a wreath;
He had a broad face and a little round belly
That shook when he laughed, like a bowl full of jelly.
He was chubby and plump, a right jolly old elf,
And I laughed when I saw him, in spite of myself;
A wink of his eye and a twist of his head
Soon gave me to know I had nothing to dread;
He spoke not a word, but went straight to his work,
And filled all the stockings; then turned with a jerk,
And laying his finger aside of his nose,
And giving a nod, up the chimney he rose;
He sprang to his sleigh, to his team gave a whistle,
And away they all flew like the down of a thistle.
But I heard him exclaim, ere he drove out of sight—
“Happy Christmas to all, and to all a good night!”
 
Source: The Random House Book of Poetry for Children (Random House Inc., 1983)
 
 
 


domingo, 16 de novembro de 2014

O ÚLTIMO POEMA



Este foi o último poema que a grande poeta da América do Sul, Alfonsina Storni, escreveu antes de cometer suicídio, lançando-se ao mar na madrugada do dia 25 de outubro de 1938.


 VESTIDA DE MAR
 





VOU DORMIR
Alfonsina Storni
 
Dentes de flores, touca de rocío,
mãos de ervas; tu, aia elegante,
prepara-me agora os lençóis de terra
e o edredão de musgos escardeados.
 
Recosta-me, vou dormir, aia minha.
Põe uma lâmpada na cabeceira;
uma constelação, a que te agrade;
todas são boas; desça-a um pouquinho.
 
Deixa-me só: ouve o romper dos brotos...
Te embala um pé celeste lá de cima
e um pássaro descreve alguns compassos
 
para que esqueças... Grata. Ah, um favor:
se ele chamar de novo ao telefone
diz-lhe que não insista, que saí...                                                                   
(Tradução de Sersank)


 
 
Voy a dormir

Alfonsina Storni

 
                                      Dientes de flores, cofia de rocío,
                                      manos de hierbas, tú, nodriza fina,
                                      tenme prestas las sábanas terrosas
                                      y el edredón de musgos encardados.

                                      Voy a dormir, nodriza mía, acuéstame.
                                      Ponme una lámpara a la cabecera;
                                      una constelación; la que te guste;
                                      todas son buenas;bájala un poquito.

                                      Déjame sola: oyes romper los brotes...
                                      te acuna un pie celeste desde arriba
                                      y un pájaro te traza unos compases

                                      para que olvides... Gracias. Ah, um encargo:
                                      si él llama nuevamente por teléfono
                                      le dices que no insista, que he salido...

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Este fue el último poema que Alfonsina escribió antes de suicidarse…
 

Hacia la una de la madrugada del martes 25 Alfonsina abandonó su habitación y se dirigió a la playa La Perla. Esa noche su hijo Alejandro no pudo dormir; a la mañana siguiente, lo llamó la dueña del hotel para informarle que le habían reportado del hotel que su madre estaba cansada pero bien.
Esa mañana, la mucama Celinda había golpeado la puerta del dormitorio para darle el desayuno y no obtuvo respuesta y pensó que era mejor dejarla descansar y fue lo que le comunicó a la dueña. Pero cuando dos obreros descubrieron el cadáver en la playa, se difundió la noticia; su hijo se enteró por radio y el cuidador del hotel, José Porto, se lo confirmó vía telefónica. Hay dos versiones sobre el suicidio de Alfonsina: una de tintes románticos, que dice que se internó lentamente en el mar, y otra, la más apoyada por los investigadores y biógrafos, que afirma que se arrojó a las aguas desde una escollera.
A la tarde, los diarios titulaban sus ediciones con la noticia: «Ha muerto trágicamente Alfonsina Storni, gran poeta de América». La sorpresa obligó a reconstruir el hecho. A las ocho de la mañana, los obreros de la Dirección de Puertos Atilio Pierini y Oscar Parisi observaron algo flotando a doscientos metros de la playa La Perla y que podría tratarse de una persona. Pierini se arrojó al agua mientras su compañero denunciaba el evento a la policía; los cabos Antonio Santana y Dámaso Castro ayudaron al joven obrero a llevar el cuerpo sin vida a la orilla. Determinaron que era una mujer bien vestida y que había estado flotando poco tiempo. Una ambulancia la trasladó a la morgue, donde fue examinada por el doctor Bellati, quien reconoció a Alfonsina cuando destapó el cuerpo. Se especuló que Alfonsina se arrojó desde la escollera del Club Argentino de Mujeres a doscientos metros de la costa. Sobre la escollera se encontró uno de sus zapatos, el cual se había enganchado con los hierros en el momento en que su dueña se había arrojado al mar.

Alfonsina Storni (1892 -1938) fue maestra, actriz, periodista, poeta, socialista, feminista y madre soltera, fascinaba al Buenos Aires del siglo XX con sus versos y con el desafío a todos los prejuicios en medio de una sociedad machista y oligarca. Sensual, frágil, activa, pasional, romántica, cerebral, contestataria, feroz, vanguardista…, escribía con voz femenina y potente.
Su suicidio se vivió con espíritu romántico, pero no se internó en el mar caminando, con los cabellos al viento, sino que se arrojó a la mar desde un espigón, consumida por el dolor que el cáncer le producía, sin esperanzas de cura.
Bajo el título “Voy a dormir: Alfonsina Storni” puedes leer aquí la excelente narración del suicidio del poeta:
http://www.filmica.com/jacintaescudos/archivos/006964.html


Biografía de Alfonsina Storni
(29 de Mayo de 1892 - 25 de Octubre de 1938)

La autora

La familia Storni -el padre de Alfonsina y varios hermanos mayores- llegó a la provincia de San Juan desde Lugano, Suiza, en 1880. Fundaron una pequeña empresa familiar, y años después, las botellas de cerveza etiquetadas «Cerveza Los Alpes, de Storni y Cía», circulan por toda la región. Los padres de Alfonsina viajaron a Suiza en el año 1891, junto con sus dos pequeños hijos. En 1892, el 29 de mayo, nació en Sala Capriasca Alfonsina, la tercera hija del matrimonio Storni. Llevó el nombre del padre, de un padre melancólico y raro. Más tarde le diría a su amigo Fermín Estrella Gutiérrez: «me llamaron Alfonsina, que quiere decir dispuesta a todo».

Alfonsina aprendió a hablar en italiano, y en 1896 vuelven a San Juan, de donde son sus primeros recuerdos. «Estoy en San Juan, tengo cuatro años; me veo colorada, redonda, chatilla y fea. Sentada en el umbral de mi casa, muevo los labios como leyendo un libro que tengo en la mano y espío con el rabo del ojo el efecto que causo en el transeúnte. Unos primos me avergüenzan gritándome que tengo el libro al revés y corro a llorar detrás de la puerta». En 1901, la familia se trasladó nuevamente, esta vez a la ciudad de Rosario, un próspero puerto del litoral.

Paulina, la madre, abrió una pequeña escuela domiciliaria, y pasa a ser la cabeza de una familia numerosa, pobre y sin timón. Instalaron el «Café Suizo», cerca de la estación de tren, pero el proyecto fracasó. Alfonsina lavaba platos y atendía las mesas, a los diez años. Las mujeres comenzaron a trabajar de costureras. Alfonsina decide emplearse como obrera en una fábrica de gorras. En 1907 llega a Rosario la compañía de Manuel Cordero, un director de teatro que recorría las provincias. Alfonsina reemplaza a una actriz que se enferma. Esto la decide a proponerle a su madre que le permita convertirse en actriz y viajar con la compañía. Recorre Santa Fe, Córdoba, Mendoza, Santiago del Estero y Tucumán. Después dirá que representó Espectros, de Ibsen, La loca de la casa, de Pérez Galdós, y Los muertos, de Florencio Sánchez.

En sus cartas al filólogo español don Julio Cejador Alfonsina resume algunos momentos de su vida. Refiriéndose a esta época, le dirá: «A los trece años estaba en el teatro. Este salto brusco, hijo de una serie de casualidades, tuvo una gran influencia sobre mi actividad sensorial, pues me puso en contacto con las mejores obras del teatro contemporáneo y clásico (…). Pero casi una niña y pareciendo ya una mujer, la vida se me hizo insoportable. Aquel ambiente me ahogaba. Torcí rumbos…». Luego, en un reportaje de la revista El Hogar, contará que al regresar escribió su primera obra de teatro, Un corazón valiente, de la que no han quedado testimonios.

Cuando volvió a Rosario se encuentra con que su madre se ha casado y vive en Bustinza. La poeta decide estudiar la carrera de maestra rural en Coronda, y allí recibe su título profesional. Gana un lugar sobresaliente en la comunidad escolar, consigue un puesto de maestra y se vincula a dos revistas literarias, Mundo Rosarino y Monos y Monadas. Allí aparecen sus poemas durante todo ese año, y si bien no hay testimonio de ellos, sí sabemos de otros publicados al año siguiente en Mundo Argentino, y que tienen resonancias hispánicas.

Poeta en Buenos Aires

Al terminar el año de 1911, decide trasladarse a Buenos Aires. «En su maleta traía pobre y escasa ropa, unos libros de Darío y sus versos». Así, con nostalgia, evoca su hijo Alejandro la llegada. Pobre equipaje para enfrentarse con una ciudad que estaba abierta al mundo, con las expectativas puestas en esa inmigración que traería nuevas manos para producir y nuevas formas de convivencia. El nacimiento de su hijo Alejandro, el 21 de abril de 1912, define en su vida una actitud de mujer que se enfrenta sola a sus decisiones. Trabaja como cajera en la tienda «A la ciudad de México», en Florida y Sarmiento. También en la revista Caras y Caretas.

Su primer libro, La inquietud del rosal, publicado con grandes dificultades económicas, apareció en 1916. En un homenaje al novelista Manuel Gálvez, por primera vez en Buenos Aires, en esta clase de reuniones, aparece Alfonsina recitando con aplomo sus propios versos. En junio de 1916, aparece en Mundo Argentino un poema titulado «Versos otoñales». Aunque los versos son apenas aceptables, sorprende su capacidad de mirarse por dentro, que por entonces no era común en los poetas de su generación.

Al mirar mis mejillas, que ayer estaban rojas
He sentido el otoño; sus achaques de viejo
Me han llenado de miedo; me ha contado el espejo
Que nieva en mis cabellos mientras caen las hojas.

Sus amigos los poetas modernistas

Amado Nervo, el poeta mejicano paladín del modernismo junto con Rubén Darío, publica sus poemas también en Mundo Argentino, y esto da una idea de lo que significaría para ella, una muchacha desconocida, de provincia, el haber llegado hasta aquellas páginas. En 1919 Nervo llega a la Argentina como embajador de su país, y frecuenta las mismas reuniones que Alfonsina. Ella le dedica un ejemplar de La inquietud del rosal, y lo llama en su dedicatoria «poeta divino». Vinculada entonces a lo mejor de la vanguardia novecentista, que empezaba a declinar, en el archivo de la Biblioteca Nacional uruguaya hay cartas al uruguayo José Enrique Rodó, otro de los escritores principales de la época, modernista autor de Ariel y de Los motivos de Proteo, ambos libros pilares de una interpretación de la cultura americana. El uruguayo escribía, como ella, en Caras y Caretas y era, junto con Julio Herrera y Reissig, el jefe indiscutido del nuevo pensamiento en el Uruguay. Ambos contribuyeron a esclarecer los lineamientos intelectuales americanos a principios de siglo, como lo hizo también Manuel Ugarte, cuya amistad le llegó a Alfonsina junto con la de José Ingenieros.

Su voluntad no la abandona, y sigue escribiendo. En mejores condiciones publica El dulce daño, en 1918. El 18 de abril de 1918 se le ofrece una comida en el restaurante Génova, de la calle Paraná y Corrientes, donde se reunía mensualmente el grupo de Nosotros, y en esa oportunidad se celebra la aparición de El dulce daño. Los oradores son Roberto Giusti y José Ingenieros, su gran amigo y protector, a veces su médico. Alfonsina se está reponiendo de la gran tensión nerviosa que la obligó a dejar momentáneamente su trabajo en la escuela, pero su cansancio no le impide disfrutar de la lectura de su «Nocturno», hecha por Giusti, en traducción al italiano de Folco Testena

También en 1918 Alfonsina recibe una medalla de miembro del Comité Argentino Pro Hogar de los Huérfanos Belgas, junto con Alicia Moreau de Justo y Enrique del Valle Iberlucea. Años atrás, cuando empezó la guerra, Alfonsina había aparecido como concurrente a un acto en defensa de Bélgica, con motivo de la invasión alemana. Comienzan sus visitas a la ciudad de Montevideo, donde hasta su muerte frecuentará amigos uruguayos. Juana de Ibarbourou lo contó años después de la muerte de la poetisa argentina: «En 1920 vino Alfonsina por primera vez a Montevideo. Era joven y parecía alegre; por lo menos su conversación era chispeante, a veces muy aguda, a veces también sarcástica. Levantó una ola de admiración y simpatía… Un núcleo de lo más granado de la sociedad y de la gente intelectual la rodeó siguiéndola por todos lados. Alfonsina, en ese momento, pudo sentirse un poco reina».

La amistad de Quiroga, el escritor de la selva

En 1922, Alfonsina ya frecuentaba la casa del pintor Emilio Centurión, de donde surgiría posteriormente el grupo Anaconda. Allí conoció, seguramente, al escritor uruguayo Horacio Quiroga, que había llegado de su refugio en San Ignacio, Misiones, durante el año 1916. Su personalidad debió atraer a Alfonsina. Un hombre marcado por el destino, perseguido por los suicidios de seres queridos, que, además, se había atrevido a exiliarse en Misiones, e intentado allí forjar un paraíso. En 1922, era ya el autor de sus libros más importantes, Cuentos de la selva, Anaconda, El desierto. Vivía modestamente de sus colaboraciones en diarios y revistas y desempeñó un papel protagónico en el intento de profesionalizar la escritura. Alfonsina había publicado sus libros Irremediablemente (1919) y Languidez (1920).

La amistad con Quiroga fue la de dos seres distintos. Cuenta Norah Lange que en una de sus reuniones, adonde iban todos los escritores de la época, jugaron una tarde a las prendas. El juego consistió en que Alfonsina y Horacio besaran al mismo tiempo las caras de un reloj de cadena, sostenido por Horacio. Este, en un rápido ademán, escamoteó el reloj precisamente en el momento en que Alfonsina aproximaba a él sus labios, y todo terminó en un beso. Quiroga la nombra frecuentemente en sus cartas, sobre todo entre los años 1919 y 1922, y su mención la destaca de un grupo donde había no sólo otras mujeres sino también otras escritoras. Sin embargo, cuando Quiroga resuelve irse a Misiones en 1925, Alfonsina no lo acompaña. Quiroga le pide que se vaya con él y ella, indecisa, consulta con su amigo el pintor Benito Quinquela Martín. Aquél, hombre ordenado y sedentario, le dice: «¿Con ese loco? ¡No!».

Un nuevo camino para la poesía

En el año 1923, la revista Nosotros, que lideraba la difusión de la nueva literatura argentina, y con hábil manejo formaba la opinión de los lectores, publicó una encuesta, dirigida a los que constituyen «la nueva generación literaria». La pregunta está formulada sencillamente: «¿Cuáles son los tres o cuatro poetas nuestros, mayores de treinta años, que usted respeta más?».

Alfonsina Storni tenía en ese entonces treinta y un años recién cumplidos, es decir, que apenas bordeaba la cifra exigida para constituirse en «maestro de la nueva generación». Su libro Languidez, de 1920, había merecido el Primer Premio Municipal de Poesía y el Segundo Premio Nacional de Literatura, lo que la colocaba muy por encima de sus pares. Muchas de las respuestas a la encuesta de Nosotros coinciden en uno de los nombres: Alfonsina Storni.

Mil novecientos veinticinco fue el año de la publicación de Ocre, un libro que marca un cambio decisivo en su poesía. Desde hace dos años es profesora de Lectura y declamación en la Escuela Normal de Lenguas Vivas, y su postura como escritora está absolutamente afianzada entre el público y sus iguales. Por aquella época muere José Ingenieros, y esto la deja un poco más sola.

Hasta la casa de la calle Cuba llega una tarde la chilena Gabriela Mistral. El encuentro debió ser importante para la chilena, ya que publicó su relato ese año en El Mercurio. Llamó por teléfono a Alfonsina antes de ir, y le impresionó gratamente su voz, pero le habían dicho que era fea y entonces esperaba una cara que no congeniara con la voz. Por eso cuando la puerta se abre pregunta por Alfonsina, porque la imagen contradice a la advertencia. «Extraordinaria la cabeza, recuerda, pero no por rasgos ingratos, sino por un cabello enteramente plateado, que hace el marco de un rostro de veinticinco años». Insiste: «Cabello más hermoso no he visto, es extraño como lo fuera la luz de la luna a mediodía. Era dorado, y alguna dulzura rubia quedaba todavía en los gajos blancos. El ojo azul, la empinada nariz francesa, muy graciosa, y la piel rosada, le dan alguna cosa infantil que desmiente la conversación sagaz y de mujer madura». La chilena queda impresionada por su sencillez, por su sobriedad, por su escasa manifestación de emotividad, por su profundidad sin trascendentalismos. Y sobretodo por su información, propia de una mujer de gran ciudad, «que ha pasado tocándolo todo e incorporándoselo» (1).

El 20 de marzo de 1927 se estrena su obra de teatro, que despertaba las expectativas del público y de la crítica. El día del estreno asistió el presidente Alvear con su esposa, Regina Pacini. Al día siguiente la crítica se ensañó con la obra, y a los tres días tuvo que bajar de cartel. El diario Crítica tituló «Alfonsina Storni dará al teatro nacional obras interesantes cuando la escena le revele nuevos e importantes secretos». La escritora se sintió muy dolida por su fracaso, y trató de explicarlo atribuyéndole la culpa al director y a los actores.

Años de equilibrio

Alfonsina intervino en la creación de la Sociedad Argentina de Escritores y su participación en el gremialismo literario fue intensa. En 1928 viajó a España en compañía de la actriz Blanca de la Vega, y repitió su viaje en 1931, en compañía de su hijo. Allí conoció a otras mujeres escritoras, y la poeta Concha Méndez le dedica algunos poemas. En 1932, publicó sus Dos farsas pirotécnicas: Cimbelina y Polixene y la cocinerita. Está tranquila, colabora en el diario Crítica y en La Nación; sus clases de teatro son la rutina diaria, y su rostro empieza a cambiar. Las canas cubren su cabeza y le dan un aire diferente.

En 1931, el Intendente Municipal nombró a Alfonsina jurado y es la primera vez que ese nombramiento recae en una mujer. Alfonsina se alegra de que comiencen a ser reconocidas las virtudes que la mujer, esforzadamente, demuestra. «La civilización borra cada vez más las diferencias de sexo, porque levanta a hombre y mujer a seres pensantes y mezcla en aquel ápice lo que parecieran características propias de cada sexo y que no eran más que estados de insuficiencia mental. Como afirmación de esta limpia verdad, la Intendencia de Buenos Aires declara, en su ciudad, noble la condición femenina», afirma Alfonsina en un diario al referirse a su designación.

En la Peña del café Tortoni conoció a Federico García Lorca, durante la permanencia del poeta en Buenos Aires entre octubre de 1933 y febrero de 1934. Le dedicó un poema, «Retrato de García Lorca», publicado luego en Mundo de siete pozos (1934). Allí dice: «Irrumpe un griego /por sus ojos distantes (…). Salta su garganta /hacia afuera /pidiendo /la navaja lunada /aguas filosas (…). Dejad volar la cabeza, /la cabeza sola /herida de hondas marinas /negras…».

El 20 de mayo de 1935 Alfonsina fue operada de un cáncer de mama.

En 1936 se suicida Horacio Quiroga y ella le dedicó un poema de versos conmovedores y que presagian su propio final:

Morir como tú, Horacio, en tus cabales,
Y así como en tus cuentos, no está mal;
Un rayo a tiempo y se acabó la feria…

Allá dirán.
Más pudre el miedo, Horacio, que la muerte
Que a las espaldas va.
Bebiste bien, que luego sonreías…
Allá dirán.

El final

El veintiséis de enero de 1938, en Colonia, Uruguay, Alfonsina recibe una invitación importante. El Ministerio de Instrucción Pública ha organizado un acto que reunirá a las tres grandes poetisas americanas del momento, en una reunión sin precedentes: Alfonsina, Juana de Ibarbourou y Gabriela Mistral. La invitación pide «que haga en público la confesión de su forma y manera de crear». Tiene que prepararse en un día y, llena de entusiasmo, escribe su conferencia sobre una valija que ha puesto en las rodillas. Divertida, encuentra un título que le parece muy adecuado: «Entre un par de maletas a medio abrir y las mancillas del reloj».

Hacia mitad de año apareció Mascarilla y trébol y una Antología poética con sus poemas preferidos. Los meses que siguen fueron de incertidumbre y temor por la renuencia de la enfermedad. El 23 de octubre viajó a Mar del Plata y hacia la una de la madrugada del martes veinticinco Alfonsina abandonó su habitación y se dirigió al mar. Esa mañana, dos obreros descubrieron el cadáver en la playa. A la tarde, los diarios titulaban sus ediciones con la noticia: «Ha muerto trágicamente Alfonsina Storni, gran poetisa de América». A su entierro asistieron los escritores y artistas Enrique Larreta, Ricardo Rojas, Enrique Banchs, Arturo Capdevila, Manuel Gálvez, Baldomero Fernández Moreno, Oliverio Girondo, Eduardo Mallea, Alejandro Sirio, Augusto Riganelli, Carlos Obligado, Atilio Chiappori, Horacio Rega Molina, Pedro M. Obligado, Amado Villar, Leopoldo Marechal, Centurión, Pascual de Rogatis, López Buchardo.

El 21 de noviembre de 1938, el Senado de la Nación rindió homenaje a la poeta en las palabras del senador socialista Alfredo Palacios. Este dijo:

«Nuestro progreso material asombra a propios y extraños. Hemos construido urbes inmensas. Centenares de millones de cabezas de ganado pacen en la inmensurable planicie argentina, la más fecunda de la tierra; pero frecuentemente subordinamos los valores del espíritu a los valores utilitarios y no hemos conseguido, con toda nuestra riqueza, crear una atmósfera propicia donde puede prosperar esa planta delicada que es un poeta».


(Tomado del Proyecto Cervantes)

Fonte:

http://www.los-poetas.com/j/bioastorni.htm

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Ouça a maravilhosa canção

ALFONSINA Y EL MAR

na belíssima interpretação de SHAKIRA:

http://letras.mus.br/#/shakira/1153358/

ou  na voz da imortal Mercedes Sosa:

http://letras.mus.br/#/mercedes-sosa/37548/

 
 











sexta-feira, 14 de novembro de 2014

14 de novembro




Igreja Matriz de Florestópolis - Foto de Vanessa Maeva
 
SAUDAÇÃO A FLORESTÓPOLIS

(No transcurso de seu 63º aniversário)
 
Sergio de Sersank (*)
 


Na gleba ainda em floresta,
como novos bandeirantes,
unem-se e erguem, confiantes,
os heróicos pioneiros,
a princípio, algumas casas,
pequena venda e  pensão
e o  “Patrimônio São João”
começa a acolher tropeiros.
 
Surgem as oficinas,
a primeira serraria,
as casas de alvenaria,
o estádio, o clube, o cinema.
Consolida-se o comércio.
E, ante o fascínio do “novo”,
confraterniza-se o povo.
Progredir será seu lema.
 
Desponta, assim, promissora,
a década de cinquenta.
O mundo, então, se orienta
para a pacificação.
Nasce um novo Município.
Traz no nome a sua origem.
Sobre seu solo  se erigem
o templo, a escola, a estação.
 
Às margens da rodovia
entre os verdes cafezais
das grandes áreas rurais,
ridente, cresce a cidade.
Planta-se a batata inglesa,
o arroz, o milho, o feijão,
a laranja, o algodão
e faz-se a prosperidade.
 
Florestópolis é o berço
da Pastoral da Criança.
Com esse título avança
sua  gente varonil.
É terra de bandeirantes,
e, na medida em que cresce,
dignifica e engrandece
o nosso amado Brasil.
 
 

(*) O poeta Sergio de Sersank é natural de Florestópolis.

 
 
 
 

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

UM DOS MELHORES POEMAS DE FERNANDO PESSOA

Do Livro 'MENSAGEM- Poemas Esotéricos"


 
ABDICAÇÃO  
Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços
E chama-me teu filho... eu sou um rei
que voluntariamente abandonei
O meu trono de sonhos e cansaços.
Minha espada, pesada a braços lassos,
Em mãos viris e calmas entreguei;
E meu cetro e coroa - eu os deixei
Na antecâmara, feitos em pedaços
Minha cota de malha, tão inútil,
Minhas esporas de um tinir tão fútil,
Deixei-as pela fria escadaria.
Despi a realeza, corpo e alma,
E regressei à noite antiga e calma
Como a paisagem ao morrer do dia.
Fernando Pessoa, 1913
*  Para melhor compreensão do significado deste belíssimo soneto, leia a seguir a
Carta de Fernando Pessoa ao amigo Mário Beirão, em 01 de Fevereiro de 1913 comentando sobre como escreveu este poema:
“Meu querido Mário Beirão:
Deu-me um grande prazer a sua carta de 25, que há dias recebi. Tinha muita pena, é certo, que v. não me tivesse escrito ainda, mas, como eu também lhe não tinha escrito, não me cabia o direito objectivo de ter essa pena. O pior para mim é que eu, por certo, sinto mais a falta de correspondência que v. Estou, quanto a companhia espiritual e imediata, quase só, se não só em absoluto... Não sou das pessoas menos acompanháveis por si próprias, mas ainda assim — e de vez em quando aborreço-me de não andar senão comigo.
Por isto a sua carta, ainda que breve, me causou uma grande alegria.


Estou atualmente atravessando uma daquelas crises a que, quando se dão na agricultura, se costuma chamar "crise de abundância". Tenho a alma num estado de rapidez ideativa tão intenso que preciso fazer da minha atenção um caderno de apontamentos, e, ainda assim, tantas são as folhas que tenho a encher que algumas se perdem, por elas serem tantas, e outras se não podem ler depois, por mais que com muita pressa escritas. As ideias que perco causam-me uma tortura imensa, sobrevivem-se nessa tortura escuramente outras. V. dificilmente imaginará que a Rua do Arsenal, em matéria de movimento, tem sido a minha pobre cabeça. Versos ingleses, portugueses, raciocínios, temas, projetos, fragmentos de coisas que não sei o que são, cartas que não sei como começam ou acabam, relâmpagos de críticas, murmúrios de metafísicas... toda uma literatura, meu caro Mário, que vai da bruma - para a bruma - pela bruma...


Destaco dessas coisas psíquicas de que tenho sido o lugar o seguinte fenômeno que julgo curioso.
V. sabe, creio, que de várias fobias que tive guardo unicamente a assaz infantil, mas terrivelmente torturadora fobia das trovoadas. Outro dia o céu ameaçava chuva e eu ia a caminho de casa e por tarde não havia carros. Afinal não houve trovoada, mas esteve iminente e começou a chover - aqueles pingos graves, quentes e espaçados - ia eu ainda a meio caminho entre a Baixa e minha casa. Atirei-me para casa com o andar mais próximo do correr que pude achar, com a tortura mental que V. calcula, perturbadíssimo, confrangido eu todo. E neste estado de espírito encontro-me a compor um soneto - acabei-o uns passos antes de chegar ao portão de minha casa -, a compor um soneto de uma tristeza suave, calma, que parece escrito por um crepúsculo de céu limpo. E o soneto é não só calmo, mas também mais ligado e conexo que algumas coisas que eu tenho escrito.
O fenômeno curioso do desdobramento é coisa que habitualmente tenho, mas nunca o tinha sentido neste grau de intensidade.
Como prova do género calmo do soneto, aqui lho transcrevo.
Dê saudades minhas ao Vila-Moura e escreva-me breve e o mais extensamente que puder.
Um grande abraço do seu dedicadíssimo
FERNANDO PESSOA
Rua Passos Manuel, 24, 3.º E.
 
(Carta retirada do livro "Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação", Ed. Ática.)
 
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Fragmento do artigo de Nilza Vianna, Distrito Federal, O Espírita. Nº 47, out. nov./86, Brasília. DF, transcrito no Anuário Espírita 87, (IDE) - Ano XXIV, nº 24, pág. 124)
 

De improviso, Fernando Pessoa compôs este belíssimo soneto, que sintetiza a nossa trajetória pelos caminhos terrenos além dos milênios. 


MEDIUNIDADE :  O PRECIOSO TESTEMUNHO DE FERNANDO PESSOA
Os fenômenos mediúnicos , como sabemos, têm-se manifestado desde os primórdios de nossa civilização e pontificado nas mais diversas áreas do conhecimento humano.
Assumindo conotações as mais variadas, muito embora tenham deixado marcas irrefutáveis ao longo da história, somente com o advento da Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, puderam ser convenientemente analisados, esclarecidos e desmitificados dos aspectos sobrenaturais pelos quais vinham até então sendo conhecidos.
Hoje sabemos, graças à riqueza de esclarecimentos encontrados em O Livro dos Espíritos, entre outros, no Capítulo IX, parte segunda, perguntas n.os 459 a 462, que os espíritos exercem permanente influência em nossos pensamentos e atos, estando até mesmo os homens inteligentes e de gênio, passíveis de receberem idéias e sugestões vindas do invisível.
Dentro dessa premissa, no campo da Literatura, por exemplo, entre os muitos casos que se conhece, julgamos merecedor de destaque especial, como inequívoco patenteador de influenciação espiritual recebida pelo ser humano, o do grande escritor e poeta português Fernando Pessoa (...)
 
 
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